Estamos num tempo propício para evangelizar. Não se pode perder nenhuma oportunidade de ‘dar de graça o que de graça recebemos do Senhor’. Precisamos ter a certeza de que as pessoas, sobretudo aquelas que de algum modo aproximam-se de nós precisam receber a Boa Notícia de que Jesus Cristo as ama. Conto-lhes este testemunho para animá-los na missão que nos une: evangelizar.
Chegando às pressas na rodoviária comprei o bilhete e encaminhei-me esbaforido para tomar o ônibus que me levaria à cidade na qual pregaria um seminário de Vida no Espírito Santo para crianças. Ao confirmar o número da poltrona um conhecido pediu-me para trocar de lugar com ele. Com isso passei adiante e sentei-me num local melhor distante do banheiro e de lado à janela.
Sabedor de que sou chamado a evangelizar sempre, em todos os momentos e circunstancias, percebi logo que a mudança de lugar ainda dava-me mais um privilégio anunciar o amor de Deus para a pessoa que ocupava a poltrona vizinha. O coração palpitou mais forte, o medo chegou mas não podia esquivar-me do imperioso chamado que brotava em meu interior.
Não lembro nem como começou a conversa e já estava eu em poucos minutos de viagem falando do amor de Deus para a Fátima (nome fictício) minha vizinha de poltrona naquela noite. Ela sempre tentava direcionar o assunto para temas que diziam respeito à doutrina da Igreja. Contive-me para não dar respostas nesse aspecto pois o que importava naquele momento era anunciar o Kérigma, o primeiro anúncio para à Fátima, precisava falar que Cristo havia encarnado-se, padecido a paixão, sofrido a morte e Ressuscitado por amor a ela.
Parafraseando santo Agostimho disse para minha ‘evangelizanda’ que todos nós possuímos um vazio dentro de nós que se assemelha um abismo profundo e que somente Deus pode preenchê-lo, ninguém mais e nenhuma situação. Falei da minha experiência com o amor de Deus que me deu um sentido e me fez experimentar a felicidade que tanto buscava. Contei-lhe da plenitude que encontro ao doar minha vida pela Igreja em favor da humanidade na comunidade. Minha interlocutora era atenta ao desdobrar da conversa.
Fátima falou-me sobre sua vida, dificulades, relacionamentos tensos e sua busca pela verdade e por aquilo que é bom e correto. Partilhou sobre sua profissão e sua busca por Deus. Deixava entrever nas entrelinhas de sua fala que ainda faltava algo e era isto que eu com o auxílio do Espírito Santo tentava comunicar-lhe.
Depois das três horas de conversa-evangelização a Fátima vendo que estava chegando ao fim do percurso retornou ao assunto do início do diálogo que parecia ter lhe deixado inquieta e indagou-me: “Vocês que vivem na Comunidade não possuem esse vazio né?”Aproveitei para falar-lhe ainda mais que o amor de Deus pode realizar todas as coisas na vida de uma pessoa.
A viagem estava chegando ao final mas não meu compromisso com a evangelização da Fátima que só terminará quando ela fizer sua experiência pessoal com Jesus Cristo e se tornar uma evangelizadora. Tomei nota de telefones e e-mail para continuar o anúncio do Amor que é capaz de transformar o coração do homem por mais empedernido que ele esteja.
Não descansei na viagem, contudo fui invadido por uma imensa felicidade fruto da missão abraçada de evangelizar. Percebi que não podemos nos deixar paralisar pelo medo e as pessoas precisam ouvir falar das maravilha que Deus operou em mim. Só restava agora ir para o seminário de Vida das crianças…mas isso é outra história.
Neste mês de julho aproveite para exercitar a evangelização. Dá para fazer uma excelente oficina. Não perca tempo e não se dê descanso. Precisamos evangelizar.
Francisco Vanderlúcio Souza
Vanderluciosz@yahoo.com.br