Um século após o incansável e fecundo ardor apostólico e evangelizador de São Patrício, junto ao povo irlandês, entra em ação um outro grande servo de Deus, Santo Agostinho de Cantuária. As informações sobre sua vida antes do dedicado serviço à Igreja são pouco conhecidas. Entre os dados registrados, estão os seguintes: nasceu em 26 de maio de 604, em Roma, e tendo recebido uma sólida educação cristã, sentiu os apelos da graça para dedicar sua vida ao Senhor.
Assim, foi recebido na ordem dos monges Beneditinos, de modo que, tendo suas virtudes destacadas diante de todos, tornou-se o primeiro arcebispo de Cantuária em 597. Além disso, esse servo de Deus também residiu no mosteiro de Santo André, fundado pelo papa Gregório Magno naquela mesma cidade. Sua vida e testemunho foram tão importantes para a Inglaterra, que modificaram até mesmo as estruturas da região. Essas mudanças externas eram reflexo de mudanças ainda mais profundas no coração do povo.
Um fato histórico que vale apena ressaltar foi que, no final do século VI, o cristianismo já tinha chegado à poderosa ilha inglesa há pelo menos dois séculos, mas as invasões e conflitos cheios de ódio e terror de bárbaros saxões da Alemanha atrasaram bastante sua propagação e quase destruíram totalmente o que esse servo conseguiu implantar.
Compromisso evangelizador e formativo
Além do anúncio querigmático da paz, que é Jesus, ele igualmente contribuiu para que suas ovelhas amadurecessem na caminhada buscando com ardor uma vida santa. Tornou-se um formador e treinador de outros evangelizadores, tanto que o Papa São Gregório confiou a esse servo a liderança e pastoreio de quarenta monges, para que juntos pudessem anunciar a salvação e a paz nas Ilhas Britânicas.
Dócil à voz de Deus, ousou corajosamente, avançando em direção aos anglo-saxões. Esses povos possuíam famas de crueldade, sobretudo nos ritos e cultos às suas divindades. Agostinho, porém, não se intimidou, foi até o rei deles e expôs seu anseio de pregar e evangelizar seus súditos, anunciando aquele que é a verdadeira paz, Jesus.
Por ação clara da graça de Deus, o rei permitiu o anúncio, de modo que os trabalhos de evangelização foram tão fecundos que, em menos de um ano, mais de dez mil pessoas se converteram e aceitaram o Senhorio de Jesus em suas vidas, inclusive o próprio rei.
Filho dócil da Igreja, discípulo e ministro da paz
Aberto e auxiliado pela orientação paterna do Papa, Santo Agostinho mergulhou ainda mais nas conduções e direções do Espírito Santo de Deus. Esse servo foi sagrado Bispo e Arcebispo, de modo que seu ardor tornou-se ainda mais fecundo e expressivo. Sua ousadia foi tamanha, que articulou e orientou toda a ajuda que teve de outros corações que, como o dele, eram apaixonados por Jesus, o Shalom do Pai, em vista da evangelização. Assim, seu ardor missionário alcançou a graça da conversão a praticamente todos os moradores da ilha.
Tamanho foi o júbilo e o louvor por uma dessas ações evangelizadoras que realizou, que entrou em uma igreja muito feliz, acompanhado de mais de 600 nativos, cujos corações receberam Jesus, o Shalom do Pai, por meio de seu ardor e parresia.
Depois de anos de amor e dedicação às obras do Senhor, Agostinho foi ao encontro de Deus, Daquele pelo qual nunca poupou a própria vida. Agostinho, então, fez sua páscoa no dia 25 de maio de 604, sendo sepultado na Igreja da Cantuária, que ainda guarda suas relíquias.
Supliquemos a Deus, por meio da intercessão desse servo, a graça de um ardor ousado e criativo, de modo que nossa inteligência e fé possam sempre criar novos meios para que o Evangelho seja anunciado nos espaços de convívio familiar, profissional, social, etc., de modo que Deus seja cada vez mais conhecido e amado.
Oração: Santo Agostinho da Cantuária, intercedei por nós junto a Deus, para que jamais temamos abraçar nossa missão e que nos sintamos sempre apoiados pelo poder divino para chegar a um feliz termo em nossa jornada. Amém!
