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São João Paulo II, o Peregrino do Amor

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Escrevo, neste dia, não como quem escreve sobre alguém distante, alguém desconhecido, alguém “inalcançável”.

Escrevo, pois, sobre um amigo, um pai. Escrevo sobre um homem de carne e osso, como você e eu, que me ensinou que, para ser plenamente de Deus, é necessário ter um coração plenamente humano.

Karol Wojtyla entrou na minha vida após uma celebração de Natal do grupo de oração. Discretamente, sorrateiramente, foi entrando aos pouquinhos, como quem não quer nada: um ícone, uma frase… Opa, que papel é esse? Sim, é o seu santo do ano de 2015: São João Paulo II!

Por providência, Deus quis me apresentar a Karol no meu primeiro ano vocacional (tempo de escuta de Deus acerca do discernimento da sua vocação), quando tudo ainda era tão ilusório, e fazer a vontade de Deus, para mim, ainda era algo distante e grande demais. Karol veio para colocar os meus pés no chão, e o meu coração no Céu. Ele me fez entender, por meio da sua vida – tão sofrida, mas tão cheia de sentido! – que o amor sempre é capaz de explicar todas as coisas. Fez-me entender que Deus é simples e habita, sim, na nossa humanidade, ainda que tão frágil e pecadora. Minha experiência foi marcante porque fui acompanhada, ao longo de todo o ano vocacional, por um homem profundamente desejoso de Deus, que fazia saltar de cada gesto, de cada palavra, de cada fibra do seu corpo o quanto amava a Deus e, assim, o quanto amava os homens.

São João Paulo II assim o foi, santo, não pelas muitas viagens apostólicas que fez, não pelos seus discursos proferidos em muitas línguas, não pela sua sabedoria em responder aos questionamentos que lhe eram propostos, mas por ter sido um verdadeiro Peregrino do Amor, capaz de ir até os confins do mais íntimo do coração do homem para, aí, encontrar Deus.  Assim ele o fez com tantos homens, com tantos jovens, e assim, também, comigo. Até hoje, sinto meu coração tremer ao escutar sua voz, e os olhos marejam, pelo desejo de tê-lo conhecido em vida…

Para encerrar, digo que Karol me ensinou que amar é esperar, é saber que Deus nos educa para a Sua Vontade. Em 2015, não mandei carta para pedir ingresso vocacional, após escutar de Deus que não era esse o tempo favorável. Diante de tantas lutas interiores após esse pedido de espera de Deus, apareceu-me Karol, lembrando-me que “aquele que não é capaz de esperar um só dia, nunca será capaz de amar para sempre”. Sofri a dolorosa espera do tempo de Deus, que me curou, me educou, me formou. Hoje, como postulante da Comunidade de Vida (primeiro ano de experiência dentro da Comunidade Católica Shalom), entendo o que me disse Karol naquele tempo, pois, feliz, colho os frutos da decisão por Deus, por Sua Vontade, por Seu Amor, que me fez esperar, mas sabendo que a Sua Vontade me sustentaria a esperar mais tempo, se preciso fosse.

Agora, entendo que vale a pena me decidir a esperar, no hoje, para poder amar aquilo que é Eterno.

Karol, meu amigo, exemplo de amor, de entrega, de oração. Rogai por mim, para que eu tenha um coração profundamente humano, violento e decidido por Deus como o teu! Eu quero ser santa! Eu desejo amar a Deus para sempre, com tudo o que tenho e sou, no dia sem fim que se chama hoje. 

São João Paulo II, rogai por nós!

Stephanie Araújo

Postulante da Comunidade de Vida na Comunidade Católica Shalom


Comentários

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  1. Deus te abençoe minha irmã suas palavras me tocaram muito. Eu vivi e vivo uma relação com Ele muito parecida com a sua em relação a esse amor e as marcas que deixou em minha vida por suas palavras e atitudes. Ele é um dos baluartes da Comunidade Encontro onde vivi e sou fundador. Abraço fraterno.

  2. Stephanie, minha irmã tão amada e linda, você não imagina o quanto esse seu testemunho me converteu. Tocou profundamente o meu coração. Que testemunho vivo, fervoroso e autêntico você nos deu. Sua vida é Evangelho vivo e encarnado. Te amo! Que Deus continue abrindo seus ouvidos, mente e coração para a vontade Dele. =)