Pela segunda vez consecutiva, o destino do meu carnaval foi a Floresta Amazônica com todas as suas riquezas e desafios
Se havia um lugar que eu sonhava em ir, mas não sabia como, era para Chaves – PA. Já havia conhecido inúmeras cidades brasileiras e outros países da América do Sul, América do Norte e Europa. Já havia inclusive morado fora do país, e não havia um lugar que, depois de eu ter ouvido falar, me intrigasse tanto como lá.
Ao conhecer a Comunidade Shalom e ter minha experiência com Deus, sempre me falavam de Chaves como um lugar que eu precisava ir, por conta da minha profissão e do desejo missionário do meu coração. Na época, estava terminando os estudos em enfermagem e de tanto ouvir falar decidi pesquisar. Encontrei algumas fotos, vídeos e mensagens do bispo chamando os missionários do Shalom para o arquipélago do Marajó, onde Chaves se encontra. Nesses momentos meu coração faltava pular do peito, mas continuava sem saber como chegar naquela ilha.
A providência de Deus se encarregou de tudo, e algum tempo depois, ao sair de uma vigília, encontrei uma amiga na padaria próxima ao Shalom. Ela estava com sua irmã, que eu conhecia só de vista que ao saber que eu era estudante de enfermagem perguntou: Vamos para Chaves? Além do convite, ela me explicou que chegaríamos de teco-teco, um avião monomotor, saindo de Belém. Lá realizaríamos atendimentos de saúde, além de também acontecer o Seminário de Vida no Espírito Santo durante os dias de missão. Chegaríamos na sede de Chaves, onde a Comunidade tem o Centro de Evangelização e onde é a casa dos missionários. De lá partiríamos de barco para o interior, visitando as comunidades ribeirinhas, que são desassistidas, que recebem visita de médicos e do padre uma vez por ano, quando a recebem. Seria uma grande aventura. E como aventura é comigo mesmo, topei na hora.
Conseguimos uma passagem em promoção e em fevereiro estávamos no meio da Floresta Amazônica, usando o Rio Amazonas como nossa estrada para chegar àqueles que pareciam esquecidos pelo mundo, mas nunca por Deus.
Ao vivenciar em 2015 e agora em 2016, o Renascer itinerante em Chaves, provei do grande e profundo Amor que Deus tem por cada um dos seus. Não importando se vive a muitos quilômetros da civilização, afinal o impossível é uma das especialidades de Deus. A providência de Deus se manifestou sempre e até o último instante. Ao conseguirmos as passagens de teco-teco, o barco para a missão, (que durante o Renascer se transforma em nossa casa, onde dormimos nas redes, comemos, tomamos banho), na doação dos alimentos, e nos vários remédios que conseguimos através da ajuda de benfeitores.
Ao chegarmos a cada comunidade e ver todo aquele povo nos esperando, sedento por Deus, por amor e atenção, entendemos que valia e vale a pena todo esforço para chegarmos às periferias da humanidade, periferias existenciais como nosso Papa Francisco diz. Valeu e vale a pena deixarmos tudo, entregarmos tudo nas mãos de Deus para nos ofertarmos com tudo que temos e somos. Quantas vezes mais me chamar, eu irei. Afinal, nossa profissão, nossos dons são as “desculpas” de Deus para Ele nos amar e amarmos àqueles que Ele ama.
Sempre achamos que estamos indo para fazer algo, e Deus sempre nos revela que Ele quer apenas que sejamos, sejamos Ele para os outros, sejamos profecia, sejamos o Shalom do Pai, sejamos o Amor.
Marina Shinzato
Shalom Brasília
que experiência forte!Deus abençoe!Shalom!