Haja fôlego, disposição e correria. É Outubro, o Círio chegou. Não! Pera! Chegou antes, chegou faz meses: Em Março, na produção do Círio Musical, em Maio no planejamento e em Julho no lançamento do Círio Fluvial, na organização das escalas de evangelização, oração e aconselhamento, nos ensaios do Projeto Artes para homenagens e apresentações. Ministério de Comunicação a todo vapor: cria arte publicitária, produz texto, faz matéria, dá entrevista, tira foto, realiza enquete, corre pra cobrir todas as noites de show. Todo mundo dorme tarde, acorda cedo, se pendura onde for preciso pra conseguir o melhor ângulo, alimenta as mídias, trabalha…
Enquanto isso: “Hoje tem célula, tem grupo de oração, tem vigília”. “Qual é mesmo o horário da minha adoração?”. “Tenho que preparar a formação”. “Hoje tem acompanhamento”. “Tô na escala de oração e aconselhamento”. “Duas horas de oração”. “Missa Diária”.
Não, a gente não para. Totalmente envolvidos em preparar e ser festa. Em ser Círio. No nosso coração comunitário e missionário arde um amor apaixonado por Jesus e sua mãe. Nós sabemos que nossa vida divide-se entre o antes e o depois da nossa primeira e pessoal experiência com o amor de Deus. Porém, ouso dizer que o nosso coração experimentado no Amor de Deus divide-se entre o antes e o depois de morar na casa da Rainha da Amazônia.
É bem verdade que não precisa moraaaaaaaaaaaaaaaaaar… um só Círio basta pra ser inesquecível. Basta pra fazer o coração visitante se apaixonar. Basta para fazer o filho da terra se aconchegar. Basta para encher de saudade aquele que está longe. Basta pra despertar a vontade de um dia voltar. E como toda semente de eternidade é capaz de comover e enternecer, devolvendo a esperança e a saúde da alma.
Desconheço um missionário que não relembre saudoso o seu Círio. Sim, pois o Círio é uma propriedade, é meu, é nosso. É presente que a gente ganha e dorme abraçado, é presente de Deus e de mãe. E a mãe é tão de cada um em particular, que pedimos licença para chamá-la de mãezinha e outros qualitativos carinhosos que guardamos na caixinha do coração.
Círio é intimidade, é força de vontade, é trabalho árduo, semeadura, evangelização, unidade, fraternidade e contemplação. E isso tudo é tão Shalom, que a gente se joga, se lança, de todas as maneiras, com tudo o que podemos. Se não sabemos, aprendemos e vamos amando do jeitinho que fomos ensinados: sem calcular.
Todo Círio é único, belo, inesquecível. É emoção transbordando, é família reunida. Todo Círio é pra sempre, é aconchego e colo, é doce e suave, perfumado e terno. É Jesus chegando antes, um humilde e pequeno advento, um outro Natal. Todo Círio é do coração missionário, forjado em uma Vocação de Paz. Todo Círio é seu. Feliz Círio!
Fabielle Gomes