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Santos André Dung-Lac e Companheiros mártires

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ANDRÉ DUNG-LAC E COMPANHEIROS – 24/11/2006

CONTEXTO HISTÓRICO

Nosso contexto histórico de hoje são os anos 1800, no sudeste asiático. É a região que inclui Vietnã, Laos, Camboja, e, às vezes, Tailândia e Myanmar, antiga Birmânia. Essa região, a partir do século XVI, recebeu missionários jesuitas, frades da Ordem de São Domingose, membros da Sociedade das Missões Estrangeiras de Parisde outras organizações religiosas, fazendo florescer uma fervososa cristandade.

Contudo, nos séculos XVII, XVIII e XIX, mais precisamente de 1625 a 1886, governantes dessas regiões tudo fizeram para despertar o ódio contra a religião cristã e os discípulos de Cristo. Quanto mais perseguidos, maior o fervor cristão, tendo como resultado um gande número de mártires.

O SANTO

Hoje homenageamos um grupo de cento e dezessete mártires vietnamitas, beatificados no ano jubilar de 1900, pelo Papa Leão XIII. A maioria viveu e pregou entre os anos 1830 e 1870. Dentre eles muito se destacou o padre dominicano André Dung-Lac, tomado como exemplo maior dessas sementes da Igreja católica vietnamita.

O Papa João Paulo II, no dia 19 de junho de 1988, inscreveu esses 117 mártires no rol dos santos mártires. Entre eles, contam-se 11 missionários dominicanos espanhóis, 10 franceses e 96 mártires vietnamitas. Oito são bispos, 50 sacerdotes e 59 leigos, de diversas idades e condições sociais, na maioria pais e mães de família e, alguns, catequistas, seminaristas ou militares.

Santo André Dung Lac era filho de pais muito pobres, que o confiaram desde pequeno à guarda de um catequista. Foi ordenado sacerdore em 1823. Durante seu apostolado foi cura e missionário em diversas partes do país. Também foi salvo da prisão diversas vezes, graças a resgates pagos pelos fiéis, mas nunca concordou com esse patrocínio.

Em meio às perseguições, desejava ardentemente testemunhar Jesus Cristo com o mártirio, pois dizia que “aqueles que morrem pela fé sobem ao céu. Ao contrário, nós que nos escondemos continuamente gastamos dinheiro para fugir dos perseguidores. Seria melhor deixar-nos prender e morrer”. Finalmente, foi decapitado em 24 de novembro de 1839, em Hanói, Vietnã.

A partir de 1955, os chineses e os russos aniquilaram todas as instituições religiosas, dispersando os cristãos, prendendo, condenando e matando bispos, padres e fiéis, de maneira arrasadora. A única fuga possível era através de embarcações precárias que sucumbiam nas águas que poderiam significar a liberdade, mas que levavam invariavelmente à morte.

Entretanto o Evangelho de Cristo permaneceu no coração do povo vietnamita, pois, quanto mais perseguido maior se tornou seu fervor cristão, sabendo que o resultado seria um elevadíssimo número de mártires. O Papa João Paulo II em 1988 inscreveu esses heróis de Cristo no Livro dos Santos da Igreja, para serem comemorados juntos e como companheiros de Santo André Dung-lac.

ILUMINAÇÃO BÍBLICA EM NOSSA VIDA

Escreveu João Paulo II em sua EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL ECCLESIA IN ASIA: “Que a grande multidão de mártires da Ásia, antigos e recentes, nunca deixe de ensinar à Igreja asiática o que significa dar testemunho do Cordeiro, em cujo sangue eles lavaram os seus vestidos. Que eles permaneçam como testemunhas invencíveis da verdade que, em todo o tempo e lugar, os cristãos são chamados a proclamar, ou seja, a verdade do poder da Cruz do Senhor! E que o sangue dos mártires da Ásia seja, agora e sempre, semente de vida nova para a Igreja em todos os cantos do Continente!”

Lembremo-nos que a força que animou todos esses mártires veio do próprio mestre. Disse ele em Mateus 24, 9-13: “Em seguida vos entregarão a torturas e vos matarão, e sereis odiados por todas as nações por causa do meu nome. Muitos perderão a fé, uns trairão os outros e se odiarão. E numerosos falsos profetas surgirão e enganarão a muitos. Por causa da crescente maldade, o amor de muitos esfriará. Mas quem perseverar até o fim será salvo.”


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