Formação

Reconhecer pecado para redescobrir alegria

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Redescobrir o próprio pecado é redescobrir a profunda alegria do perdão de Deus, considerou nesta segunda-feira o pregador dos exercícios espirituais dos quais participa Bento XVI.

O cardeal Giacomo Biffi, arcebispo emérito de Bolonha, constatou, com a ironia que lhe caracteriza, que atualmente não se perdeu o sentido do pecado, o que se perdeu é o sentido do próprio pecado.

«Buscai as coisas do alto» é o tema sobre o qual o purpurado italiano está oferecendo suas meditações desde este domingo pela tarde ao Papa e a seus colaboradores da Cúria Romana, na Capela «Redemptoris Mater» do Palácio Apostólico do Vaticano.

Na primeira meditação da manhã desta segunda-feira, segundo recolheu «Rádio Vaticano», o pregador refletiu sobre os argumentos centrais da Quaresma: a conversão, ou seja, o sentido do pecado e do arrependimento que salva.

A liturgia da Quaresma, afirmou o cardeal, caracteriza-se por uma frase que representa o início do anúncio público de Jesus: «Convertei-vos e crede no Evangelho».

Este período, portanto, não é um tempo no qual o crente tem de verificar «se tem algo que mudar em sim mesmo, mas sim ‘o que’ tem de mudar, ou seja, converter de um estado de erro para um estado de graça», sublinhou.

E a conversão, ou seja, a mudança de direção no caminho da vida, começa pelo coração, pelo arrependimento interior, com a condição de que o discípulo deplore com firmeza a culpa.

Nesse momento, indicou, o crente chega à certeza da divina misericórdia, e deste modo o arrependimento leva necessariamente à alegria profunda.

«Hoje se diz que já não há arrependimento porque se perdeu o sentido do pecado. Contudo, continuou declarando, isso não é totalmente verdade, pois nossa época se caracteriza pelas contínuas denúncias de pecados nos meios de comunicação e nos tribunais.»

«Isso quer dizer que o sentido do pecado existe, afirmou, mas o sentido do pecado do outro. Pelo contrário, o arrependimento que salva é o que reconhece os próprios erros. »

Afastar-se da própria culpa aproxima de Deus, pois Ele é a antítese do mal, reconheceu.

Na segunda meditação desta segunda-feira, o cardeal Biffi refletiu sobre a frase litúrgica «Recorda que és pó e em pó te converterás» da Quarta-Feira de Cinzas.

No mundo que não reconhece o mundo invisível, a morte é um fracasso. Deste modo, uma vida que acaba no vazio esvazia também o que se faz em vida, pois a existência perversa ou a mais generosa parecem acabar da mesma forma.

A multiplicação dos suicídios ou das mortes entre jovens ao sair da boate é um símbolo trágico de vidas que terminam sem sentido.

Por este motivo, o purpurado alentou os pastores da Igreja a evitar uma falsa disjuntiva: escolher entre a vida futura ou entre a vida presente sem sentido que acaba no nada.

É necessário convidar a escolher entre uma vida vazia de sentido, que acaba no nada, e a esperança de um acontecimento que nos dará um sentido, ou seja, a ressurreição.

«Nossa vida sem sentido seria uma labareda que acaba em um punhado de cinzas apagadas», concluiu.

Fonte: Zenit


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