O dia 4 de outubro sempre foi muito significativo pra mim: por causa do meu querido São Francisco de Assis e também porque há 11 anos, foi o dia em que meu pai Jorge foi para o céu. Aliás, foi meu pai que me apresentou a este santinho tão determinado, forte e apaixonado por Deus.
Francisco me ensina muito sobre amor, oferta, simplicidade, doação, conversão. Mas esse ano, ele me fez compreender a diferença entre POBREZA e NÃO TER NADA; é normal acharmos que é a mesma coisa.
Não ter nada, nos faz enxergar vazios, ausência de matéria. Enquanto o conceito pobreza, muitas vezes se limita à monetização (a falta de). Depois da morte de meu pai, pensei que eu não tinha nada, porque anos antes já não tinha a minha mainha por perto. Ficou um buraco enorme dentro de mim.
Quando comecei a participar do grupo de oração da Comunidade Shalom, fui apresentada à senhora Pobreza que o “Pobrezinho de Assis” tanto falava; não aquela pobreza de não ter nada, mas a liberdade de não precisar carregar mais do que preciso; o esvaziamento interior de todas as coisas que me impediam de viver a Perfeita Alegria.
Então eu sorri. Porque a Pobreza íntima daquele encontro com Deus que eu experienciava me fez escolher as riquezas valorosas que só quem reconstrói a casa do seu coração é capaz de compreender.
Escolhi a lembrança boa da saudade ao invés da dor da ausência. Escolhi colher flores vivas, ao invés de semear amarguras. Escolhi ser livre, inteira, eu, Deus.
As vezes, no meio do caminho, eu tropeço e caio. Aí, eu vasculho a bagagem que carrego na jornada e vejo o que mais preciso abandonar para seguir em frente, leve e pobre. Junto da Senhora Pobreza vou recontruindo a igreja do meu Senhor. Neste templo que sou eu, não cabe mais que apenas Ele, meu Altíssimo e Onipotente Bom Senhor.
A Ele são louvor, honra e glória! Pois só Ele é digno de todo amor!
Girlaine Soares
Consagrada de Aliança Shalom
Missão Shalom Rio de Janeiro