Irmãos, a missionariedade nos salva.
O partir em missão, ao vir estudar e trabalhar em Toronto, foi apenas uma bela e segura justificativa de Deus para fazer morrer em nós aquilo que nos impede de sermos santos, o pecado que não nos permite viver inteiramente a nossa vocação.
Já faz cinco meses que aqui estamos, entre dores e alegrias, certezas e incertezas, crises e realizações… Com uma certeza: a Vontade de Deus não nos tira a cruz, o contrário, nos insere nesse mistério! E, uma vez inseridos nele, nos dá a paz e nos faz plenos.
Ontem eu dizia para minha esposa que o sucesso do “estar em missão” não consiste em cumprir o tempo pré determinado para tal, mas na capacidade de aceitar e acolher o que Deus tem reservado para nós neste tempo.
E que para nós, particularmente, Ele escolheu, cheio de amor, a via da pobreza… da família pobre, do coração pequeno e abandonado, cuja pedagogia vem se refletindo ao longo desses meses nas mais diversas formas: na expectativa não correspondida, nas frustrações desse tempo, no fazer parte do povo eleito por ser o mais fraco e, ainda, na alegria da Providência que não nos deixou e não nos deixa faltar nada, sobretudo, pelo cuidado do Pai. Ele, a fonte de tudo, inclusive de tudo o que temos vivido aqui.
Lembro bem das palavras do padre em nossa missa de envio, lá no Colégio Shalom em Fortaleza, ao dizer que o que daria sentido às mortes próprias da vida missionária, além do próprio Cristo ressuscitado, seriam os tantos homens e mulheres que passariam a viver por causa desse sim; e é sim, de fato, uma grande verdade que Deus, na sua infinita bondade, tem nos permitido ver, o quanto um sim tão vulnerável e inconstante como o nosso é capaz de ser fecundo e alcançar tantos, quando este é unido ao sacrifício de Jesus.
Louvo a Deus pelo dom da pobreza, da pequenez, da experiência de se deparar com o entendimento que a grande novidade da missão não é exterior, mas interior, da família nova que gera um mundo novo, enfim, do ser Shalom…
E, para finalizar, como diz Santa Tereza, é justo que muito custe o que muito vale. A vida missionária custa muito. Às vezes custa uma vida inteira! No nosso caso, tem custado a morte de si mesmo! Mas como vale, como vale o toque da Providência, como vale ver ou não com os próprios olhos a Obra Nova de Deus em nós e nos irmãos, como vale ter um coração seguro pela certeza de que a vontade de Deus é sempre o único porto seguro, independentemente do lugar ou das circunstâncias de cada tempo, como vale viver sobre a incompreensível lógica de que a Vontade de Deus é sempre o melhor lugar, sempre!
Que sejamos “audaciosos” em descobrir, enquanto vocacionados à santidade, o maravilhoso tesouro que é a vida missionária… Shalom!
Firmeza Neto
Discípulo da Comunidade de Aliança – Shalom Toronto!
Deus te abençoe Vc Neto e sua família! Que sua missão possa alcançar muitas famílias! Shalom!
Glória a Deus ! E Glória a Deus pelos frutos visíveis e invisíveis que descem a terra pela oferta alegre e confiante de vocês.