Santa Faustina foi uma freira mística, vivia com muita piedade as obras de misericórdia que o próprio Jesus lhe pedia. Por um longo período de sua vida, Faustina enfrentou severas enfermidades. Com isso, um médico a aconselhou a desistir de fazer penitência, já que saúde não lhe permitia grandes sacrifícios.
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Em seu Diário ela conta sobre uma oração que fez com confiança durante uma enfermidade: “Ó Jesus, que Vosso Sangue, puro e saudável, circule no meu organismo doente, e que o Vosso Corpo, puro e saudável, transforme o meu corpo doente, e que pulsa em mim uma vida saudável e vigorosa”, (Diário, 1089). Ao terminar esta oração ela sentiu menos dores e continuou o apostolado do dia.
Os sacrifícios no tempo quaresmal
No tempo da Quaresma, Santa Faustina ia muito além da adoração. Ela contemplava a Paixão de Jesus com uma intensidade que era capaz de sentir no próprio corpo os sofrimentos da flagelação. “Durante esta Quaresma, sentia frequentemente a Paixão de Nosso Senhor no meu corpo; sentia no fundo do meu coração tudo o que Jesus sofreu, embora exteriormente em nada se manifestassem os meus sofrimentos — sabe deles apenas o confessor” (Diário, 203)
Quando a doença caiu sobre seu corpo, Santa Faustina queria mortificar-se por amor a Jesus, contudo já não conseguia realizar as mesmas práticas. Mas nem por isso deixou os sacrifícios de lado.
“Ainda que queira e deseje, não posso exercitar-me em grandes mortificações como antigamente, visto que estou sob rigorosa vigilância do médico. Mas posso exercitar-me em coisas menores e em primeiro lugar — dormir sem travesseiro, ficar um pouco com fome, recitar diariamente com os braços estendidos o Terço que o Senhor ensinou-me, rezar alguma vez com os braços estendidos por tempo indeterminado uma oração sem fórmula. Intenção: pedir misericórdia para os pobres pecadores e, para os sacerdotes, o poder de sensibilizar os corações pecadores” (Diário, 934).
As pequenas práticas de Santa Faustina
Com o tempo, à medida que a saúde começou a se deteriorar, Santa Faustina se submeteu aos cuidados de um médico perguntando-lhe o que ela poderia realizar como sacrifício quaresmal. Ela escreveu exatamente o que seu médico disse que ela poderia fazer na Quaresma em seu Diário.
“Pequenas práticas para a Quaresma. Embora eu deseje, não posso praticar grandes modificações como antes, porque estou sob a rígida orientação médica. Mas eu posso praticar pequenas coisas: primeiro – dormir sem travesseiro; manter-me um pouco com fome”. Diário, 934
Unir a vontade humana com a divina
Santa Faustina unia a própria vontade a de Deus e em tudo foi vivendo e colhendo as graças do tempo quaresmal, encontrando sentido na Paixão de Jesus.
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“Comecei a santa Quaresma como desejava Jesus, submetendo-me inteiramente à Sua santa vontade e aceitando com amor tudo o que me enviar. Não sou capaz de maiores mortificações, porque estou muito fraca. A longa doença destruiu completamente as minhas forças. Uno-me a Jesus, pelo sofrimento. Quando reflito sobre a Sua dolorosa Paixão, diminuem os meus sofrimentos físicos” (Diário, 1625).
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Na última Quaresma, muito debilitada, o próprio Jesus a introduziu na amargura da Sua Paixão. Santa Faustina anotou:
“O Senhor me disse: Vou levar-te, durante toda a Quaresma, à Minha escola. Quero ensinar-te a sofrer. — Respondi: ‘Convosco, Senhor, estou pronta para tudo’, e ouvi a voz: Permito-te beber do cálice do qual Eu bebo; estou te dando hoje essa exclusiva honra…” (Diário, 1626).
Atos concretos
Meia hora de adoração: “Recebi a maior porção de luzes nas adorações, que fazia diariamente, durante meia hora, no tempo de Quaresma. Durante esse tempo, conheci melhor a mim mesma e a Deus” (Diário, 147).
Meditação sobre a Paixão de Jesus: “No começo da Quaresma, pedi ao meu confessor uma mortificação e recebi a mortificação de não reduzir a minha alimentação, mas, enquanto comesse, devia refletir sobre como Nosso Senhor aceitou, na Cruz, vinagre com fel. Não sabia que tiraria tão grande proveito para a minha alma. Esse proveito é que continuamente reflito sobre Sua dolorosa Paixão e, quando me alimento, não distingo o que como, mas estou ocupada com a morte de Meu Senhor” (Diário, 618).
Pequenas mortificações: “Ainda que queira, não posso exercitar-me em grandes mortificações, como antigamente, visto que estou sob rigorosa vigilância do médico. Mas posso exercitar-me em coisas menores: dormir sem travesseiro, ficar um pouco com fome, recitar diariamente com as mãos estendidas o Terço que o Senhor me ensinou… pedindo misericórdia para os pecadores e, para os sacerdotes (Diário, 934).
Busca pela vontade de Deus e aceitar tudo com amor: “Comecei a Santa Quaresma como o desejava Jesus, submetendo-me inteiramente à Sua Santa vontade e aceitando com amor tudo que me enviar” (Diário, 1625).
Unir o nosso sofrimento à Cruz de Jesus: “Vou levar-te durante toda a Quaresma à minha escola; quero ensinar-te a sofrer. Respondi: Convosco, Senhor, estou pronta para tudo, e ouvi a voz: — Permito-te beber do cálice do qual Eu bebo; estou te dando hoje essa honra exclusiva” (Diário, 1626).
Que Jesus Misericordioso por intercessão de Santa Faustina auxilie neste tempo quaresmal e auxilie a encontrar o sentido penitencial de unir às dores do Cristo Ressuscitado.
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