Igreja

Santa Gianna na minha história: testemunhos da sua intercessão

Modelo de cristã que ofertou sua vida na profissão e na família, Santa Gianna arrasta fiéis que se confiam a sua devoção. Conheça histórias de quem foi alcançado por sua intercessão.

comshalom
Santa Gianna com alguns filhos

Há exatos 30 anos, São João Paulo II beatificava Santa Gianna Bereta Molla, no Ano Internacional da Família. 

No próximo dia 28 de abril, a Igreja celebra o dia dela que ficou conhecida por seu martírio branco. Especialmente no Brasil, sua devoção começou a ser mais conhecida a partir dos dois milagres que possibilitaram sua beatificação e canonização. Após isso, milhares de pessoas recorrem a ela para interceder por sua família e trabalho. 

O comshalom.org falou com duas mulheres que testemunham a amizade desta santa dos tempos modernos. 

Um grande amiga do céu

Gianna amava a medicina, queria prestar serviço ao ser humano que sofre. A profissão era seu campo de missão. Especializou-se em Pediatria em Julho de 1952 e particularmente dedicou suas melhores qualidades humanas aos anciãos, mulheres e crianças.

Nos seus apontamentos está escrito: “Nós os médicos trabalhamos diretamente sobre o homem, que nos diz ‘ajuda-me’. A nossa Missão não acaba quando os medicamentos já não servem. Há uma alma que levar até Deus. Como o sacerdote pode tocar Jesus, assim também nós médicos tocamos Jesus no corpo dos nossos doentes. Que Jesus se mostre no meio de nós.

Karina Freitas faz parte da obra Shalom na Missão de Juiz de Fora/MG, é médica e residente em pediatria. Ela partilha que desde a adolescência trazia no coração o desejo pela medicina. 

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Decidi trabalhar como Médica de Família e acabei em uma cidade do Norte do Espírito Santo. Lá pude conhecer a realidade de muitas pessoas carentes, tanto de bens materiais como de atenção e amor. Na área em que eu era a médica responsável, havia um abrigo para crianças e adolescentes em situação de abandono parental. Deus foi então colocando em meu coração que a Pediatria poderia ser uma escolha frutuosa na minha caminhada”, comenta.

Karina revela que durante sua fase de preparação para a residência, ao final de uma confissão, o sacerdote que a atendeu perguntou se ela conhecia Santa Gianna Beretta Molla.

Foto: Arquivo Pessoal

Desde então tenho Santa Gianna como uma amiga do Céu. Ao fim daquele mesmo ano, com a graça de Deus e acredito que pela intercessão da Virgem Maria e de Santa Gianna consegui a aprovação na residência de Pediatria”, com previsão de término para 2025.

Finaliza: “Nós católicos somos muito felizes por termos grandes exemplos no céu, pessoas que compartilham conosco alguma particularidade da nossa vida e que nos mostram que com persistência e perseverança é possível chegar lá.”

Coração de mãe que se oferta por inteiro

Gianna manifestou o seu amor por Pietro dando louvores a Deus pelo que ele realizava nas suas vidas. Seus atos de piedade e serviço se tornavam ainda mais felizes à medida em que sua família ia crescendo com a chegada dos filhos. Grande alegria a envolvia na vivência cotidiana ao lado das crianças e do esposo.

Sua oferta foi se dando a cada dia até que chegou o momento em que seu coração de mãe ofertava-se por inteiro. Nem a dor da fibrose, nem o conhecimento de que sua vida estava em risco, ameaçaram sua decisão de dar a vida pela criança que gestava.

Testemunhos como o de Santa Gianna acontecem também ao redor do mundo sem serem conhecidos por todos. É o caso de Auriana Silva, da obra Shalom de Palmas/TO. Confira seu testemunho e a intercessão de Santa Gianna durante sua gravidez.

Um milagre de fé na gestação de Cecília

Auriana conta que após uma viagem, no quarto mês de gestação sem saber o sexo, deparou-se com um rompimento prematuro da bolsa, com apenas 15 semanas. Após ser constatado via ultrassom que ela não possuía mais líquido e que o bebê pesava 110g, lhe foi informado que ele não teria possibilidade de se formar e que em breve ela teria um aborto espontâneo.

Auriana diz que ouviu do plantonista que “o ideal era que eles interviessem logo devido à inviabilidade e às várias infecções que ela estava suscetível”. Se viu diante de questionamentos de médicos em desacordo com a conduta de não tomar antibióticos e de não se internar. Por meio de seu obstetra conseguiu alta com a observação de voltar de dois em dois dias ao hospital.

“Iniciava-se a intercessão mundo a fora por essa vida que pulsava em mim e que não desejava morrer. Minha irmã e missionária da Comunidade morava na Ásia e de lá pedia orações para seus amigos. Nossos amigos do Shalom em diversos lugares, familiares e nossos amigos no céu também estavam a interceder. Em especial Santa Gianna Beretta Molla, a qual suplicamos incessantemente por sua intercessão, que por meio desta o Senhor concedeu um milagre a um caso muito semelhante ao nosso em São Paulo, ao qual deu a ela o título de Santa”, recorda.

A partir da 25ª semana sempre que iam à urgência os médicos ficavam impressionados com a forma como a criança estava sendo gerada. Destaca que sempre havia nos prontuários a observação: aborto inevitável. 

O bebê crescia e o obstetra os conscientizou que mesmo nascendo seria mínima a chance de sobrevivência, pois provavelmente nasceria sem pulmão, muito frágil e se sobrevivesse as sequelas seriam enormes.

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“Neste ponto já não havia mais questionamentos, medo, angústia e dor. Já havíamos entregado tudo nas mãos de Deus. Ele já havia nos consolado com a passagem de João 9,1-3 “ 

Eles diziam ao médico “não queremos abortar de forma nenhuma, que se ele nascesse e na mesma hora morresse, seria feita a vontade de Deus. Neste momento suplicávamos que a nossa vontade e a de Deus fosse uma só.”

Auriana partilha das tantas incertezas que ela e o esposo traziam no coração enquanto passavam por essa cruz, “que não eram possíveis serem explicadas a olhos humanos, mas que Deus deu a eles uma paz inexplicável quando pararam de questionar e apenas aceitaram a condução de Deus.”

Se não estivéssemos com os nossos olhos fixos em Deus, na certeza de que ele é quem estaria a conduzir TUDO, teríamos cedido a medos, provocações e assédios por parte de alguns médicos e provavelmente teríamos cedido ao aborto. Não fizemos enxoval, não fizemos nada. Apenas vivíamos o agora. Chegávamos na 32ª semana de gestação com alguns sangramentos, perda de líquido a todo instante, o bebê crescendo e se desenvolvendo a cada dia, a barriga já estava pesada, lembrando que eu nunca havia deixado de trabalhar durante todo este tempo.”, diz Auriana.

Na 33ª semana da gestação, ao se dirigir à urgência em razão de contrações, ela encontrou a médica que em outras vezes quis interromper a gestação alegando que a prioridade era Auriana.

Fé e testemunho

“Meu obstetra estaria fora. Foi então que o desespero bateu porque ela disse que faria meu parto sem a existência de uma UTI Neonatal.” Questionada se levaria aquela situação até o fim, levando a criança para a UTI, Auriana partilha que “não tínhamos lutado até ali para desistirmos. Sabíamos que até ali o Senhor havia nos ajudado, e que se de fato essa criança não sobrevivesse após o parto já seria um grande milagre ser gestada em tal situação.”

Em menos de uma semana o parto precisaria ser feito em razão de vazamento de mecônio (primeiras fezes do bebê indicando sofrimento fetal). Auriana relata que ao acionar seu médico obstetra e após ter sido realizado o exame que indicaria que já estava com 5cm de dilatação, ela foi transferida para outro hospital com UTI neonatal.

Foto: Arquivo pessoal

“No preparo para a Cesária o meu obstetra disse ao médico auxiliar que não precisaria do “sugador” pois não havia líquido. Nascia Cecília às 19h de 6 de março de 2018 pesando 1.960g e 42cm ”.

Após ter passado por uma reanimação, ter sido entubada, ter seu pulmão expandido para impedir o colapso durante a expiração e iniciado a profilaxia com antibióticos, Cecília ficou hospitalizada por mais alguns dias e somente seu pé esquerdo teve uma alteração devido a posição na barriga decorrente da falta de líquido para boiar.

Ao ouvirem de Deus, ainda na UTI, que era hora de preparar o enxoval, o casal realizou o Batismo de forma discreta e “todos os dias na visita de 17h rezavam com ela, e pediam a intercessão de Santa Gianna, Santa Cecília e Nossa Senhora”. 

Cecília está com 5 anos e o casal engravidou do Arthur (apesar dos médicos terem alertado do risco de não mais gestar). O segundo filho nasceu dia 13 de abril deste ano. 

Foto: Arquivo Pessoal

Quem foi Santa Gianna ? 

Gianna nasceu em Magenta (Milão, Itália) em 04 de outubro de 1922. Desde sua infância foi educada na fé cristã com a vivência dos sacramentos.Durante sua juventude dedicou-se aos estudos de medicina, aos compromissos na Ação Católica (participação leiga no apostolado hierárquico da Igreja) e nas Conferências de São Vicente auxiliando os mais pobres e necessitados. Gianna tinha caráter reservado, gostava de música e de pintar. Foi uma mulher que apreciava a natureza por meio da contemplação, da prática do esqui e alpinismo. 

Quis ser missionária e descobriu seu chamado ao Matrimônio após conhecer Pietro Molla no ano de 1954. Consumado o casamento em setembro de 1955, Gianna empenhou-se nas atividades de esposa, mãe e médica. Faleceu após o parto da filha Gianna Emanuela e foi canonizada em 2004.

VEJA TAMBÉM | Novena de Santa Gianna Beretta Molla 

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