Igreja

Semana do Papa: Quaresma, caminho de cura

‘A oração, a caridade e o jejum são os meios principais que permitem a Deus intervir na nossa vida e na do mundo. São as armas do Espírito’, ressalta o Pontífice.

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Na semana que começou o período da Quaresma, na quarta-feira (02), o Papa Francisco recordou a convocação pelo Dia de jejum e oração pela paz no mundo, em especial pela situação da Ucrânia.

Oração pelos que sofrem sob o bombardeio

Após apelos contra as armas e de ajuda humanitária à população, através da conta @Pontifex, o Papa formula uma oração. Acompanhada de uma imagem perfil do Pontífice com a cabeça curvada no ato de rezar, a oração é especialmente dedicada àqueles que agora estão “sofrendo pela guerra”, como ele disse na audiência geral. O texto é seguido dos hashtags #PreghiamoInsieme e #Ucraina. O tuíte foi traduzido para o russo e o ucraniano.

(Imagem/ Reprodução @pontifex_pt)

“Senhor, escutai a oração de quantos confiam em Vós, sobretudo dos mais humildes, dos mais provados, daqueles que sofrem e fogem sob o estrondo das armas. Colocai de novo a paz nos corações, concedei aos nossos dias a vossa paz. Amém”.

Oração, caridade e jejum são remédios para todos

Segundo o Pontífice, “se a oração for verdadeira, não pode deixar de se traduzir em caridade. E a caridade nos liberta da escravidão pior: a escravidão de nós mesmos. A caridade quaresmal, purificada pelas cinzas, nos reconduz ao essencial, à alegria íntima que existe no dar. A esmola, dada longe dos holofotes, dá paz e esperança ao coração”.

Sobre o jejum neste período, o Papa afirma que não pode ser vista como uma dieta. “O jejum nos leva de novo a dar o justo valor às coisas. Concretamente, recorda-nos que a vida não deve estar submetida ao cenário passageiro deste mundo. O jejum não deve se restringir apenas ao alimento: especialmente na Quaresma, deve-se jejuar daquilo que gera em nós dependência. Cada qual pense nisto, para fazer um jejum que incida verdadeiramente na sua vida concreta”, explica Francisco.

Quarta-feira de cinzas, por Papa Francisco

O rito das cinzas, que recebemos sobre a cabeça, quer subtrair-nos ao encandeamento de preferir a recompensa junto dos homens à recompensa junto do Pai. Este sinal austero, que nos leva a refletir sobre a caducidade da nossa condição humana, é como um remédio de sabor amargo, mas eficaz para curar a doença da aparência. É uma doença espiritual, que escraviza a pessoa, levando-a a tornar-se dependente da admiração dos outros. É uma verdadeira «escravidão dos olhos e da mente», que nos induz a viver buscando a vanglória, de modo que conta não a pureza do coração, mas a admiração do povo; não o olhar de Deus sobre nós, mas como nos olham os outros. E não é possível viver bem, contentando-se com esta recompensa. […]

A Quaresma é um tempo que o Senhor nos deu para voltarmos a viver, sermos curados interiormente e caminharmos para a Páscoa, para aquilo que não passa, para a recompensa junto do Pai. É um caminho de cura. Não para mudar tudo da noite para o dia, mas para viver cada dia com um espírito novo, com um estilo diferente. Para isto servem a oração, a caridade e o jejum: purificados pelas cinzas quaresmais, purificados da hipocrisia da aparência, reencontra-se a força plena para voltar a gerar uma relação viva com Deus, com os irmãos e consigo mesmo.

>> Confira o texto na íntegra

Outros compromissos da semana

O Papa Francisco prosseguiu com a catequese debatendo sobre a velhice na Audiência Geral desta semana (02/03), realizada na Sala Paulo VI, no Vaticano, que teve como tema “Longevidade: símbolo e oportunidade”.

Segundo o Papa, “a velhice certamente impõe ritmos mais lentos: mas não são apenas tempos de inércia. De fato, a medida destes ritmos abre, para todos, espaços de significado da vida desconhecidos pela obsessão da velocidade. A perda de contato com os ritmos lentos da velhice fecha estes espaços para todos”. “Foi neste contexto que quis instituir a festa dos avós no último domingo de julho”, sublinhou.

No dia 4 de março, na Sala do Consistório, o Papa Francisco presidiu o Consistório Ordinário Público para a votação de algumas Causas de Canonização. E neste mesmo dia, houve um encontro com a Liga Italiana de Luta contra os Tumores, o Papa definiu o associacionismo “um testemunho importante diante da indiferença” e “de uma mentalidade que gostaria de excluir quem não é perfeito”.

Em uma sociedade em que os idosos não falam com os jovens, os jovens não falam com os idosos, e os adultos não falam com os idosos e nem com os jovens, é uma sociedade estéril, sem futuro, uma sociedade que não olha para o horizonte, mas olha a si mesma, e se torna sozinha. Que Deus nos ajude a encontrar a música adequada para esta harmonização das diferentes idades, crianças, idosos e adultos, todos juntos, uma verdadeira sinfonia de diálogo”, concluiu o Papa.

Com informações de Vatican News


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