Formação

São Pedro Claver, serviu com grandeza de alma aos menores do Senhor

Entre os ensinamentos mais importantes de Jesus, que inclusive incomodou os poderosos de seu tempo, se encarnam de modo surpreendente em São Pedro Claver. “Aquele que quiser ser o maior, seja o servidor de todos” (Lc 22,24-38) “Não há maior amor do que dar a vida pelo irmão” (Jo 15,13).

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São Pedro Claver nasceu em 1580 e fez sua páscoa definitiva no ano de 1654. Seus esforços e doação de vida foram canalizados para o cuidado dos escravos que chegavam à América do Sul vindos da África. Na época, havia um “acordo tácito” na sociedade, que não os considerava como seres humanos. Por 35 anos, Pedro Claver expressou seu amor e compaixão sem limites por esses pobres abandonados, pondo em prática o conselho do grande pensador Alonso Rodriguez: “Buscai a Deus nos homens e sirva-os como sua imagem.”

Os instrumentos providentes da graça em sua vida

São Pedro Claver encontrou-se com os jesuítas pela primeira vez em Barcelona, quando era um estudante universitário. Ali, Deus seduziu seu coração e ele foi aceito na congregação em 1602.  Estudou filosofia na ilha de Mallorca, no colégio de Montesión, onde o Irmão Alonso Rodríguez, já bem conhecido por sua santidade, era o porteiro. O santo Irmão acendeu no jovem jesuíta o desejo de fazer algo por Deus, e sugeriu que ele pensasse em ser um missionário no Novo Mundo (América). Ele aceitou e foi designado para ir em missão, partindo para a Colômbia em 1610. Mesmo sem ter concluído os estudos teológicos, Pedro Claver foi para Cartagena, na costa do Caribe, onde foi ordenado Sacerdote em 1616. Essa terra seria desposada por seu zelo e ardor missionário para sempre. Passou o resto de sua vida ali, servindo e amando os pobres e os escravos trazidos da África, pela maldade dos poderosos deste mundo.

Esperava com amor os que seriam consolados por ele

Cartagena era um dos dois portos espanhóis autorizados a receber escravos. Na época de Pedro Claver, estima-se que cerca de 10.000 passavam pelo porto. Chegavam em condições horríveis: com fome, sede, feridos, doentes, após uma viagem muito longa e cheia de maus tratos. São Pedro Claver esperava-os no cais do porto, levando alimentos que tinha conseguido como esmolas. Era sempre acompanhado de ex-escravos que, também sensíveis, ajudavam-no atuando como intérpretes. Ele subia nos navios e cumprimentava os que encontrava no convés antes de descer ao porão para cuidar dos doentes. Limpava suas feridas, aplicavam-lhes pomadas e curativos e falava-lhes de Deus.

Os escravos ficavam poucos dias em Cartagena, por isso, Pedro Claver agia com rapidez para prepará-los para o batismo. Deste modo, batizou muitos escravos, embora a catequese de preparação fosse inevitavelmente limitada. Também visitava hospitais, um dos quais era para leprosos, e cuidava de prisioneiros de guerra holandeses e ingleses. Em 1650, Cartagena sofreu uma epidemia de peste, e São Pedro Claver foi uma de suas vítimas fatais, depois de ter atendido outros pacientes com a mesma doença. Foi beatificado em 16 de julho de 1850, em Roma, pelo Papa Pio IX, e canonizado em 15 de janeiro de 1888, também em Roma, por Leão XIII. 

Que Deus nos ajude, por intercessão dessa fiel alma esposa, a sermos verdadeiros cristãos, fiéis testemunhas de amor e da misericórdia no mundo e na realidade de hoje. 

São Pedro Claver, rogai por nós.  


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