Hoje (18), a Igreja celebra São José de Cupertino. Na vida deste santo, realiza-se muito visivelmente o que a Virgem Maria cantou no Magnificat: “exaltou os humildes, saciou de bens os indigentes” (Lc 1, 52-53). Como Jesus, o santo era filho de pais pobres e nasceu em um estábulo, em Cupertino, no reino de Nápoles, em 17 de junho de 1603. Entrou e foi despedido de vários conventos franciscanos, pois desde a infância era considerado limitado na inteligência, a ponto de pouco aprender e apresentar dificuldades nos trabalhos manuais. Porém, sempre progredia em oração e caridade, tendo sido conduzido ao sacerdócio pela graça de Deus. Tornou-se conhecido devido aos fenômenos místicos que Deus operava nele e através dele, como levitação e curas milagrosas. Confira trecho da mensagem feita pelo papa João Paulo II em 2003, por ocasião dos 400 anos do nascimento do santo:
“São José é antes de mais mestre de oração. Colocava no centro dos seus dias a celebração da Santa Missa, à qual se seguiam longas horas de adoração diante do tabernáculo. Segundo a mais genuína tradição franciscana, ele sentia-se fascinado e comovido pelos mistérios da Encarnação e da Paixão do Senhor. São José de Cupertino viveu em profunda união com o Espírito Santo; estava totalmente imbuído do Espírito, do qual aprendia as coisas de Deus para depois as transpor numa linguagem simples e compreensível a todos. Quem o encontrava ouvia de boa vontade as suas palavras porque, como nos é transmitido pelos biógrafos, mesmo não sendo muito culto na linguagem e escrevendo com dificuldade, quando falava de Deus transformava-se.
Em segundo lugar, o Santo de Cupertino continua a falar aos jovens e, em particular, aos estudantes, que o veneram como seu padroerio. Ele estimula-os a apaixonarem-se pelo Evangelho, a “fazer-se ao largo” no vasto oceano do mundo e da história, permanecendo firmemente ancorados na contemplação do Rosto de Cristo.
Os meus votos são por que vós, queridos jovens e estudantes, assim como também vós, que estais empenhados no âmbito cultural e formativo, sigais o exemplo de São José, comprometendo-vos a conjugar a sabedoria da fé com o método rigoroso da ciência, para que o saber humano, sempre aberto à transcendência, progrida com firmeza para um conhecimento da verdade cada vez mais pleno.
Por fim, São José de Cupertino resplandece como modelo exemplar de santidade para os seus Irmãos da Ordem Franciscana dos Frades Menores Conventuais. A tensão constante para pertencer unicamente a Cristo faz dele um ícone do frade “menor”, que, na escola do Pobrezinho de Assis, assume Cristo como centro de toda a sua existência. Torna-se eloquente o seu compromisso decidido para orientar constantemente o coração para Deus, para que nada o separe do “seu” Jesus, amado acima de qualquer coisa ou pessoa.
O testemunho deste grande Santo, que resplandece de luz singular nesta data centenária, constitui uma mensagem de vida evangélica encorajadora. Para todos os que abraçaram os ideais da vida de consagração, ela representa uma forte chamada a viver tendendo sempre para os valores do espírito, totalmente consagrados ao Senhor e a um necessário serviço de caridade para os irmãos.
Como todos os Santos, José de Cupertino está sempre na moda! Depois de quatro séculos, o seu testemunho continua a representar para todos um convite a ser santos. Mesmo pertencendo a uma época que, em certos aspectos, é bastante diferente da nossa, ele indica um percurso de espiritualidade válido para todos os tempos; recorda a primazia de Deus, a necessidade da oração e da contemplação, a adesão fervorosa e confiante a Cristo, o compromisso do anúncio missionário, o amor à Cruz.
Ao renovar os votos de que as celebrações centenárias contribuam para fazer conhecer melhor o “Santo dos voos”, invoco sobre quantos as promoveram e nelas participam a celeste protecção da Virgem Maria.
Com estes sentimentos e votos, concedo de coração a Bênção apostólica a vós aqui presentes, às vossas Comunidades e aos numerosos devotos do Santo de Cupertino da Itália e do mundo”.