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Renata conta como venceu a Covid-19 com a ajuda de Nossa Senhora na Santa Casa de Misericórdia

Uma amiga muito querida pediu que me apegasse a Maria, que Ela passaria na frente abrindo portas, corações e me protegeria. E a Ela clamava todos os dias.

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Foto: Santa Casa de Misericórdia

Na UTI Covid I da Santa Casa de Sobral, no Ceará, tive a oportunidade de conhecer anjos com asas invisíveis, pessoas tão normais e ao mesmo tempo tão extraordinárias, que antes dessa difícil experiência, talvez não soubesse que fossem capazes de existir. Dei entrada na UTI no dia 25 de julho de 2020, um dia dificílimo para mim… a dor no peito sem conseguir respirar era tão forte e profunda que só perdia para a dor de pensar em deixar minha família.

Quando vi o rosto do meu esposo pela última vez na porta da UTI, pedi muito a Deus que me permitisse voltar para casa e criar meus filhos: Isadora, com 12 anos, conviveu e aprendeu algumas coisas comigo, mas o pequeno Arthur, de apenas 3 meses, nem lembrar-se-ia de quem fora sua mãe… E se ele não tivesse a sorte de ter uma boa mãe adotiva? Bem, eram tantas as preocupações… mas aos poucos estas foram cedendo lugar à fé e à esperança e assim deixei de pedir a Deus pela minha vida e dali em diante apenas entreguei-a a Ele e que fosse feita Sua vontade, aceitaria sem questionar.

A dor aumentando e minha fé também!

Nesse momento, uma forte sensação de paz invadiu meu coração e foi como se tudo fosse zerado! O antes não tinha mais o mesmo valor… e o depois? Hum… o depois só poderia ser possível se Deus quisesse e o que me restava era esperar e confiar. Uma amiga muito querida pediu que me apegasse a Maria, que Ela passaria na frente abrindo portas, corações e me protegeria. E a Ela clamava todos os dias.

A cada nova equipe de trabalho que chegava, pedia que fossem conduzidos por Maria, assim como a cada vez que saía para a realização das tomografias. Mesmo nos dias em que não conseguia abrir os olhos no transporte para realiza-las, pois até as pequenas rodas da maca girando faziam meu corpo doer por inteiro. Os resultados só pioravam… 50%, depois 70% e na última, comprometimento de 80% dos pulmões… a dor aumentando e minha fé também!

O tratamento com a máquina AVNI é dificílimo e doloroso, mas havia anjos chegando; fisioterapeutas que seguravam minha mão pacientemente para que eu me acalmasse e entendesse que não morreria sufocada ali. Profissionais que me deram a oportunidade de lutar de forma consciente sem ser entubada, que acreditaram que eu seria capaz e tudo isso me fortalecia um pouquinho a cada dia.

Força pra seguir!

Aqui, Deus me oportunizou ser atendida pela melhor equipe: Dr Mauro, que além de sua competência, se destaca com um entusiasmo tão imenso em sua voz, que tinha vontade também de melhorar só pra conseguir responder aquele bom dia à altura. Os enfermeiros tão atentos e preocupados, coordenando suas equipes da melhor forma com humanidade e profissionalismo são lembranças que levarei sempre comigo.

O sorriso esperançoso do Elias me dava muita força pra seguir! Mas também com esse nome, como não ter esperança nele? Rsrsrs Os médicos de cada plantão com seus olhares atentos, ali prontos a ajudar quando solicitados e aqui menciono de forma especial o Dr David, que pacientemente informava ao meu esposo e aos familiares dos demais nosso estado de saúde diário. Ele que por mais de uma vez acalmou meu coração saudoso de mãe fazendo chamada de vídeo para que eu visse meu bebê. E esses curtinhos momentos de alento revigoravam minhas forças e o imenso desejo de voltar ao meu lar.

No meu conhecimento, que é totalmente leigo, cheguei à conclusão que medicina e valorização dos sentimentos do paciente devem caminhar juntos, a fim de uma cura mais rápida e efetiva, pois o calor humano também é o que nos mantém vivos! Agora, agradecer aos anjos de luz que iluminaram minha vida, tornando-a mais fácil durante esses dias em que aqui estive: os técnicos de enfermagem. Cada equipe que me atendeu teve sua importância.

Agradeço a toda equipe da Santa Casa

Pessoas de coração nobre que deixavam suas famílias em casa aos cuidados de outros para aliviar nossas dores e atender nossas dificuldades. Houve dias em que não consegui beber água e uma técnica molhava uma gaze e colocava em minha boca para refrescar meus lábios. Quando não consegui sequer me virar para que minha fralda fosse trocada, chegavam dois desses anjos para me levantar e trocar, faziam minha higiene, penteavam meus cabelos enquanto em mim não havia forças para correr-lhes os dedos. Serviam minha comida, estavam atentos aos medicamentos, sempre se aproximavam com palavras de alento.

Um dia, talvez o mais difícil, eles se revezaram para me abanar, pois a máscara 100% não foi suficiente para me dar conforto e a sensação de ar para respirar. E os técnicos estavam lá mais uma vez me apoiando. Gostaria de citar o nome de todos os técnicos, seria um prazer enorme, mas a lista é grande e ficaria muito extenso. Sintam-se representados pelo Tasso, Oseias, George e Claudiana.

Não posso esquecer a equipe de limpeza que mantem o ambiente impecável, colaborando também para a recuperação de todos. Por fim, agradeço a toda equipe da Santa Casa de Misericórdia de Sobral, UTI Covid I, na pessoa do fisioterapeuta Lucas, que foi o primeiro profissional a me socorrer quando adentrei com muita falta de ar e pedindo ajuda. Ajuda essa que somada a todas as outras foram essenciais para minha recuperação.

Me chamo Renata, que significa RENASCIDA. Só não sabia que Deus me permitiria nascer duas vezes na mesma vida e coincidentemente no mesmo mês de nascimento. Portanto, sou muito grata e abençoada, pois tenho a melhor família, o marido mais amoroso, os amigos mais especiais, a oportunidade de receber o melhor tratamento e vencer a Covid-19.

Obrigada, meu Deus!
Obrigada, Maria Santíssima!

Por Renata Alves Lima


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