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Dom Luiz Demétrio Valentini
Nomês de outubro tivemos um sínodo, cujas repercussões ainda continuam.Seu tema era atraente. Tratava-se da Bíblia, com tudo o que envolveeste vasto assunto de dimensões religiosas e culturais muitoimportantes para a humanidade. Daí o interesse, não só da IgrejaCatólica, e de outras Igrejas, mas também de outras religiões.
Bastaver a repercussão da presença de um rabino judeu, convidado a falardiante do papa e dos bispos, ocasião que ele aproveitou para reiteraruma queixa dos judeus sobre a atuação de Pio XII. Na opinião delespoderia ter feito mais do que fez para evitar o holocausto contra osjudeus praticado pelo regime nazista.
Foinotável também a presença do patriarca de Constantinopla, BartolomeuPrimeiro, sinalizando a lenta mas persistente reaproximação entreCatólicos e Ortodoxos, incentivada pelo atual papa.
Masisto mostra também que o sínodo, e os sínodos em geral, se tornaram omelhor palco para a Igreja fazer suas propostas, administrar suasestratégias, e apresentar seus objetivos.
Existeum fato mais amplo e mais consistente. Os sínodos, na maneira como sãorealizados atualmente, nasceram do concílio. Foram instituídos porPaulo VI com a declarada intenção de prolongar o processo conciliar. Com isto, vai sendo retomada uma dimensão eclesial fundamental eindispensável para a vivência da unidade e da missão da Igreja, que é oseu caráter sinodal. A Igreja necessita cultivar a postura de quem sereúne, para refletir, para escutar o que os outros têm a dizer, ebuscar saídas para os impasses existentes. A Igreja não tem todas asrespostas prontas. Ela precisa se perguntar o que Deus lhe pede nascircunstâncias históricas que vão mudando, e perguntar aos outros, deonde vêm, com freqüência, as melhoras observações.
Estecaráter sinodal não é expresso só pela realização eventual de algumsínodo, ou durante o tempo em que se realiza determinado sínodo. Ossínodos são manifestações de uma realidade que tem caráter depermanência e de constituição.
Provadisto é a continuidade que a Igreja procura dar aos diversos sínodos járealizados. Nesta semana, por exemplo, se reuniu a Comissão do Sínododa América. Ora, ele foi realizado ainda em 1997. Mas ele continua comoreferência para a “Igreja na América”, como diz o título do documentoque resultou dele. Não só pelas recomendações que ele fez. Mas tambémpara lembrar que a Igreja tem necessidade permanente de conferir osacontecimentos, e ver quanto eles repercutem na sua vida.
Emvista da celebração do solene jubileu do milênio, a Igreja realizou“sínodos continentais”, nos cinco continentes. Pois bem, todos estessínodos continuam com os seus “conselhos pós sinodais”, como se chamamoficialmente as comissões eleitas no final de cada sínodo para levaradiante o seu processo.
Estes“conselhos” se reúnem cada ano. Para o continente africano já estádecidido que em breve será feito outro “sínodo para a Igreja naÁfrica”. Pode ser que se decida realizar também um outro sínodo para aAmérica. Motivos não faltariam, se olhamos as significativastransformações políticas ocorridas ultimamente, não só nos EstadosUnidos com a crise de agora e com a eleição de Barak Obama, mas tambémna maioria dos países latino americanos, onde estão em curso, com muitaevidência, grandes transformações que a Igreja não pode ignorar.
Masme parece que a Igreja tem um interesse especial com sua presença naAmérica. Nosso continente traz marcas profundas da Europa. Pois bem., aIgreja se dá conta que o Evangelho tem a vocação de se encarnar nasculturas de cada continente, continuando a dinâmica da encarnação doFilho de Deus. A experiência americana, com sua dose européia e com suacriatividade própria, serve de ponte para a presença da Igreja emoutros continentes, onde ainda ela precisa abrir os caminhos de suainserção. A Igreja na América precisa se dar conta deste seucompromisso.