O Domingo de Ramos é o início da Semana Santa. Jesus entra em Jerusalém e é recebido com festa, mas já ali começa Sua caminhada rumo ao Calvário, e, assim, à consumação da Salvação. Primeiro o Senhor é adorado e, dentro de poucos dias, é crucificado.
Esse domingo é assim chamado porque, como se observa nos Evangelhos, o povo aclamou Jesus em sua entrada em Jerusalém elevando ramos de palmeiras, enquanto saudavam-No: “Hosana ao filho de Davi! Bendito seja aquele que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus!” (Mt 21,9).
Quinta-feira Santa: O dia da humildade
Passadas a Segunda, Terça e Quarta-feira Santas, nas quais a Liturgia nos insere cada dia mais na dinâmica da Paixão do Senhor, chega a Quinta-feira Santa. Ela dá início ao Tríduo Pascal, com a Missa da Ceia do Senhor e do Lava-pés.
O “Lava-pés” tem seu sentido na expressão máxima da frase de Jesus: “Eu vim para servir, não para ser servido”. Ao lavar os pés dos discípulos, Ele nos deixa um exemplo de amor ao próximo. Nessa Missa também se recorda a instituição da Eucaristia, que aconteceu na Ceia do Senhor, e do sacerdócio. Ao final da celebração, acontece a “Transladação do Santíssimo”, na qual o sacerdote recolhe as Hóstias Consagradas e as deposita no sacrário. É um dia de silêncio e recolhimento, especialmente de adoração a Nosso Senhor Jesus Cristo, que vai entregar-Se como sacrifício.
Sexta-feira Santa: o Amor falou mais alto
A Sexta-feira Santa é quando recordamos o dia em que Cristo se entregou como vítima pela humanidade. Nesse dia não há Missa, sendo a celebração dividida em: Liturgia da Palavra com o Evangelho da Paixão, adoração da Santa Cruz e distribuição da Comunhão.
Somos convocados a, em espírito de penitência, observar o jejum e a abstinência de carne, como também a um recolhimento ainda maior. Para preservar o silêncio, em postura de respeito, recomenda-se que as diversões sejam suspensas e os prazeres, mesmo que legítimos, sejam evitados. Não significa que a Sexta-feira Santa deva ser um dia de luto, mas sim de oração e silêncio interior, na meditação sobre a morte do Senhor a fim de contemplar Seu infinito Amor por nós.
Sábado Santo: o silêncio também é amor
Na noite do Sábado, celebramos a Vigília Pascal, o centro da Semana Santa. Passados os dias de angústia pela morte do Senhor, agora esperamos ansiosos por Sua gloriosa Ressurreição. É nesta noite Santa, a mãe de todas as vigílias, em que somos chamados a proclamar a vitória de Jesus Cristo sobre a morte.
Por isso, a celebração da Vigília Pascal é densa e grande, tendo quatro partes: A liturgia da Luz, onde há a bênção do Círio que nos lembra que Cristo Ressuscitado é a Luz do mundo e venceu as trevas da morte; a Liturgia da Palavra, que nos leva a meditar sobre as promessas de Deus a nós desde a criação do mundo até a morte e ressurreição de Cristo, cumprindo-se a Nova Aliança; a Liturgia Batismal, na qual renovam-se as promessas do batismo e, por fim, a Liturgia Eucarística, o ponto alto da noite pascal.
Páscoa: o Amor vence o medo
Enfim chega a Páscoa, a grande celebração da Ressurreição de Cristo. Esse dia é o centro de toda vida da Igreja e representa o início do Tempo Pascal, período que dura cinquenta dias e é vivido com profunda alegria. Diz o Catecismo da Igreja Católica: “A Páscoa não é simplesmente uma festa entre outras: é a «festa das festas», a «solenidade das solenidades», tal como a Eucaristia é o sacramento dos sacramentos (o grande sacramento).” (1169).
Por isso, ainda que na vivência mundana a Páscoa tenha outros significados, devemos ter em mente o seu real sentindo, buscando vivê-la em espírito de celebração e louvor a Deus por tudo que realizou por nós.
Que desde já nós possamos preparar nossos corações para bem viver esta Semana Santa que se inicia, para que não seja apenas mais uma semana, mas um grande caminho de conversão e mudança para nossas vidas. É o próprio Senhor quem nos convoca a seguir Seus passos e abraçar a Cruz, certos de que também com Ele ressuscitaremos.