Desde quando foi anunciada, a JMJ em Lisboa me inquietava o coração, principalmente pelo grande desejo de conhecer o Santuário de Fátima, por conta da minha devoção a esse título de Nossa Senhora. No meio desse caminho aconteceram muitas coisas: pandemia, final de graduação na universidade e um chamado irresistível por parte de Deus para tirar totalmente minha vida do meu controle (lá estava eu, partindo em missão como Comunidade de Vida).
Vez por outra lembrava desse encontro com os jovens do mundo inteiro, e apareciam questionamentos se a ida seria possível, afinal de contas a parte financeira era algo óbvio de para pensar e se preocupar. Sem mesmo esperar, no final do ano passado, recebi uma ligação da minha irmã da Comunidade Aliança fazendo o convite, e quando rezava vinha sempre forte a presença de Nossa Senhora de Fátima como intercessora.
Chegando em fevereiro à missão de Macapá como D2, rezava e Deus falava por meio da passagem de Mt 6 , 25 – 32 sobre abandono à providência. Assim, quando acreditei na possibilidade, a providência foi naturalmente se manifestando por várias pessoas. Como falei de Nossa Senhora de Fátima, tive a graça de conhecer o Santuário e concretizar esse grande desejo.
A JMJ foi a experiência de contemplar o desejo primeiramente de Deus de eu estar como Comunidade de Vida no meio de tantos jovens, mesmo sem saber outro idioma para me comunicar. O ser Shalom e o ser Igreja foram os protagonistas. Moysés, em uma adoração do Halleluya, motivou para juntos darmos as mãos e dizia que éramos todos irmãos em Cristo, muitas culturas, muitas línguas, muitas nações, mas todos irmãos. Isso ecoava no meu coração tamanha alegria pela vocação específica dentro da Igreja, e dar jus a nossa primazia aos jovens e poder evangelizar com um simples sorriso.
O que falar das palavras do papa?! “Jesus me chama como eu sou, não como eu gostaria de ser”. Que alegria tocar na misericórdia de Deus pela vida do papa. Ele dizia que somos um rosto e não um número, ainda falava que amar é um risco que vale a pena correr. Nessas palavras encontro esperança e combustível para perseverar na vontade de Deus.
Durante esses dias, também senti muito intensa a presença de santos amigos, principalmente a amiga do céu Santa Teresinha, esta que, por sua vez, ainda me fez ter a graça de conhecer Lisieux, entrar no jardim da sua casa no Les Buissonets, que estava fechada para reforma, mas o “jardineiro” (aspas porque pra mim foi Cristo) que ali estava permitiu entrar alguns minutos e me senti ainda mais próxima dessa amiga e fiel intercessora.
Pe. Franco ainda em uma homilia dizia que esses dias eram como uma grande onda, uma onda da graça e como uma semente que só dá fruto quando permanece. Permanecer no solo e morrer para dar frutos, esse foi meu rhema. Me sinto dentro dessa onda, e desejo permanecer nesse solo não de qualquer forma, mas nesse martírio branco que é o ser Shalom, ser Comunidade Vida na missão que hoje Deus me confia. Espero que assim como minha experiência, todos que participaram da JMJ colham os melhores frutos de santidade. Shalom!
Maria Eduarda
Discípula de Segundo ano na Missão de Macapá