Hoje faremos memória, agradecidos a Deus, pela vida e testemunho de São Bartolomeu. Esse servo foi um dos 12 abençoados que Jesus chamou para segui-lo, de modo íntimo, dando-lhes o nome de apóstolos. Sem dúvidas é alguém que vale a pena recordar. Seu nome vem da língua aramaica e faz uma referência direta ao nome de seu pai.
Bartolomeu vem de “Bar Talmay” e significa “filho de Talmay.” As narrações bíblicas não possuem muitos enfoques especiais em São Bartolomeu. Porém, há uma passagem do Evangelho de João, que o coloca entre os 12 escolhidos por Jesus. Ele também aparece com o nome de Natanael, citado em outros trechos do Evangelho. Natanael é um nome que quer dizer Deus deu. Este nome ganha um novo sentido se observarmos que Natanael veio de Caná da Galileia.
Esse servo presenciou o famoso primeiro milagre de Jesus, nas “Bodas de Caná”. Segundo a narrativa do Evangelho, o discípulo Filipe contou a Natanael (ou Bartolomeu) que tinha acabado de encontrar o Messias, Jesus, a paz completa de Deus. (cf. Jo 2,1-11). E disse-lhe ainda que o Salvador vinha de Nazaré. Natanael imediatamente respondeu segundo o costume da época, dizendo: “Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?” (Jo 1,46). Essa pergunta de São Bartolomeu mostra claramente que o Messias, ou o Salvador, era esperado como um grande general, vindo de lugares importantes de Israel, e não de um vilarejo perdido na Galileia, tal como Nazaré.
O Encontro pessoal com Jesus
Após encontrar-se com Jesus, o grande messias vindo de Nazaré, São Bartolomeu recebeu-o com alegria, fazendo, inclusive, o Mestre elogiá-lo. Jesus disse a ele: “Aqui está um verdadeiro Israelita, em quem não há fingimento.” (Jo
1,47). São Bartolomeu, surpreso com as palavras de Jesus, respondeu: “De onde me conheces?” Jesus disse, revelando a ele sua messianidade: “Antes que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas sob a figueira.&q”(Jo 1,47).
Sem dúvidas, Jesus fez menção a um momento importante na vida de Bartolomeu. Sentindo o olhar do mestre, Bartolomeu percebe que Ele realmente o conhecia. Depois desse momento, Bartolomeu decidiu segui-lo e fez a sua
profissão de fé em Jesus. Ele diz: “Rabi, tu és o filho de Deus, tu és o Rei de Israel” (Jo 3,2).
Após ser impactado com essa paz real, Bartolomeu seguiu Jesus nos três anos de sua vida pública. Ele presenciou os ensinamentos, as ações, os milagres, a morte e a ressurreição de Jesus. Ele estava em Pentecostes, no nascimento da
Igreja, e foi, com os demais apóstolos, batizado no Espírito Santo.
Esse servo ainda teve a graça de conhecer pessoalmente a Virgem Maria, mãe de Jesus. Assim aprendeu, provavelmente com ela, muito mais coisas sobre o Senhor Jesus. Tendo recebido tanto no discipulado de Jesus, ele passou a ser Apóstolo, realizando maravilhas pelo Reino de Deus, mesmo em terras longínquas.
Cheio de ardor e parresia na missão
A Tradição da igreja e outras fontes históricas dizem que Bartolomeu foi anunciar o Reino de Deus em regiões distantes de seu país. Tanto que provavelmente tenha ido pregar mesmo na região onde hoje é a Europa
Oriental. Foram imensos os frutos e as conversas sinceras como respostas de seu anúncio.
Depois dessa frutuosa missão em que muitos se converteram a Jesus Cristo e várias comunidades cristãs foram criadas, São Bartolomeu foi martirizado. Esse gigante fiel foi esfolado vivo, sua pele foi arrancada. Sua oferta a Deus se deu na cidade de Albanópolis, hoje Derbent, na região russa do Daguestão, às margens do mar Cáucaso.
Ele foi morto por ordem do governador da região, que não aceitava a fé e mensagem do Evangelho em suas terras. Há uma arte na capela Sistina onde Bartolomeu foi pintado segurando a pele de seu corpo em sua mão esquerda e,
na mão direita, uma espada afiada, instrumento usado no martírio que sofreu. Séculos depois, suas relíquias foram transportadas para Roma e estão hoje na igreja dedicada a ele.
Que Deus abençoe, por intercessão deste santo servo, todos os fiéis e seus líderes, sobretudo onde a Igreja ainda sofre algum tipo de repressão.
São Bartolomeu, rogai por nós.