A figura do pai numa família é de uma importância extraordinária, e na Sagrada Família não foi diferente. Estando sob os cuidados de São José, Maria e Jesus viveram sabendo que estavam diante de um servo digno de Deus, que em tudo buscava obedecê-Lo, e portanto, estavam seguros.
Na família de Nazaré, diante de Maria, a Imaculada, e Jesus, o próprio Deus feito homem, José era o menor dos três, apenas um homem justo, que acolheu os desígnios de Deus e, com humildade assumiu seu papel de pai adotivo do Menino, sendo o exemplo e a fortaleza que ele necessitava enquanto crescia em estatura e sabedoria.
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Como chefe da família, era a São José que o anjo mostrava as direções que deveriam tomar, quando fugiram para o Egito e em todas as outras fugas que foram necessárias para proteger Jesus. Ele também ensinou ao Menino muito além da carpintaria, pois com seu exemplo de servir, sempre colocando as necessidades dos outros a frente das suas, pôde mostrar que o amor se prova no concreto de cada dia.
O Papa Francisco, em algumas de suas catequeses e cartas, já apresentou várias características de São José que são verdadeiros exemplos para os chefes de famílias:
José, o esposo de Maria
Especialmente nas relações de amor, de afeto, temos dificuldade em passar da lógica do apaixonamento para a do amor maduro. E temos de passar do apaixonamento para o amor maduro. Vós, recém-casados, pensai bem nisto. A primeira fase é sempre marcada por um certo encantamento, que nos faz viver imersos num mundo imaginário que muitas vezes não corresponde à realidade dos factos… Com efeito, amar não é pretender que o outro ou a vida corresponda à nossa imaginação; pelo contrário, significa escolher com total liberdade assumir a responsabilidade pela vida que nos é oferecida. É por isso que José nos dá uma lição importante, ele escolheu Maria “com olhos abertos”. E podemos dizer que com todos os riscos. (Audiência Geral de 01 de dezembro de 2021)
José, o pai adotivo de Jesus
Na sua função de chefe de família, José ensinou Jesus a ser submisso aos pais (cf. Lc 2, 51), segundo o mandamento de Deus (cf. Ex 20, 12).Ao longo da vida oculta em Nazaré, na escola de José, Ele aprendeu a fazer a vontade do Pai. Tal vontade torna-se o seu alimento diário (cf. Jo 4, 34). Mesmo no momento mais difícil da sua vida, vivido no Getsémani, preferiu que se cumprisse a vontade do Pai, e não a sua,[16] fazendo-Se «obediente até à morte (…) de cruz» (Flp 2, 8). Por isso, o autor da Carta aos Hebreus conclui que Jesus «aprendeu a obediência por aquilo que sofreu» (5, 8). (Carta Apostólica Patris Corde)
José, um homem que enfrentou problemas
O Evangelho não dá informações relativas ao tempo que Maria, José e o Menino permaneceram no Egito. Mas certamente tiveram de comer, encontrar uma casa, um emprego. Não é preciso muita imaginação para colmatar o silêncio do Evangelho a tal respeito. A Sagrada Família teve que enfrentar problemas concretos, como todas as outras famílias, como muitos dos nossos irmãos migrantes que ainda hoje arriscam a vida acossados pelas desventuras e a fome. (Carta Apostólica Patris Corde)
São José, o intercessor fiel das novas famílias
O pai providente que São José foi, cuidando de todos os detalhes para que os seus tivessem o necessário para uma vida digna, não se restringe a sua pequena e santa família.
Ainda hoje podemos contar com as providências do pai de Jesus, que também se coloca como chefe das famílias que a ele se confiam e pedem a sua intercessão nas mais diversas dimensões. Veja o testemunho de Larissa Moura, consagrada da Comunidade de Aliança, na Missão de Natal:
“Quando noivamos, Rodolfo e eu passávamos por um período financeiro difícil, e ainda não tínhamos onde morar. Além de fazermos o que estava em nosso alcance por vias humanas, iniciei uma novena perpétua a São José nessa intenção, até que um dia (quando meditava com São José sobre os espaços sagrados) eu tive um sonho: Estava em um local onde eu sentia ser minha casa e, ao sair, me deparava com um endereço e até ponto de referência.
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Um dia passamos por esse mesmo local do sonho e percebemos que lá havia um condomínio, e resolvemos entrar. Havia um apartamento para alugar, o porteiro liberou a entrada, nos apaixonamos… Mas o valor do imóvel era muito superior ao nosso orçamento.
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O tempo foi passando, faltavam 40 dias para o casamento, e ainda não havíamos conseguido um lugar. Nos colocamos diante de Deus pedindo para que nos apontasse o local, e novamente ele mostrava o prédio em que sonhei após rezar a novena.
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No dia seguinte liguei para o corretor contando toda essa história (imaginam? rs), mas com muita boa vontade ele me explicou que o aluguel não podia diminuir. Foi aí que na mesma semana, espontaneamente, um amigo querido nos ofereceu um valor de presente de casamento, que era exatamente a diferença que não podíamos pagar, pelo tempo que a gente precisasse.
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Após muito diálogo, em um passo de fé, alugamos e entramos nesse imóvel 40 dias antes de nos casarmos, certos de que Deus nos havia guiado até lá e nos mostraria os meios de sustentar nossa família. E um mês depois do nosso casamento, no dia de Santa Teresinha, Rodolfo passou em uma seleção que nos permitia pagar o aluguel do imóvel e iniciar com dignidade a nossa trajetória familiar.”
Por Aline Rodrigues – Núcleo de Jornalismo