Formação

Emmir Nogueira explica o Segredo da Divina Providência

Meditando sobre o capítulo seis do Evangelho de São Mateus, Emmir explicou que Jesus revela a oração, o jejum e a esmola como formas de se relacionar com o Pai que vê o segredo.

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A Economia do Reino está baseada na lógica do dar-se ao outro, explica a cofundadora da Comunidade Católica Shalom, Emmir Nogueira, no curso “O segredo da Providência Divina”. Segundo Emmir, “Jesus revela a mentalidade do Pai, a maneira pela qual Ele rege a Sua casa. “Jesus vai trazer na sua pregação e na sua vida a mentalidade da economia do dar-se”.

O segredo é dar sempre. O filho que dá de si mesmo para se enriquecer da sua pobreza. A lógica inaugurada nas bem-aventuranças é a lógica de dar sempre ao outro, esvaziar-se para que o outro tenha vida. Essa é a base da oikonomia, da mentalidade do Reino do Pai”, explicou.

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A lógica do mundo

De acordo com Emmir, a lógica deformada do mundo gerou uma mentalidade de desconfiança do Pai. A confiança em Deus passou a ser depositada nos bens e é isso que dificulta a partilha.

“Nós hoje vivemos numa sociedade sem pai. A figura do pai como alguém fraco, que não manda mais na própria casa. Os filósofos materialistas propagaram a morte do pai e a psicologia propaga que é preciso matar o pai para ficar adulto. Isso produziu na nossa mentalidade uma enorme desconfiança do Pai. O meu Pai do Céu, que entregou o filho para que eu viva, hoje não merece mais a minha confiança. Eu prefiro confiar mais nos meus bens do que no meu Pai. E a lógica do Reino é o contrário de tudo isso. Eu tenho um Pai e por isso eu posso confiar todos os aspectos da minha vida, inclusive e necessariamente, a partilha dos meus bens”.

“Quando ingressamos em uma Comunidade Nova o nosso sonho era viver Atos 2 e Atos 4 que diz que os cristãos tinham tudo em comum. Um só coração e uma só alma. Ninguém considerava exclusivamente seu o que possuía, mas tudo entre eles era comum. Com grande poder, os apóstolos davam testemunho do Senhor. Não havia entre eles necessitados nenhum. É possível nós hoje batizados caminhar decididamente para construir esse tipo de relação com o irmão? É possível que a minha conversão seja tão profunda para me fazer adotar a lógica de Deus que confiou a mim a criação para que não houvesse necessitados entre nós?”, indaga a consagrada.

Partilha de vida e de bens

A confiança no Pai leva à partilha de vida e de bens, explica a cofundadora. “Ou nós caminhamos decididamente para a partilha da vida e a partilha dos bens ou nós não estaremos vivendo o Evangelho. Ou nossos bens são colocados a serviço dos outros ou eles não têm sentido”. E continuou, “quando nós usamos os nossos bens como maneira de dar a nossa vida, como sinal de partilha; quando entendo que a partilha dos bens é um assunto espiritual, a minha vida começa a mudar”.

Meditando sobre o capítulo seis do Evangelho de São Mateus, Emmir explicou que Jesus revela a oração, o jejum e a esmola como formas de se relacionar com o Pai que vê o segredo. “O teu Pai que vê no segredo te recompensará. O que o Senhor quer de nós começa numa vida íntima com Ele. O que Ele quer encontrar em nós é uma vida interior sem a qual tudo será exterioridade. Precisamos falar em primeiro lugar de vida interior, de vida profunda com Deus”.

“Deus é a causa primeira e espera que nós sejamos causa segunda na sua criação”

A lógica do Evangelho

Quando Deus confiou as criaturas a seus filhos, fez deles também canais da Sua Providência. “Deus é a causa primeira e espera que nós sejamos causa segunda na sua criação. Deus é em quem começa toda doação, toda lógica do Evangelho. Mas a mim cabe ser causa segunda da Providência Divina para o meu irmão. Receber dessa causa primeira e ser causa segunda para o meu irmão. Eu sou responsável pelo meu irmão em tudo”.

“Se nós gerimos a nossa vida, se gerimos os nossos bens segundo nossos conceitos idolátricos e pagãos não estamos vivendo o Evangelho. Para Jesus ser o Senhor, Ele tem que ser o centro e tudo convergir para Ele. E quando tudo converge para Ele, tudo é doação da minha vida para a Cruz e Ressurreição”. E, finaliza, “se a nossa vida for doada, que é o mais importante, como com a nossa vida nós não vamos doar tudo que nós temos? Como não ofertaríamos com isso todas as coisas? Vamos ter a coragem de rezar e ensinar os nossos filhos que é possível não haver necessitados no meio de nós. Peça a Jesus a conversão do coração e a conversão do bolso, que no final é a mesma coisa”.

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