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São Benedito, ministro da paz que é para todos os povos

Este santo, segundo algumas versões de sua história, nasceu em 1524 na Sicília, em família pobre e descendente de africanos escravizados na Etiópia

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Hoje, dia 05 de outubro, a Santa Igreja nos faz recordar a vida e testemunho de um servo muito fiel, trata-se de São Benedito, o Negro. Essa alma esposa de Deus era membro da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Foi um grande missionário, de modo que sua memória é reconhecida e celebrada por vários povos. Ficou conhecido como Benedito, o Mouro; Benedito, o Africano; e Benedito de Palermo. Esses títulos, por si só, já são expressões de quão grande foi o amor e o zelo com que esse missionário assumiu pelos povos aos quais foi enviado.  

Benedito nasceu na Sicília, em 31 de março de 1524, e fez sua páscoa em Palermo, em 4 de abril de 1589. Veio de uma família muito pobre e de descendência africana.  Sua família foi uma entre as tantas escravizadas na Etiópia. Há ainda outras versões que dizem que ele foi um escravo capturado no norte da África e vendido em terras europeias, prática essa, por sinal, muito comum no sul da Itália nesse período. Neste caso, tudo indica que ele seria de origem moura, e não etíope, chamado pelo apelido de “mouro” devido à cor escura de sua pele.

Jovem de alma elevada 

Aos 18 anos de idade, Benedito já havia tomado uma grande decisão: consagrar-se ao serviço de Deus. Seu desejo se realizou aos 21 anos, quando recebeu um convite feito por um monge da Ordem de São Francisco de Assis. Esse convite era justamente para viver entre eles. Benedito aceitou. Ali, fez seus votos de pobreza, obediência e castidade, compromisso que viveu com radicalidade, de modo que caminhava descalço pelas ruas e dormia no chão sem cobertas. Era muito procurado pelo povo, que desejava ouvir seus conselhos e pedir-lhe orações.

Depois de 17 anos entre os eremitas, foi designado para ser cozinheiro no Convento dos Capuchinhos. Sua piedade, sabedoria e santidade levaram seus irmãos de comunidade a elegê-lo como o superior do Mosteiro, apesar de ser analfabeto e leigo. Foi algo inusitado, já que sempre optavam por nomes que tinham também o sacramento da Ordem. Seus irmãos o consideravam iluminado pelo Espírito Santo, pois fazia muitas profecias. Terminando o tempo de serviço como Superior, reassumiu de novo, com muita humildade e com a mesma alegria, suas atividades na cozinha do convento.

Encontro definitivo com a paz completa que havia testemunhado 

No dia 04 de Abril de 1589, em Palermo, na Itália, esse Gigante fez sua páscoa, morrendo aos 65 anos. Em Portugal, ele e outros santos, como Nossa Senhora do Rosário, Santo Antônio de Categeró, Santa Efigênia e Santo Elesbão, são considerados parte das chamadas “devoções negras”. Um lembrete de que, de fato, o Verbo de Deus se fez carne e sua salvação é para todos os povos. No Brasil, este Santo é tradicionalmente venerado em alguns estados como, por exemplo, a Bahia, relacionando-o com o triste período de escravidão. 

Em Guaratinguetá (SP), desde 1726, há cavalarias em louvor a ação de graças a Deus em sua memória. Na Lapa (PR), o Santo é venerado no dia 26 de dezembro, sendo feriado municipal, já que São Benedito é copadroeiro da cidade. A história conta que, após o Natal dos senhores, no dia 25, os escravos da região celebravam o seu Natal no outro dia. Era a tradicional veneração do “Santo Negro”, dia santo de guarda para os escravos. 

A cidade abriga ainda hoje o Santuário de São Benedito, considerado o maior santuário do mundo dedicado ao Santo. Em 24 de maio de 1807, Benedito foi canonizado pelo Papa Pio VII, passando então a ser chamado de São Benedito. Que a exemplo desse santo servo, não diminuamos em nada nosso zelo e amor a Deus. 

São Benedito, rogai por nós!


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