O Retiro de Semana Santa na sexta-feira, 15, em Santo André (SP), teve como reflexão do dia “O cálice que o Pai me deu” (Jo 18,11), com nosso bispo diocesano Dom Pedro Carlos Cipollini.
Começando o dia com as Laudes, os participantes e servos foram introduzidos no mistério da Paixão de Cristo, preparando-se para a pregação que viria a seguir.
O Cálice da Paixão: Jesus retribui amor ao Pai e tudo renova
Meditando no amor de Jesus na cruz, Dom Pedro ressaltou que o Senhor veio até nós do seio da Trindade para comunicar o modo de ser da Trindade.
“Fez todo o caminho de nossa vida até a doação máxima de Si por nós: a sua morte, a fim de nos levar ao Pai como filhos, semelhantes a ele. Do jardim das Oliveiras ao jardim do sepulcro para a ressurreição, Jesus vem para restaurar a criação”, destacou.
E, para explicar claramente o que é o cálice dado pelo Pai, o bispo afirmou que “o cálice é o Amor que Jesus retribui ao Pai e que deve levar a humanidade a também fazer essa retribuição ao Pai (…) A vontade de Deus é o amor, que é a única resposta de fé que pode ser dada. Ele não quer que alguém pague um castigo. Quando Jesus diz: ‘não vou beber o cálice que o Pai me deu?’, Ele quer dizer ‘eu não vou beber esse cálice que é o amor?’”
A Rejeição do amor de Cristo, a cruz, e a aceitação de Jesus
Dom Pedro ainda lembrou que o Senhor recebeu dos homens a ingratidão e o último lugar como resposta pela sua adesão à vontade do Pai. Tendo mostrado a face de Deus e dado a conhecer a bondade, a misericórdia, a partilha, o mandaram para a cruz “e ele aceitou, com o coração ardente da oferta”.
“Quando Jesus aceita se dar: ‘ninguém tira a minha vida, eu a dou livremente’. Com isso nos mostra que podemos ser sujeitos de nossa própria vida porque Cristo foi Senhor ao decidir se entregar, se ofertar. Tudo aquilo que Ele fez foi como filho que se entrega ao Pai”, disse.
O amor autêntico passa pelo sofrer
Falando sobre o sofrimento, o bispo ainda frisou que o verdadeiro amor é acompanhado pela experiência da dor, pois Deus se inclina sobre a miséria.
“O cálice é o resultado de Jesus ouvir o Pai e seguir seus passos. As pessoas fogem da cruz ou tendem a torcê-la, colocar ‘açúcar’ em cima, de modo que no fim não é nem mais o cálice que nos foi dado a beber. É preciso abraçar a cruz, que é a obra do amor, recusando as tentações do mundo. Comungando Cristo na Santa Missa e na vida também. Essa é a comunhão. Beber o cálice é tomar uma decisão e está presente no dia a dia, nas contrariedades, na paciência que preciso ter, naquela pessoa que preciso amar e cuidar, tratar bem, mas não gosto… Foi assim com Jesus em toda a vida, desde a encarnação”, explicou.
Ouvir e praticar, a obediência diária
É preciso dedicar os ouvidos à palavra de Deus, mas também dar-se à ação. Nesse sentido, Dom Pedro esclarece que ouvimos o Senhor pela Igreja, pelos irmãos, pelas autoridades porque elas nos fazem crescer, e por isso é preciso viver tudo de boa vontade, livremente.
“É preciso deixar de lado a fé infantil. E essa postura de ser carente, de reclamar, de ser indeciso”, concluiu.
Via Sacra
No encerramento do primeiro dia, houve a encenação da Via Sacra na qual revivemos a Paixão de Cristo por meio da meditação das estações.
As artes trouxeram uma releitura com todos os sofrimentos humanos atuais, tendo como ponto de reflexão o Amor a Deus e ao irmão unidos, e concretamente tocado na vida.
Nesse Sábado Santo, o retiro começará às 9h no mesmo local, o Centro Comunitário Pe. Capra.
Você é mais que bem-vindo ao nosso encontro!
Serviço
Retiro de Sábado Santo Shalom
Horário: 9h às 12h50
Endereço: Rua Padre Luiz Capra, 84, Bairro Assunção, Santo André (SP)