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Saiba mais sobre a acídia, o “vírus” que mata o amor

Fomos criados à imagem e semelhança de Deus, portanto, existimos para a relação com os outros. Nisso consiste nossa felicidade e realização. A acídia é o torpor espiritual que nos rouba desta alegria.

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Foto: Unsplash

A acídia, doença espiritual que talvez nem seja tão conhecida popularmente, é muito maléfica para a alma humana. Ousadia dizer até que ela é o mal do século presente — e na maioria das vezes, isso o ocorre por conta da influência do continente digital e das suas consequências, que interferem diretamente nos relacionamentos e na espiritualidade humana.

De maneira geral, as pessoas se relacionam mais com tela de seus smartphones do que com outras pessoas. Com isso, a nossa sociedade foi, gradativamente, perdendo a capacidade de relação, de comunicação e, consequentemente, de saída de si para ir ao encontro do outro. Nessa perspectiva, o homem moderno está cada vez mais isolado, solitário, insatisfeito e triste porque deixou de viver a sua vocação mais profunda, que se concretiza e se realiza a partir do contato real com o outro.

Mas, afinal, o que isso tem a ver com a acídia?

O termo acídia vem do grego e significa tristeza excessiva, melancolia, desânimo, como nos relata São Gaspar em seu livro sobre tema. O santo diz que a acídia consiste em uma espécie de preguiça espiritual, de desespero e de certa depressão, que ocasiona um vazio interior paralisante.

Diante disso, podemos compreender a seriedade desta espécie de vício, porque ela dialoga entre um pecado (preguiça) e uma patologia (depressão), deixando o sujeito apático e indiferente.

Para combater este grande mal, também conhecido como “preguiça espiritual”, faz-se necessário uma vida comunitária fecunda, cheia de solidariedade e de atenção para com as pessoas, além dos sacramentos, que geram em nosso íntimo uma nova força permeada de alegria e de doação desinteressada.

Beato Carlo Acutis, que descobriu o real valor de uma vida dinâmica e ofertada, alertou que “nós nascemos originais, mas que muitos morrem como fotocópias”.

Deste ensinamento podemos recordar aquilo que verdadeiramente nascemos para ser: aqueles que possuem um relacionamento profundo com O Outro (Deus) e com os outros (pessoas). Somente uma vida entregue pelo serviço amoroso aos demais pode livrar o ser humano moderno do tédio, da tristeza, da melancolia e da apatia de uma vida centralizada em si mesma.

É tempo de amar e de estar em movimento, à serviço  daqueles que nos cercam, através de pequenos sacrifícios diários no ordinário que quase ninguém vê. Este é o segredo para deter a acídia, o “vírus” que mata o amor.


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