Institucional

Na simplicidade de Jesus, Maria e José

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“Aqui se aprende a olhar, a escutar, a meditar e penetrar o significado, tão profundo e tão misterioso, dessa manifestação tão simples, tão humilde e tão bela, do Filho de Deus.  Talvez se aprenda até, insensivelmente, a imitá-lo.” 
(Papa Paulo VI em Nazaré, 5 de janeiro de 1969)

 

 

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Minha história com Nazaré começou em Janeiro de 2012, quando após um periodo de dois anos em Missão na Inglaterra senti que Deus me pedia mais e então tendo manifestado esse desejo à Comunidade fui enviada para a Missão de Nazaré em Israel.

Passei exatos 1 ano e 3 meses em missão alí, verdadeiramente no ventre de Maria, na Escola do Evangelho, como nos disse o Papa Paulo VI; onde se aprende três grandes lições: o silêncio, o valor e a dignidade do trabalho, e a importância dos laços familiares. Em Nazaré, o silêncio e a presence de Maria são evidentes, e a confiança e fidelidade de São José são reconfortantes, e a vida escondida da Sagrada Família e do Filho de Deus nos intriga a todo momento nos levando a meditar nos desígnios de Deus para  nós e para a humanidade.

A vida na Missão é muito simples: trabalhamos (muito) para guardar a Basílica da Anunciação e levar os milhares de visitantes que passam por alí todos os dias a terem uma experiência com o Verbo de Deus que se fez Carne. Uma dimensão muito forte nesse trabalho é termos contato com diversas culturas, muitas vezes nos vemos aprendendo pequenas frases e expressões nas mais diferentes línguas, no intuito de melhor acolher os peregrinos e o mais importante: vemos o “rosto de humanidade” e escutamos o seu grito por evangelização,

Pela prodigiosa providência de Deus, hoje contamos com uma Obra onde podemos tocar a vida dos jovens árabes e cumprir nossa missão de anunciar a paz a todos os povos. Os jovens locais nos constrangem com sua atenção, dedicação, sede de Deus e nos leva nos  comprometermos mais com o anúncio de Cristo e da paz em uma terra tão marcada pela guerra.

Em Nazaré eu cheguei atraída pela Virgem Maria e saí encantada com a vida, a fidelidade, a prontidão, a disposição, a entrega, a confiança, a perseverança, a fé e a vida de São José. Pude colher de São José que não importa o que planejamos para nossas vidas, se Deus nos pede, vale a pena, e que só mesmo a vontade de Deus vale a pena, que se nos entregarmos a Deus inteiramente, e formos fieis ao seu plano, à sua voz, estaremos realizando o feliz designio de Deus para nós e para aqueles que Ele desejar alcançar através de nossas vidas e de nossa pequena oferta. Aprendi que viver o ordinário na vontade de Deus é a melhor forma de ser feliz.

Para uma consagrada, foi um privilégio muito grande ser missionária na terra onde Deus mesmo escolheu ser missionário e anunciar por primeiro a Boa Nova e fui, como Jesus, iniciada – sim, depois de 8 anos como membro da Comunidade Shalom, foi alí mesmo que fui iniciada nos mistérios do Evangelho, segundo as três lições de Nazaré.

Quando depois de dois anos em missão percebi que Deus me pedia mais um período, não consegui compreender, e, sentia muita vontade de voltar para a vida normal de Comunidade de Aliança, nos nossos esquemas humanos, seria o mais lógico a se fazer; mas depois de Nazaré eu aprendi que Deus é assim: Ele tem planos que nos parece loucura ou ilógicos, mas devemos sempre cumpri-los, pois o resultado é sempre melhor do que esperamos e do que planejamos. Não consigo hoje imaginar minha vida sem a experiência de Nazaré.

Há um mês encerrou-se o meu tempo de Missão e estou de volta à minha missão de origem: Teresina. O primeiro desejo, seria de ficar para sempre alí no Ventre de Maria a contemplar seu silêncio fecundo e aos pés de São José bebendo de sua fidelidade; mas ,como o Pp. Paulo VI também expressou: “Estamos apenas de passagem. Temos de abandonar este desejo de continuar aqui o estudo, nunca terminado, do conhecimento do Evangelho” e mais uma vez seguir a voz de Deus que me envia, no entanto, hoje posso sentir ecoar em mim as palavras de Maria: “faça-se em mim segundo sua palavra” na certeza de que “a Deus nada é impossível” e essa foi a melhor lição desses três anos e meio em missão.


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