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Shalom: 8 testemunhos sobre Dom Henrique Soares

Impregnados desse cheiro do pastor, ficaremos com as sábias palavras que ele proferia sorridente: “a morte não é um fim. A morte é um desabrochar para a eternidade”.

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A páscoa de Dom Henrique tomou a todos de surpresa. Um misto de dor e esperança envolveu a alma de quem conheceu e conviveu com o Farol de Palmares, um dos muitos títulos que surgiram após a morte deste pastor tão querido. O comshalom.org separou alguns testemunhos de consagrados da Comunidade Shalom que conheceram bem de perto Dom Henrique Soares. 

A  fé é uma aposta e eu escolhi apostar

Em 19 de abril de 2014, no Sábado Santo daquele ano, fui escolhida para ler um texto que escrevi em nome da Comunidade Shalom como forma de homenageá-lo em tons de despedida pelos 5 anos que esteve como bispo auxiliar da Arquidiocese de Aracaju, uma vez que ele fora nomeado pelo Papa Francisco como bispo da Diocese de Palmares.

Agora, também num doloroso dia 19, fui convidada escrever essa última despedida que, apesar sofrida, é novamente uma grande honra.

Eu o conheci mais de perto em 2013, ano em que a Igreja celebrava o “Ano da Fé”, e a Comunidade pensou em realizar um Fórum com esse tema convidando Dom Henrique e Dom Lessa (então Arcebispo) para palestrarem. Foi com Dom Henrique que ajustei os detalhes do evento e me admirava ouvi-lo explicar sua visão sobre a fé. Vejam o tema que ele escolheu para o Fórum: “A aventura ou desventura de crer”. A cara dele, não é mesmo? E ele me disse: “no fundo, a fé é uma aposta e eu escolhi apostar!”. Essa frase ele repetiu no Fórum e se tornou um lema de vida para mim!

Por falar em lema, o que ele escolheu para representar sua vida sacerdotal foi “Apascentar em Cristo”. Em 2014, eu disse: “diz o Papa Francisco que ‘ser pastor é sentir o cheiro das ovelhas’. Sabemos que é exatamente esse “cheiro” que tu tens. Cheiro de quem tocou, colocou nos ombros, conduziu, amou suas ovelhas e misturou-se a elas. Sabemos que tens o cheiro das ovelhas porque também nós ficamos marcados pelo cheiro do nosso pastor”.

Então, quando a enorme saudade do nosso querido Dom Henrique apertar em nosso peito no futuro como agora, o que nos consolará será o cheiro de pastor que ele deixou em nós, o odor do Bom Pastor que, a exemplo de Cristo, cuidou, formou e amou as suas ovelhas!

Impregnados desse cheiro do pastor, ficaremos com as sábias palavras que ele proferia sorridente: “a morte não é um fim. A morte é um desabrochar para a eternidade”.

Gleise Passos – Consagrada da Comunidade Católica Shalom, Missão Aracaju.

 Conseguia alcançar intelectuais e simples 

Conheci dom Henrique em 2012 quando fui enviada para a missão de Aracaju. Ele era então bispo auxiliar na Arquidiocese. Dom Henrique esteve conosco em alguns eventos como Retiros de Semana Santa. Realizamos com ele duas edições do Fórum da Fé e em 2014 ele pregou na segunda edição por videoconferência, pois já era bispo de Palmares.

O bispo era um exímio filho, esposo e pastor da Igreja. Conseguia alcançar tanto os intelectuais como os simples. Amava e se fazia próximo de todos. Eu colhi grandes ensinamentos de sua vida, suas pregações e orientações.

Ele era modesto, humildade, corajoso, alegre, desprendido de sua vida e possuía um enorme amor a Deus e a Igreja. Portador sem dúvida do dom da palavra, e sua vida dava provas de que vivia o que pregava. Nos fará muita falta, mas ganhamos um grande intercessor no céu.

Daniela Alves.
Consagrada da Comunidade de Vida Shalom, em missão na Diaconia Geral.

Um amigo no Céu

Marco José e a esposa Meliana com Dom Henrique Soares.

A certeza que tenho é de ter um amigo Bispo Apóstolo de Cristo e que hoje por sua vida ofertada está no Céu.

O seu lema episcopal era “Apascentar em Cristo”. Testemunho que ele viveu por Cristo, com Cristo e em Cristo. Um homem que me ensinou a alegria e a radicalidade do Evangelho e a desejar a santidade. Em Aracaju, onde ele foi Bispo Auxiliar, tivemos a oportunidade de ouvi-lo pregar nos retiros de Semana Santa. Suas palavras sempre profundas  faziam arder no nosso coração o desejo de amar a Jesus e à sua Igreja.

Convivi também com Dom Henrique quando estava em Palmares como Bispo. Foram muitos momentos de partilha, oração e convivência. Uma coisa que me impressionava era o seu acolhimento e a sua paternidade. Foi realmente um grande Dom de Deus para nós e para a Comunidade onde desejava que estivesse na sua diocese.

Agradeço muito a Deus pela vida de Dom Henrique e pela oportunidade de convivência que pude ter com ele. Nos últimos anos não mais somente eu, mas agora como família. Sempre carinhoso e atento a Meliana minha esposa. Uma experiência de fato, de ser Igreja doméstica com a Igreja.

Shalom!

Marcos José
Consagrado Comunidade de Vida.

Verdadeiro pai 

Dom Henrique, um verdadeiro amigo de Deus e dos homens. Um pai que era próximo, queria saber como você estava, se estava tudo bem com a Comunidade. Gostava de estar com os jovens. Sempre pregava nos nossos retiros de Semana Santa, Fórum da Fé, gostava de ensinar, orientar e, ao mesmo tempo, chamava atenção caso  fosse necessário. Ele nos desafiava ao crescimento e amadurecimento na fé e na radicalidade e amor autêntico a Deus e à sua Igreja. Dom Henrique era um verdadeiro pai!

Hosmilda Ramos
Consagrada da Comunidade de Vida, em missão em Joinville.

Pastor de quem o quisesse por perto 

São tantas as lembranças de Dom Henrique! Ele foi um pastor  tão cheio de virtudes. Pastor do povo, do povo simples, mas também dos intelectuais, pastor do povo que o procurasse, que o quisesse por perto. Era também um homem cheio de amor e respeito pela Liturgia e pela Igreja. Com ele a Liturgia ficava mais bela, mais acessível. Ensinava-nos que tudo que era para celebrar a Deus tinha que ser o melhor, o mais belo.

Quantas vezes durante minha permanência na Rádio Cultura tive a alegria de ser ouvida, amparada, orientada, enfim, sentia-me amada.

Como foi bom ouvir suas homilias e ensinamentos, suas palavras traziam Jesus para perto de nós de uma forma particular e especial. Quantos retiros de Semana Santa transformantes, porque ele estava lá a pregar para nós da Comunidade Shalom, a nos ensinar como um pai que colocava os filhos todos à sua volta e nos falava com afeto dos Mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Sempre foi resposta de Deus para nós e para a Igreja.

Quantas lembranças boas, quanta saudade, quanta certeza do seu céu! Que bela flor o Jardineiro da Vida colheu neste dia! Fico a imaginar a sua alegria em agora poder contemplar a face Daquele por quem ofertou os seus melhores perfumes. Obrigada, Senhor, porque Te contemplávamos na vida de Dom Henrique!

Rose Ribeiro
Consagrada Comunidade Shalom, Missão de Aracaju

Em meio à lama e feliz 

” Bom seria se a Igreja passasse 10 anos só falando de Jesus”. Dom Henrique.

Um bispo tão acessível, tão solícito, tão disponível não só pra escutar, mas pra semear no coração de quem o escuta o amor incondicional a Jesus. Sem limites pra dar Jesus. Lembro-me dele  em um acampamento de jovens em dia de chuva,  em meio à lama e feliz porque os jovens seguiam Jesus.

Obrigado Senhor por ter conhecido esse homem de Deus! Quanto bem fez a minha alma…Obrigado  Dom Henrique!

Anderson Menezes.
Consagrado na Comunidade de Aliança. Missão Aracaju.

Leveza, bom humor e amor à Verdade 

Dom Henrique Soares da Costa era um homem profundamente apaixonado pela Verdade de Deus, pela Igreja e pelos homens. Sereno, coerente, acolhedor, sempre disposto mostrar que era necessário acolher e confiar na santíssima vontade do Pai. Em meio às tribulações e adversidades da vida temporal, ele apresentava, sempre, a Pessoa de Jesus como uma solução concreta.

Quando Dom Henrique chegou em Aracaju, eu vivia um tempo sofrido, enfrentava desafios e provas, mas sua presença semanal na Rádio Cultura, para gravar o programa a Hora Católica, era para mim um grande bálsamo. Seu acolhimento, sabedoria, leveza, bom humor e acima de tudo amor pela Verdade me ajudava a desejar ter uma fé madura,aliás,  era seu desejo para nossa Comunidade Shalom. 

Durante cada retiro que pregou para nós na Semana Santa ele nos levou a uma nova experiência de amor, através do mergulho na via dolorosa, seu desejo era sempre nos levar a renovar experiência do amor consciente a Jesus Cristo, à Igreja e aos Homens. Descanse em paz meu querido Dom Henrique! Fostes para mim de fato, uma resposta de amor ao Ressuscitado que passou pela Cruz. Como lhe disse algumas vezes,  meu coração é grato, por sua vida.

Leonildes Maria dos Santos
Consagrada da Comunidade de Aliança. Missão Aracaju.

Servo Bom e Fiel

Dom Henrique Soares Costa, homem, sacerdote e bispo santo. Santo, como assim? Os santos são visíveis pois exalam um odor de vida, de coerência, de firmeza na fé, de esperança no homem e de amor nos relacionamentos. Dom Henrique também era um profeta. Sua figura de homem nordestino, aparência frágil, miúdo, cabelos precocemente esbranquiçados e de olhar doce e sorriso fácil, contudo, estar diante dele era como estar diante de um gigante. Possuía  inteligência, raciocínio, lucidez e capacidade de unir fé e vida de uma forma impressionante que só os santos e profetas conseguem

Um homem assim pouco se vê nesses tempos difíceis. Viveu o que pregou e pregou o que viveu. Seu sacerdócio exalava a pessoa de Cristo, homem do céu, lá, já vivia no mistério trinitário, homem totalmente mariano, todo silêncio e esquecimento de si, sinal inequívoco de que é possível hoje ser santo.

Antes da sua sedação e entubação – sua Cruz – seu irmão nos legou suas últimas palavras, a consciência de que poderia não voltar, mas proclamava a sua fé na vida eterna, na vida divina e na certeza da ressurreição. Dom Henrique, servo bom e fiel, entra na posse do Reino que para ti Jesus, teu modelo, mestre e Senhor ti preparou. Shalom.

Fátima Pedrosa
Consagrada na Comunidade de Aliança.
Missão Aracaju


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