Hoje a Igreja propõe aos fiéis a meditação em memória de Santa Catarina Labouré. Essa bendita alma esposa de Deus foi uma santa religiosa, membro da Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. Seu confessor e orientador espiritual foi também um fiel servo de Deus, chamado Padre Aladel. Ele foi o sacerdote fundador da bela obra Juventude Mariana Vicentina.
Catarina, nasceu no dia 2 de maio de 1806, em Fain-lès-Moutiers, França e veio a falecer em Paris, no dia 31 de dezembro de 1876. Catarina foi a nona filha de sua família e teve dez irmãos. Seus pais, Pedro e Luísa Labouré, eram agricultores e foi um casal piedoso e temente a Deus.
O chamado de Deus
Um coração sensível consegue ler os anseios de Deus nas coisas aparentemente rotineiras e até naturais. No caso, Catarina recebeu e acolheu o chamado de Deus por meio de um sonho. Sonhou que estava na igreja e ali viu um padre bem idoso, celebrando a Santa Missa. Após terminar a celebração, o padre fez-lhe um sinal com o dedo, chamando-a para perto de si. Tímida, ela excitou inicialmente e dali foi visitar um doente. Esse mesmo sacerdote, porém, apareceu-lhe depois e disse: “Minha filha, é uma boa obra cuidar dos enfermos; você agora foge de mim, mas um dia será feliz de me encontrar. Deus tem desígnios sobre você, não se esqueça disso”.
Ao acordar, ela não entendeu o sonho a princípio, porém, um tempo depois, visitou o convento das Irmãs da Caridade de Chatillon e viu ali, na parede, um quadro com a imagem do mesmo sacerdote do sonho. Então perguntou às irmãs quem era, e elas responderam-lhe que se tratava de São Vicente de Paulo, fundador da Congregação. Catarina entendeu, então, que a vocação dela era ser uma religiosa dessa bendita obra.
As provações e as ações de Deus
Seu pai, no entanto, não aprovou a ideia, dizendo que já era suficiente ter oferecido uma de suas filhas a Deus. Desse modo, enviou Catarina a Paris para ajudar seu irmão nos negócios que possuíam, para ver se conseguia, assim, mudar sua decisão. Foi uma grande dor para ela ver, entre os devedores de seu pai, pessoas pobres, por isso, redobrou suas orações para manter a pureza e humildade em seu coração. Desejava, não desenvolver o mesmo orgulho e opulência familiar.
Um tempo depois, uma cunhada convidou Catarina para ir a sua casa, em Chatillon, onde mantinha uma escola para moças. Ali, também conheceu e pôde visitar com frequência o mosteiro das Irmãs da Caridade. Seu desejo de consagrar-se a Deus, por fim, realizou-se aos 24 anos de idade, ingressando naquela instituição com a benção do pai. Era o dia 22 de janeiro de 1830.
Revelações e experiências espirituais
Seu postulantado foi vivido em Chatillon e o noviciado na Casa-mãe das Vicentinas, na Rue du Bac, em Paris. Já ali, essa grande serva de Deus teve várias revelações e visões espirituais constantes. Em uma delas, narrou a santa: “Eu O vi durante todo o tempo do meu noviciado, exceto todas as vezes que eu duvidava; nesses dias eu nada via, porque procurava aprofundar-me em indagações sobre este mistério, e temia enganar-me”. Disse também: “No domingo da Santíssima Trindade, Nosso Senhor me apareceu no Santíssimo Sacramento durante a Missa cantada, como um rei, tendo uma cruz ao peito. No momento do Evangelho, pareceu-me que a cruz caía aos pés de Nosso Senhor e que Ele estava sem as insígnias reais; todas tinham caído por terra. Tive então os mais negros e tristes pensamentos: pensei que o Rei da Terra estava perdido e ia ser despojado da realeza; e depois disso pensei, sem saber explicar, na extensão dos grandes males que viriam”.
Entre suas revelações, uma em especial é a da medalha milagrosa. No dia 27 de novembro de 1830, após fazer na capela a leitura da meditação, ouviu um barulho familiar. Assim que olhou para o lado, viu Nossa Senhora vestida de branco, sobre uma meia-esfera. Tinha nas mãos uma bola que representava o globo terrestre, e olhava para o Céu. Em seguida, narrou Catarina: “Percebi anéis nos seus dedos, engastados de pedras brilhantes, umas maiores e mais belas do que as outras, das quais saíam raios que eram, também, uns mais belos que os outros”. Nossa Senhora explicou-lhe que esses raios representavam as graças que eram derramadas sobre as pessoas que as suplicavam. A visão seguia: “Formou-se um quadro em torno da Santíssima Virgem, de forma oval, no alto do qual estavam escritas, com letras de ouro, estas palavras: Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós!”
A voz disse ainda que ela deveria cunhar uma medalha conforme aquele modelo, com a promessa de que as pessoas que a trouxerem ao pescoço receberão muitas graças. A devoção se difundiu rapidamente, Catarina cumpriu sua missão.
Aos 46 anos, essa serva completou sua jornada nesta terra. Após sua morte, a divulgação de suas virtudes explodiu como fogos de artifícios no céu. Ela foi beatificada em 1933 pelo Papa Pio XI e canonizada no dia 27 de julho de 1947, pelo Papa Pio XII. O corpo dessa serva, mesmo décadas após sua morte, permanecia inteiramente incorrupto, e assim se encontra ainda hoje na capela das Irmãs da Caridade, na Rue du Bac, em Paris.
Peçamos a Deus, por intercessão de Santa Catarina de Labourè, a graça de Tê-lo como centro absoluto de nossa vida.
Santa Catarina Labourè, rogai por nós