Para melhor entender e apresentar dados coletados, pesquisadores, jornalistas e especialistas de diversas áreas criam gráficos. Esse recurso se tornou de suma importância para visualizar o avanço da pandemia do coronavírus no mundo e também para demonstrar como a economia está e para onde ela deve caminhar. Após ver tantos gráficos na internet, na televisão e até nas redes sociais, fiquei pensando em como seria o gráfico da minha vida de oração.
No primeiro momento, comecei a refletir sobre quais critérios colocaria neste gráfico… Será que o tempo de oração é suficiente para avaliar a qualidade da minha relação com Deus? Será que o que eu faço na oração é relevante para compreender se estou dando passos rumo à santidade? Bom, não tenho as respostas para esses questionamentos. Mas meditando sobre o assunto, comecei a perceber que o gráfico da minha vida de oração deveria levar em consideração a minha disposição em estar diante do Senhor, pois quanto mais disposto estou, mais Ele pode fazer.
Critérios para o gráfico da vida de oração
Se uma pessoa rezar duas horas todos os dias, mas não se dispor ao que Deus deseja fazer na sua vida, todo o tempo terá sido gasto em vão. Santa Teresa de Jesus sabe falar melhor do que eu sobre esse assunto. Ela diz que a oração é um diálogo com o Divino Amigo… Como posso, então, conversar com uma pessoa, escutá-la e não seguir sua orientação, seu conselho, sua Palavra. Se nas duas horas estou mais disperso do que atendo à voz do Amigo, não terá muito sentido o que virá depois. Às vezes, mais vale aqueles 15 minutos na presença de Jesus do que tempos e tempos perdido nos devaneios da imaginação.
De fato, a disposição em relação à ação de Deus na nossa vida é o primeiro critério que nos ajuda a avaliar como está o nosso relacionamento com o Senhor. Se nos rendemos ao seu projeto de amor, assumimos a sua voz na nossa história, no nosso dia a dia. Mudamos de atitude e de postura, mudamos de amigos, mudamos de cidade, mudamos de vida, mudamos de verdade. Tudo isso se assim Ele nos disser e nos pedir. O nosso maior esforço, segundo Teresa, deve ser nos render ao que Deus deseja fazer em nós e através de nós.
E para fazer isso, é preciso levar em consideração um segundo critério, também muito importante, que nos ajuda a compreender como está a nossa vida de oração. No caso, é o critério da perseverança. Quanto mais perseverarmos em nos render e nos dispor ao Senhor, mais expressaremos o desejo do nosso coração de ser todo de Deus, de estar em sua presença, de cumprir a sua divina vontade. A perseverança na vida de oração diz respeito ao nosso esforço em estar na presença do Senhor todos os dias da nossa vida, ainda que seja por um instante, por alguns minutos na nossa rotina.