Coordenador internacional para os projetos no Médio Oriente da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) afirmou que a comida se tornou na “arma mais mortal” na guerra civil da Síria.
Segundo o padre Andrzej Halemba, tanto “as forças governamentais como os rebeldes” estão bloqueando a entrega da “ajuda humanitária para forçarem comunidades inteiras” a submeterem-se ao seu domínio, sob a ameaça de morrer de fome.
O sacerdote, que está em constante contacto com os líderes da Igreja na Síria, e que visitou o país por três vezes durante 2015, afirmou ainda que esta crise humana está a colocar, pela sua dimensão, uma enorme pressão sobre organizações internacionais, como a AIS, para aumentarem a ajuda de emergência disponibilizada a este país.
As regiões onde é mais fácil disponibilizar essa ajuda, passaram a ser procuradas pelas pessoas que procuram socorro e que fogem de áreas bloqueadas.
“Forças de ambos os lados – governo e rebeldes – estão a impedir a ajuda humanitária de ser entregue numa tentativa de subjugarem o povo”, denuncia também o padre Halemba.
Segundo este responsável internacional da Fundação AIS, muitas vezes forças rebeldes têm procurado subtrair essa ajuda para a venderem posteriormente e assim financiaram as próprias organizações.
Nos últimos dias, o mundo tem sido confrontado com a situação dramática que se vive em alguns locais em que as populações sitiadas estão já sem alimentos, como tem acontecido na cidade de Madaya.
Para o coordenador internacional da Fundação AIS, “não há”, porém, “muitos lugares como Madaya”.
Este responsável afirma ainda que, se a guerra civil já causou a morte a cerca de 300 mil pessoas, haverá outras cerca de 350 mil que perderam a vida por falta de medicamentos ou outros bens essenciais.
“A Fundação AIS tem estado profundamente empenhada no apoio às populações locais, através das estruturas da igreja, estando neste momento em estudo o lançamento de mais 20 programas de emergência para serem lançados nos próximos meses”, refere um comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA.
Atualmente, a Fundação AIS está a apoiar projetos humanitários em cidades e regiões como Damasco, Tartus, Alepo, Homs e Marmarita.