Formação

São Marcelino e São Pedro, perseguidos por anunciar a paz real

Hoje, dia 02 de junho, a Igreja convida seus fiéis a voltar seus corações e memória para a trajetória de vida, de amor e fidelidade a Deus de dois grandes fiéis: São Marcelino e São Pedro. Essas almas esposas do Senhor tiveram suas vidas ceifadas pela maldade dos homens, mas plenificada de sentido pelo amor e fidelidade a seu Deus.

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Esses gigantes ofertaram suas vidas e foram martirizados, mas não negociaram o grande amor que tinham por Jesus, o Shalom do Pai entre nós. As datas dos acontecimentos e atuações desses servos não são muito precisas, tanto que há significativas discordâncias entre seus biógrafos. O que se sabe, porém, é que eram ministros ordenados, sacerdotes da Igreja e viveram no século IV.

Testemunhas da paz, numa era de grandes perseguições

Um dos acontecimentos bem registrado pela história da Igreja, que coincidiu com a trajetória e testemunho desses servos, foi justamente as grandes perseguições contra os seguidores de Jesus. Uma verdadeira chacina foi promovida contra os cristãos, efetuada por ordem do Imperador Diocleciano. Essa página dolorosa e gloriosa da história da Igreja foi confirmada por um dos sucessores de Pedro, o Papa Dâmaso que, na época, era apenas um simples adolescente.

Segundo o Papa Dâmaso, havia nos territórios de domínio Romano terríveis e sangrentas perseguições contra os fiéis cristãos. Na época, padre Marcelino era um dos sacerdotes mais respeitados tanto pelos fiéis, como pelos demais sacerdotes da Igreja. Esse servo de Deus se uniu a Pedro, outro grande sacerdote e um grande exorcista. Juntos, foram poderosos instrumentos da graça de Deus no meio do povo. Suas atuações eram tão fecundas, que muitos corações se converteram a Jesus, assumindo uma vida de discipulado.

Não demorou para que a fama dessas almas esposas de Deus se espalhasse. Tornaram-se tão conhecidos, que atraíram a admiração e o respeito até de alguns pagãos. Como resultado desse fiel testemunho, foram denunciados por compartilharem com outros corações a paz real que haviam encontrado em Jesus e no Seu Evangelho de salvação.

Ministros da paz e da libertação,  mesmo na prisão

Marcelino e Pedro foram, então, presos e submetidos a um julgamento, cujo fim já era uma “carta marcada”, devido àquele ambiente de resistência ao Evangelho de Jesus. Porém, nem mesmo a prisão e os perigos da morte esmoreceram o ardor e a parresia desses ministros da paz. Tanto que, lá mesmo no cárcere, conheceram uma outra figura, que foi alvo de mais uma ousada ação evangelizadora, trata-se nada mais, nada menos, do que Artêmio, o diretor da prisão.

Artêmio sentia-se envolvido por uma profunda paz interior ao ouvir e conviver, mesmo diante do cárcere, com esses ousados evangelizadores. Todavia, alguns dias depois, notaram que Artêmio andava triste, falando pouco. Após conversarem com ele, receberam a notícia de que sua filha Paulina estava à beira da morte, com sérios ataques de convulsões e contorções espantosas. Tanto que nem mesmo os médicos conseguiam oferecer um diagnóstico seguro de seu estado.

Os Servos de Deus então, rapidamente descobriram que se tratava de uma forte possessão maligna. Anunciaram-lhe o Evangelho e orientaram-lhe meios de libertação, mediante a fé no Nome de Jesus. Artêmio, porém, parece não ter dado credibilidade à opinião deles. Contudo, naquela mesma noite presenciou um milagre, um acontecimento que mudou seu destino.

Segundo os relatos que foram notificados pelos biógrafos, um anjo de Deus libertou milagrosamente Pedro das correntes, conduzindo-o à casa de Artêmio. Esse pai, então perplexo, apresentou-o à sua esposa, Cândida. O grande Servo de Deus disse ao casal que a cura de sua filha Paulina dependeria da conversão sincera de seus corações. Pregou-lhes os ensinamentos de Cristo e pouco depois os dois converteram-se. Resultado: Paulina, ao ser curada, uniu-se aos pais e juntos aceitaram Jesus em suas vidas, o Shalom do Pai, a paz completa.

A cruz diante de dois evangelizadores

Dias depois, Artêmio libertou Marcelino e Pedro, provocando com isso a ira de seus superiores. Os dois, então, foram recapturados, porém, mesmo dentro da prisão, continuaram a evangelizar publicamente, de modo que conseguiram várias conversões. Assim, as autoridades políticas decidiram executá-los.

Foi efetuado também um ritual de barbárie para a execução da família de Artêmio, porque era o responsável pela soltura dos sacerdotes e por terem se convertido ao cristianismo. Era o dia 2 de junho de 304, o pai foi decapitado, enquanto Cândida e Paulina foram colocadas vivas dentro de uma vala, em seguida soterradas com areia e pedras, até morrerem sufocadas.

Os corpos dos dois sacerdotes ficaram escondidos por muito tempo. Depois, foram encontrados por uma rica e fiel senhora, de nome Lucila, que desejava dar uma digna e cristã sepultura a esses que haviam-na catequizado. Não demorou para que manifestações de tantos corações alcançados pelo testemunho desses sacerdotes se espalhassem. Tanto, que o imperador Constantino resolveu construir sobre suas sepulturas uma igreja. Em 1751, foi erguida nesse lugar uma belíssima basílica, que recebeu seus nomes: Basílica de São Marcelino e São Pedro. Ali, se conserva ainda hoje a memória desses dois gigantes da fé, santos e mártires.

Que Deus nos batize constantemente com o seu Santo Espírito, de modo que nunca desanimemos diante da urgência de anunciar Jesus, a paz real.

São Marcelino e São Pedro, rogai por nós!


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