Queria saber quem inventou que a pessoa que sofre é infeliz! Gostaria de encontrar o sujeito que inventou esse binômio e o fez, ao longo do tempo, indissociável na cultura ocidental.
Quando o encontrar, vou pedir a ele que reveja sua noção de felicidade. Ele certamente é infeliz! Se sofre ou não, não sei. Mas com toda certeza, fez da felicidade um fim, não uma consequência.
Gosto muito quando o Moysés fala disso. Quantas vezes já repetiu que a felicidade é consequência de uma vida doada a Deus e ao outro, uma vida baseada no amor e que tem por objetivo amar cada vez mais. Acho que o sujeito que criou esse triste binômio nunca assistiu às palestras do Moysés.
Veja bem: o sofrimento é uma oportunidade de amar mais. De amar de outro jeito, de um jeito novo. É uma chance que não se pode perder. Chance de dar-se mais ou de outra maneira ao que sofre, ao que está só, ao necessitado, ao que vive na periferia da existência, na expressão feliz do papa Francisco.
Quando você sofre, tem duas opções: fechar-se em si mesmo, ter pena de si, querer que todos se voltem para sua dor e tornar-se infeliz ou acolher a dor e fazer dela trampolim e meio para voltar-se para os outros e fazê-los amados e felizes e tornar-se, também você, feliz.
Você entende? O que faz as pessoas infelizes é o não amar, o centralizar-se na própria situação. Por outro lado, o que as faz felizes não é buscar a felicidade a qualquer preço mas, no sofrimento – e principalmente nele – voltar-se para Deus e para o outro. A felicidade não é um fim em si mesmo. É fruto feliz do amor.
Maria Emmir Oquendo Nogueira
Cofundadora da Comunidade Católica Shalom
TT @emmiroquendo/ Facebook.com\mariaemmirnogueira
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