Shalom

Ser mãe é rezar pelo Céu dos filhos

Narla é missionária consagrada da Comunidade de Aliança Shalom, mãe de cinco filhos; a sua maior preocupação é formar filhos santos, com base nas virtudes, hábitos básicos e saudáveis.

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(Arquivo pessoal)

A história da mãe homenageada de hoje vem de Brasília, é de Narlla Bianne de Sales Bessoni, consagrada da Comunida de Aliança Shalom, casada com Camilo Araujo Bessoni, mãe de Tomé, 6 anos, Aurora, 5, Emanuel, 3 e Clara de 8 meses e está grávida pela sexta vez. Tudo começou quando ela ainda era vocacionada da comunidade e conheceu o Camilo, na época, postulante.

Narlla estava descobrindo o jeito como Deus queria amá-la no carisma e na caminhada com o namorado, e depois noivo. Ela notava que o novo de Deus para a sua vida era muito grande, “Deus me ensinava a falar, a me portar, eu estava recebendo novas lentes para ver melhor o mundo e a própria vida”, já não eram mais as vontade próprias, mas sim a vontade de Deus na vida dessa jovem. E desde o início do relacionamento deles, colhia-se os marcos do abandono e da providência de forma material e espiritual.

Se abrir à vida

Casados, foram aprendendo sobre a abertura à vida, e foram também motivados por casais que eram exemplo. Um amigo dizia que “o melhor momento para uma mulher engravidar é quando ela engravida”, e assim ela pode conhecer e compreender o magistério da vida. A finalidade do matrimônio é se abrir à vontade de Deus e acolher os filhos que Ele dá. Foi uma promessa feita, por eles, no altar. Vieram as gestações. Porém, Narlla sempre sofreu muito, pois ela tem uma condição rara que atinge em média 2% das grávidas, chama-se hiperêmese gravídica, é a ocorrência de enjoos e vômitos incontroláveis durante toda a gestação, resultando em desidratação, perda ponderal e cetose.

Na última gestação, precisou, inclusive, ser hospitalizada. Nesses momentos gestacionais, ela colhe, que mesmo no sofrimento, é preciso e possível mergulhar na esperança de que Deus utiliza do corpo dela para fazer a vontade Dele.

“Mais do que ficar se lamentando, porque é sofrido, eu choro e sofro, sim, fico medicada por nove meses, é um desafio. E nos três primeiros meses é ainda pior, porque não posso tomar remédio, já que pode prejudicar a formação do bebê. Já amanheço vomitando. Olho pra essas dificuldades, e vejo quantas mulheres não conseguem gerar, então minha dor é muito pequena, por mais que sejam incômodos difíceis de lidar diariamente. Vejo a grande graça de perceber que eu posso viver isso de uma forma sobrenatural, e não é mérito meu, é graça que Deus me dá”, afirma.

Narlla e sua família

A cada filho, um aprendizado

A missionária relata que, a cada filho que chega, tende a achar que já sabe de tudo, “é só mais um, mas, neste momento, vejo a graça, como Santa Teresinha fala em fazer das coisas pequenas, dores, incômodos, ofertas para o Senhor e, assim, construir edifícios espirituais”.

No primeiro trabalho de parto, que durou média de 14h (foram todos normais), Deus deu a ela a inspiração em oferecer por intenções. Em cada contração, era uma intenção específica. No coração dela existe a certeza, de que Deus recebeu essas dores, que teve a graça de ofertar por outras pessoas e colher frutos, milagres e muitos testemunhos, a partir desta forma de interceder. 

“’Deste-me um corpo e com prazer faço a vossa vontade (Sl 39)’ na  dimensão da vida consagrada, caso eu não casasse e tivesse filhos, eu acho que Deus encontraria outra forma de me salvar, mas este é o meu chamado. E dentro dessa realidade, eu sou extremamente posta para fora de mim, são desafios diários. Coisas que vivo diariamente. Vivo uma constante reconciliação com o tempo, em perceber que eu ofertei a minha vida para Deus, para a comunidade, a humanidade, e para os meus filhos, mesmo tendo cuidado com minha saúde, tudo seja em vista de amar mais e amar melhor. Ser uma mãe melhor, uma consagrada e uma formadora que consegue ter misericórdia, receber de  Deus a misericórdia e ser capaz de oferecer a misericórdia de Deus às pessoas, à vida comunitária.”

Uma família numerosa?

De acordo com alguns índices, uma família que passa de 5 integrantes, já é considerada numerosa, mas para a Família Bessoni, não.

“Eu não acho a minha família numerosa, mesmo já saindo do padrão, acho que é um sinal de Deus. Uma família, mesmo que não dedique nenhum empenho em anunciar, só pelo fato de existir já é uma evangelização. É um sinal de que Deus confia  na humanidade, que Deus ama o homem e se importa conosco. É um grande dom, a gente passa pelas pessoas, elas sorriem e nós devolvemos um sorriso, se tem algum comentário maldoso, nós também respondemos com um sorriso. Porque não é mérito nosso, quem dá a vida é Deus, nós a acolhemos e assumimos, vivendo com muita alegria e gratidão.

Evangelizando em casa

A evangelização em casa é algo muito importante para esta família. Eles meditam e rezam juntos, têm uma rotina que visa dar o melhor desempenho a cada função e, também, de acordo com o que a vida de uma casal consagrado exige. Um exemplo, pelo menos uma vez por semana, as crianças ouvem um capítulo de “História de uma alma”, e com a biografia de Santa Teresinha, Narlla e Camilo se motivam ainda mais a serem pais virtuosos.

Se Deus não tivesse dado a Teresinha pais que a formassem na santidade, ela correria o risco de perecer na condenação eterna e isso me toca muito. Embora com consciência da missão de evangelizar nossos filhos, de apresentar Jesus como amigo, bom pastor, a história da família Martin, em ter tem toda uma rotina, era um lar que inspirava a santidade, estava imerso da história dos santos, nos evangelhos, nas práticas piedosas, eu até penso no meu caminho pessoal de conversão, mas eu penso, ainda mais, no céu dos meu filhos”, diz emocionada.

Testemunhando nas redes sociais

Narlla tem um perfil no Instagram, @narllamaedascrias, com mais de 12 mil seguidores, além do site e blog com conteúdos diversificados, falando muito sobre rotina e maternidade, hábitos básicos que se tornam virtuosos, organização, e-books de caderno de atividades e otimização de tempo, além do livro “Família, caminho para o céu”, escrito com o marido.

“As redes sociais foram uma surpresa. No dia que decidi falar sobre maternidade, eu estava chorando entre os dois berços, após uma noite muito difícil. Estava chorando muito, falei pra Deus que não queria mais ter filhos, porque era muito difícil, peguei meu celular e fui navegar na internet. Na época, só tinha gente que falava que ter filhos era difícil, voltei a falar com Deus, não é possível que tem que ser assim, não é difícil sempre. Se eu me render ao que é difícil, eu nunca vou crescer, se eu acredito que o amor expande, que o amor faz a gente crescer, que o Senhor é o amor, que o Espírito Santo, que é amor, faz milagres, eu preciso acreditar que já que eu me abri a corresponder a sua graça. Eu vou ser capaz de viver a maternidade de forma reconciliada e de forma amorosa, então eu vou falar sobre isso. Assim, criei o ‘Mãe das crias’”, relata.

Dar o melhor de si

Ela continua fazendo o melhor que pode e que consegue. Sendo uma mãe comum que procura colocar, com muita responsabilidade e sobriedade, cada posicionamento, pois sabe que há pessoas a acompanhando e, ao mesmo tempo, ela tenta ser um alfinete que estoura um balão. “Às vezes, nós mães, estamos dentro de balões, imersos em nossas dificuldades e desafios e não conseguimos enxergar o que tem fora, aí envolve a rotina, organização pessoal para viver o que é importante, não pra ter uma vida perfeita, mas para ser capaz a dar importância ao que é importante”, afirma. Dentro do trabalho de evangelização, a Comunidade ajuda muito na formação humana e, a partir disso, ela pode repassar os ensinamentos básicos, com base no Catecismo, aprender a ter o domínio, sem uma vida caótica.

(Arquivo pessoal)

A Virgem Maria deu um sim incondicional aos planos de Deus, sem ver e sem perceber, gerou para o mundo a salvação. Narlla deu sim aos planos de Deus, abdicando de possíveis sonhos e projetos e, hoje, busca constantemente gerar e formar os filhos para o céu. Assume todas as responsabilidades da vida consagrada, do matrimônio e da maternidade. Mas ela se dispõe, e assume as responsabilidades, deixa de olhar a limitação humana e se abre totalmente para a contemplação do projeto amoroso e abrangente, onde Deus se utiliza da integridade desta mãe, para atingir corações, salvá-los e resgatá-los.

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