Papa Francisco encerrou neste domingo, 05, a Visita Apostólica na Àfrica. Ao longo da última semana, ele esteve na Republica do Congo e em Sudão do Sul. Desde a chegada a Kinshasa, viveu a grande Missa no aeroporto de N’dolo, e o testemunho das vítimas da guerra e ao encontro com os jovens no estádio dos Mártires.
Ao todo, 27 pessoas foram mortas na manhã de quinta-feira, 2, em Lire Payam, Estado da Equatoria Central, no Sudão do Sul, no confronto entre pastores de gado e membros de uma milícia, precisamente na véspera da chegada do Papa Francisco ao país, na sexta-feira (3).
O arcebispo de Cantuária, Justin Welby, que acompanha o Papa na visita ao Sudão do Sul, disse estar horrorizado com os últimos assassinatos. Em um tweet, escreveu: “É uma história ouvida com muita frequência em todo o Sudão do Sul. Novamente apelo por uma maneira diferente: que o Sudão do Sul se una por uma paz justa“.
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Encontro com os jovens e catequistas
Francisco sugeriu alguns ingredientes para construir o futuro”, cinco ingredientes para serem associados “aos dedos de uma mão: oração, comunidade, honestidade, perdão e serviço. “Amigos, Deus colocou nas vossas mãos o dom da vida, o futuro da sociedade e deste grande país”, disse o Pontífice.
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“Queridos amigos, jovens e catequistas, agradeço-vos pelo que sois e fazeis: pelo vosso entusiasmo, a vossa luz e a vossa esperança. Quero dizer-vos uma última coisa: nunca desanimeis! Jesus confia em vós e nunca vos deixa sozinhos. A alegria que hoje tendes, guardai-a e não deixes que se apague“, encerrou.
Dia da Vida Consagrada
Na quinta-feira, 2, foi celebrado Festa da Apresentação do Nosso Senhor Jesus Cristo ao Templo e também celebração da Vida Consagrada, por esta razão, o Pontífice se reuniu em um encontro de oração com sacerdotes, diáconos, consagrados, consagradas e seminaristas na Catedral de Nossa Senhora do Congo em Kinshasa.
“Por vosso intermédio, também hoje o Senhor quer ungir o seu povo com o óleo da consolação e da esperança”
O Santo Padre dá alguns conselhos: “Em primeiro lugar, mantenhamo-nos fiéis a certos ritos litúrgicos da oração que cadencia o dia, desde a Missa até à Liturgia das Horas. E não descuramos também a Confissão: sempre precisamos ser perdoados, para poder dar misericórdia”. Francisco acrescentou outro conselho ainda: “Um momento prolongado de adoração, de meditação da Palavra, a reza do Santo Terço; um encontro íntimo com Aquele que amamos acima de todas as coisas… Sem oração, não se vai longe… Por fim, para superar a mediocridade espiritual, nunca nos cansemos de invocar Nossa Senhora, a nossa Mãe, e d’Ela aprender a contemplar e seguir Jesus”
E finaliza, “Caríssimos, este é precisamente o ministério a que sois chamados: mostrar proximidade e consolação, como uma luz sempre acesa no meio de tanta escuridão. E, para ser irmãos e irmãs de todos, começai por sê-lo entre vós: testemunhas de fraternidade, nunca em guerra; testemunhas de paz, aprendendo a superar até as particularidades das culturas e das proveniências étnicas”.
Momento com os Bispos
O último compromisso do Papa Francisco na República Democrática do Congo na manhã desta sexta-feira (03) foi o encontro com os Bispos na Sede da Conferência Episcopal Nacional do Congo (Cenco). O Papa iniciou o discurso dizendo que foi bom passar estes dias “na vossa terra, que representa, com a sua grande floresta, o ‘coração verde’ da África, um pulmão para o mundo inteiro.
“Amados irmãos Bispos, cultivemos a proximidade com o Senhor para ser suas testemunhas credíveis e porta-vozes do seu amor junto do povo.”
Na saudação final aos bispos disse: “E, chegados ao fim desta viagem, quero exprimir-vos todo o meu reconhecimento a vós e a quantos aqui a prepararam. Tivestes de trabalhar duas vezes, porque, na primeira vez, a visita foi anulada, mas sei que sois misericordiosos com o Papa… Sinceramente obrigado!”.
Em seguida, o Papa foi para o Aeroporto Internacional N’dolo de Kinshasa onde teve lugar a cerimônia de despedida.
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Segunda etapa da Visita
Depois de pouco mais de 3 horas de voo, o Papa Francisco chegou ao Sudão do Sul para a segunda etapa da viagem ao continente africano. Do aeroporto, o Papa segue para o Palácio Presidencial, distante 5 km, para o encontro com as Autoridades, a Sociedade Civil e o Corpo Diplomático, ocasião em que proferirá seu primeiro discurso em terras sul-sudanesas.
Na saudação ao Papa, o presidente da República do Sudão do Sul define a visita como um “marco histórico” e recorda o retiro espiritual de 2019 em que Francisco beijou os pés dos dirigentes do país para implorar a paz, anunciando então a disponibilidade de retomar as conversações mediadas pela Comunidade de Sant’Egidio com grupos de oposição não signatários do acordo de paz.
“De fato, empreendemos esta peregrinação ecumênica de paz depois de ter escutado o clamor de um povo inteiro que, com grande dignidade, chora pela violência que padece, pela perene falta de segurança, pela pobreza que o aflige e pelos desastres naturais que o assolam.
“Senhor presidente, distintas autoridades, seguindo o percurso do Nilo, quis adentrar-me no caminho deste país tão jovem e tão querido. Sei que algumas minhas expressões podem ter sido ousadas e diretas, mas peço-vos para acreditardes que isso nasce apenas da estima e preocupação com que acompanho as vossas vicissitudes, junto com os irmãos que me acompanharam até aqui, peregrino de paz”, sublinhou Francisco.
Em nome de Deus, em Quem tanta gente do #SudãodoSul acredita, é a hora de dizer basta: basta de sangue derramado, basta de violências e recíprocas acusações. Basta de destruição, é a hora de construir! Deixe-se para trás o tempo da guerra e surja um tempo de paz!
— Papa Francisco (@Pontifex_pt) February 3, 2023
Neste domingo, 5, encerrou a intensa programação do Papa no Sudão do Sul, que teve início na última sexta-feira, em continuação à visita à República Democrática do Congo, no âmbito da 40ª Viagem Apostólica internacional que teve início no dia 31 de janeiro.
[Confira na íntegra todas as mensagens do Papa durante a Viagem apostólica]
-Colab. Vatican News