Institucional

Servir, nada mais reter, tudo doar

comshalom

Foto Para Matéria“Eu quero tudo ofertar”, quantas vezes cantamos, dizemos estas palavras com toda força declarando isso diante de Jesus? Mas muitas vezes me pergunto: realmente vivo isso ou está sendo um dizer da boca para fora? Pois nós somos humanos, fracos, o mundo vai girando e quantas vezes paramos em nossos erros ou porque estamos olhando demais para os outros e, então, iniciam os apontamentos e julgamentos. Acho que todos nós já passamos por isso, porém, não podemos ter um coração assim, mas pedir a Deus que inflame nosso coração de amor esponsal, pois um coração abrasado por este amor a tudo se dispõe, tudo faz, pois sabe que é Jesus Cristo o motivo de tudo. Como vocacionada, pude experimentar a glória de Deus se manifestando de forma visível em minha vida.

Começamos, então, as motivações para evangelização, pois iria acontecer em nossa Missão (O Shalom de Belo Horizonte) o Retlazer®, retiro que acontece todos os anos para os jovens, um Seminário de Vida no Espírito Santo que também tem momentos de lazer e convivência. Eu estava em um tempo da minha vida em que observava certas realidades, colocava questionamentos e dentro de mim havia uma enorme paralisia no rezar, no servir. Mas Deus, com sua infinita misericórdia, sempre me dizia “Eu estou cuidando de tudo”.

Durante este mês antecedente ao retiro, o pessoal me perguntava “Mari, vai ao Retlazer®? Mari, vai servir em quê?” Mas eu, interiormente no meu desânimo, dizia “não vou gente”. E por ali tentava já encerrar o assunto. Achava um pouco estranho essa ação minha, pois sempre fui muito ativa, ainda mais servir para os jovens. Participava de tudo e pela primeira vez não iria. Os dias foram passando até que chegou e logo cedo alguns irmãos da Comunidade começaram a me mandar mensagem: “Mari, você realmente não vai? É pelos jovens, Mari!”. Tentavam me motivar, e meu coração, havia uns dias, como diz nosso fundador, já ardia com aquela santa inquietação.

Então, desliguei o celular e fui rezar, pois não tinha feito isso ainda, ouvir de Deus qual era a vontade Dele, se era para eu ir mesmo ao retiro. Então, em oração, Deus me fazia lembrar a passagem da pecadora que todos iam apedrejar, mas Jesus começa a escrever na areia os pecados daqueles que ali estavam. Jesus me dizia: “Pare com seus apontamentos, volte para você, veja também seus erros”. Era como se Jesus me dissesse: “Quer que eu os escreva aqui na areia também?”. E ainda falava: “Vá, eu preciso de você”. Na mesma hora, falei: “Está bom, Senhor, mas eu não me confessei nem nada”. E Deus me dizia: “A minha graça te bastará”. As horas passaram depressa, foi a conta de chegar do estágio, arrumar as malas e ir.

Chegando ao Centro de Evangelização, o pessoal disse: “Ué, Mari, Deus venceu hein?!”, e eu respondi: “Ele sempre vence”. Ao chegar lá e ver que havia inúmeros jovens que nunca tinham ido ao Shalom, comecei a sentir o motivo da minha oferta. Os participantes foram para o retiro e alguns servos, vocacionados a maioria, ficamos esperando um transporte para nos levar até o sítio onde iria ser realizado, e ali mesmo um irmão pegou o violão e começamos com nossa juventude a erguer um louvor, que foi tomando força, e começamos a cantar músicas para Nossa Senhora: “Existe um lugar onde você se sente seguro, existe um lugar onde o mal não pode te atingir, vem para o colo da mãe…” E uma irmã veio emocionada chamar-me, e falou que estava no último mistério do terço e sentia muito forte a intercessão de Nossa Senhora, pois muitos muros já se levantavam, obras iam aparecendo, mas em todo tempo vinha em seu coração: Nossa Senhora vai à nossa frente, Deus é por nós. Quanto mais forte cantávamos essa música para Nossa Mãe Maria, mais ali mergulhávamos na graça do Pai. Já era tarde, um transporte nos buscou e fomos. Sentia que aquele momento foi como que um clamor a Deus para que Ele nos enviasse e, ali, o coração era reavivado desde já para levar Jesus àqueles jovens.

Ao chegar, fomos ajudar a arrumar o local das pregações, animação e outras atividades, em seguida fomos descansar um pouco. Mas logo bem cedo já levantamos. Não havia cansaço, pois ali tudo fazia sentido, valia a pena ir ali ao encontro de cada um. Logo me falaram que eu seria mãe de família, além dos outros serviços que eu já tinha. Algo que acontece sempre em nossos retiros é a divisão em “Equipes”, para todo o retiro participarmos juntos do lazer e de várias atividades. Confesso que surgiu dentro de mim uma força muito grande que vinha de Deus, rezar, aconselhar cada jovem ali e ver que era pura graça do Altíssimo ir conhecendo histórias, realidades, corações que ali chegaram fechados, mas a misericórdia do Senhor, que foi batendo à porta, foi dando a restauração, renovação. Era claro ver que estávamos sendo canais da graça do Senhor, de forma muito clara, pude presenciar a mão de Deus em manifestações visíveis na vida de cada jovem que o Senhor me confiou ali. Vi que o Senhor quis precisar de mim, que Ele não me deixou parada. Tudo isso reavivou o meu vocacional, reinflamou o coração em meio a todas as dificuldades que ocorreram. Através dos irmãos, Deus manifestou Sua bondade hora alguma nada deixou faltar, e toda tribulação, tudo que ia surgindo, nada era maior do que a vontade do Senhor em atrair o coração dos jovens para Ele.

Diante disso, só me restou corresponder e dizer com toda a verdade do coração: Senhor a tua graça me basta, só ela me basta. Um dia após o término do retiro, uma irmã vocacionada, a quem tenho bastante amizade, mandou-me uma mensagem linda, dizendo que sabia como eu estava antes do retiro, pois havia partilhado com ela dias antes, mas que tocou ali na bondade do Senhor ao me ver servindo em meio dos jovens, levando a alegria do Senhor, sendo sustentada por Ele. Por isso, meus irmãos, quando o Senhor inquietar seu coração escute, por mais questionamentos, medos, tudo o que nossa humanidade diz, não deixe isso paralisar, mas confie, pois Ele já está cuidando de tudo. Ele mesmo te sustentará, mas para isso, abra inteiramente a porta do seu coração por inteiro e deixe Deus ocupar o lugar que é Dele.

Mariana Matos


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