“Vamos rezar antes de comer”. “Joaquim, você não quer rezar o terço comigo”. “Reza hoje comigo, mãe?”, “Pai, vou confessar e já volto”. Estas são algumas frases que Maria Cecília, uma menina de 11 anos, costuma falar em sua casa ou na igreja e eu, como seu pai, só tenho de louvar a Deus por ela buscar a cada dia seguimento a Cristo.
Claro, não é construído de um dia para o outro. Começa no seio familiar, mas o seu entorno também é muito importante. E o tempo de pandemia fortaleceu sua intimidade com o Senhor. Antes, é bom contextualizar. Maria Cecília é a mais velha e tem quatro irmãos (três meninos – o Joaquim é um deles – e uma menina) e seus pais somos eu, Thiago, e minha esposa, Michele, consagrados na Comunidade de Aliança do Shalom, e estamos na Missão de Santo André (no Grande ABC paulista).
A gente sempre tenta dar o exemplo em casa, mas a Maria Cecília tem algo de especial. Ela sempre buscou a intimidade com o Senhor. E no tempo que todos fomos obrigados a ficar trancados em nossas casas, ela se inquietou. Ela via a gente no grupo de oração ou na célula e também queria participar. Foi quando surgiu a oportunidade de um grupo para crianças bem longe da gente, da Missão de Salvador, na Bahia.
“Primeiro, falaram que teria um evento para crianças nesta Missão. Aí, eu participei e achei muito legal, mesmo sendo de outra Missão. Depois, começou um grupo de oração e era aos sábados, às 15h. Durava mais ou menos uma hora. A gente rezava bastante, dançava as músicas de Deus e as atividades também eram divertidas. Líamos as passagens da Bíblia e partilhávamos”, recorda minha filha. “Ah, uma vez por mês, a gente rezava o terço”.
Ela também destaca outro ponto importante para todos, especialmente para crianças, pré-adolescentes ou adolescentes. “Muito bom porque conheci pessoas novas que tinham o mesmo interesse que eu, como saber mais de Deus”.
E assim foi no tempo de pandemia. Depois, com flexibilização, graças a Deus, os grupos foram retornando ao presencial. Mas a Maria queria continuar neste grupo de Salvador. “Daí, foi ficando menos gente online, até que começou a ficar somente eu no online. Foi por um tempo assim, enquanto os outros estavam no presencial”.
Com tudo voltando à normalidade, minha filha não participou mais no grupo. Porém, a semente foi plantada. Ainda naquela época, ela entrou na catequese, se tornou coroinha numa paróquia em São Bernardo do Campo (cidade vizinha à de Santo André), recebeu o Sacramento da Primeira Comunhão e hoje participa da Perseverança. Maria Cecília também foi ovelha de um grupo online da própria Missão de Santo André. “Aprendi a rezar melhor o terço neste grupo”.
Hoje, além de suas atividades, é bom vê-la acompanhar os dias de estudo bíblico, o terço e os jornais da TV Canção Nova. “Agora, estou na torcida para que haja um novo grupo de oração para crianças da minha idade. Quero estar com crianças que buscam a Deus e assim posso também convidar coleguinhas para ir a este grupo”.
O que nós podemos fazer é rezar para que novos grupos Kids apareçam em nossa comunidade, enquanto, nós, como pais, também devemos fazer nossa parte na evangelização, como a oração em família que a comunidade nos oferece, como o Beraká.
Thiago Silva
Consagrado da Comunidade de Aliança