Formação

Solenidade de Cristo Rei

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No dia 11 de março de 1925  esta solenidade foi instaurada pelo papa Pio XI, querendo motivar os católicos a reconhecer em público que o mandatário da Igreja é Cristo Rei. No dia 11 de dezembro desse ano Pio XI deu a conhecer uma carta encíclica explicando as razões dessa sua eleição. Entre outras coisas afirma: Podemos chamar de Rei a Jesus Cristo no sentido metafórico por sua Excelência que o exalta sobre todas as coisas criadas. Porém Ele reina nas inteligências dos homens porque é a Verdade da qual todos os homens necessitam beber e receber obedientemente. Reina sobre todas as vontades porque nele a Vontade está submetida à vontade divina e também porque com suas inspirações influi em nossa livre vontade e a eleva a nobilíssimos propósitos. Finalmente é rei dos Corações porque com sua supereminente caridade e com sua mansidão e benignidade se faz querer  pelos homens de modo que ninguém tenha sido nem seja nunca tão amado como Cristo Jesus. Mas também em sentido estrito o título de Rei pertence a Cristo porque ele recebeu do Pai a potestade, a honra e o reino (Ef 1,20-21); pois sendo Verbo de Deus, em substância igual ao Pai, possui, como o Pai, o mesmo império supremo e absoluto sobre todas as criaturas.

O Papa fala das três potestades atribuídas aos reis [executiva, legislativa e judicial] e que em Cristo são eminentes, pois abrangem toda a terra e todos os homens, e são prioritárias sobre qualquer outra potestade ou soberania. Já que como afirma Paulo Omnis potestas  a Deo(Rm13,1): todo poder vem de Deus. O Papa termina dizendo a razão pela qual instituiu a festa: não existe melhor meio para a instrução do povo cristão nas coisas da fé do que as festas anuais, muito mais eficazes que qualquer ensino ou magistério eclesiástico. Como causas negativas contrárias, o Papa fala da peste dos tempos modernos que é o Laicismo querendo substituir a religião de Cristo por uma religião natural com certos sentimentos puramente humanos.

CONTEXTO: A primeira parte do esquema do capítulo 25 é uma resposta às palavras iniciais: qual é o servo fiel e prudente (24,45). As duas parábolas das virgens e dos talentos têm como referência essa pergunta, que Jesus faz a si mesmo e que responde de forma narrativa como era seu costume. Porém a última parte é dirigida a todas as nações (panta ta ethne). Aqui o tempo é muito menos importante do que o fato. O Filho do homem, que poderíamos traduzir pelo Verbo enquanto homem, descido do céu para formar o reino definitivo, segundo Dn 7, 13-14, aparece agora com poder de julgar o mundo, em glória ou majestade e acompanhado dos seus santos anjos. Quem são estes, não os indica o trecho de hoje; mas poderíamos pensar que são os 12 apóstolos segundo Mt 19, 28 e Lc 22,30, ou que pelo menos eles formam parte desses santos anjos, entre os quais haverá talvez outros, preferentemente mártires, de épocas diferentes às primitivas. Assim o Apocalipse se dirige aos anjos das sete igrejas (ver Ap 3,7). O julgamento de Israel, acontecido nessa geração (Mt 24,34), é paradigma do que deve acontecer em épocas mais tardias, com outras vindas em poder e majestade do Filho do Homem.

FILHO DO HOMEM: É uma expressão semita que indica um ser humano enquanto débil e mortal, oposto a Deus. Nos evangelhos, a expressão sai 70 vezes aproximadamente e sempre em lábios de Jesus. Substitui o português a gente, como em Mt 8, 20, ou Jo 6, 27;umas vezes se apresenta como um homem que deve sofrer uma paixão e morte (Mc 8, 31); outras, como tendo condições e poder sobre-humanos (Mt 9, 6); finalmente comparado com Dn 7, 13-14 como o fundador de um reino que procede de Deus, ou reino dos céus, oposto aos reinos nascidos do abismo [o mal]. No caso de hoje é esse rei que intenta separar os bons dentre os maus num juízo final. O critério serve para todos os homens como veremos.

DOXA: A nível humano, a glória, que podemos traduzir por majestade ou esplendor, é patrimônio especial dos reis e de modo especial das manifestações divinas, como vemos em Lc 2, 9 em que a luz envolve os pastores, essa luz sobrenatural que envolve as pessoas como em Lc 9, 29-31. E que de modo especial se manifestará no fim dos tempos como diz Mateus em 16, 27 que o Filho do Homem virá na glória de seu Pai com os seus anjos para retribuir a cada um de acordo com seu comportamento. É precisamente o nosso caso.

TRONO: O grego trhonos é usado como cadeira real ou tribunal de um juiz[o bema grego]. Jesus une o trono com sua glória (Mt 19, 28) assim como une a cruz com sua paixão (Cl 2, 15): destruiu os principados e potestades e os expôs à pública burla, triunfando deles na cruz. O trono real era uma cadeira que estava sobre um estrado ou pedestal. Por isso, lemos em At 7, 49: O céu é meu trono e e a terra o estrado de meus pés. Sentados no trono os antigos reis recebiam embaixadores e súditos e repartiam a justiça. Jesus será o novo rei que tem direito de se assentar no trono real. Será grande e será chamado Filho do Altíssimo: o Senhor lhe dará o trono de Davi, seu pai (Lc 1, 32). E como tal rei é descrito no evangelho de hoje; só que seu reino abrange toda a humanidade e só será revelado em sua majestade no final dos tempos, quando o trono se transformará em cadeira de juiz no supremo tribunal de justiça: Vós que tendes me seguido, na nova criação, quando o filho do homem se sentar no seu trono de glória, vos sentareis também vós sobre doze tronos para julgar as doze tribos de Israel (Mt 19, 28).

  ANJOS: A palavra significa mensageiro. O grego angellos traduz o aramaico malak.  Somente conhecemos os nomes de três deles: Miguel, Rafael e Gabriel. Miguel é o príncipe do povo eleito de Israel, uma espécie de anjo da guarda coletivo, e depois passou a ser o protetor da Igreja Católica como a antiga oração no fim da missa o pedia. Segundo o NT os anjos servem de modo particular o Filho do Homem: O predizem (Lc 1, 31e Mt 1, 20). Comemoram e anunciam seu nascimento(Lc2, 11). O servem (Mc 1, 13) e consolam (Lc 22, 43). São o exército que acompanhará Jesus, se necessário para defendê-lo (Mt 26, 53). Serão a corte que o rodeia na sua glória (Jo 1, 15), os ceifadores no fim do mundo (Mt 13, 39) que reunirão os bons e no meio dos anjos dará a cada um segundo suas obras (Mt 16, 27). Esta última asseveração é a base do evangelho de hoje.

COMO UM PASTOR: haverá uma separação entre bons e maus como um pastor separa as ovelhas [probata] das cabras [erífia]. Vamos explicar estas palavras em geral mal traduzidas. Probaton é um animal domesticado, de pasto, quadrúpede, oposto aos grandes animais como cavalos e bois. É o gado menor. Pode ser uma ovelha ou uma cabra. O latim distingue entre ovis[ovelha] capra[cabra] e haedus [cabrito]. Em grego encontramos probaton [geralmente traduzido por ovelha], e erifos[que pode ser cabra ou cabrito]. Não sendo usado aix [cabra propriamente dita] no NT,  os autores modernos traduzem erifos por cabra. Somente temos em Hb 11, 37 a palavra  en aigeiois dermasin [em peles caprinas]. As ovelhas e cabras iam junta às pastagens, mas eram separadas ao entardecer, pois as cabras passavam a noite no centro do curral, ou num recinto murado [aulé] onde havia mais calor, já que as noites eram frias e as ovelhas resistiam melhor o frio. Tem pouca lógica um pastor ter unicamente ovelhas e cabritos. O texto traduz por cabritos o que pode ser traduzido por cabra, se a palavra de origem é EZ que tanto pode significar cabra, como bode, como cabrito. Num mundo pobre, como era o da Palestina, o gado menor estava formado por cabras e ovelhas. Aquelas para o leite e estas para a lã. O cabrito era morto aos poucos meses, pois sua carne era mais apreciada que a dos cordeiros. Por estas razões acredito que a leitura ovelhas e cabras, como é a das bíblias em inglês, deve ser a preferida. A única citação de um juízo feito por Deus entre os judeus à semelhança do texto de hoje é em Ez 34,17, onde lemos: Vou julgar entre ovelha e ovelha, entre carneiros e bodes. O único sentido para a distinção é que a diferença entre ovelhas e cabras é tão evidente que é precisamente essa diferença a que suscita o exemplo.

A DIREITA: Esta era vista na época de Jesus como o lado bom das coisas e acontecimentos. Segundo a Mishná, na frente do Sinédrio, formado em círculo, estavam dois escribas, um à direita e outro à esquerda do juiz. Aquele anotava os fatos favoráveis à absolvição do réu e este as acusações. As mãos direita[Yamin] e esquerda [Shemol]tinham um sentido particular: Jacó cruza as mãos e põe a direita sobre o neto mais novo, preferindo Efraim a Manassés (Gn 48,13-14) porque a descendência daquele seria maior do que a do irmão(v 19). Também deu o nome de Benjamim [=filho da mão direita] a seu filho preferido. É importante a expressão a destra do Senhor, que significa a onipotência, especialmente usada em favor de Israel (Ex 15,6;12). Salomão mandou que sua mãe se sentasse à direita num assento (1 Rs 2, 19). Estar sentado à direita do Senhor significa receber o trono do Messias (Sl 110,1). Assim o declara Jesus diante do Sinédrio e, por sua participação no poder da divindade, é declarado blasfemo (Mt 26,64-65). É exatamente o que Estêvão declara, só que, neste caso, o Filho do homem estava de pé (At 7, 56). Temos um sumo sacerdote que está sentado à direita da Majestade no mais alto dos céus (Hb 1, 3). Sobre a esquerda temos: O espírito do sábio vai na sua direita; o do estulto na sua esquerda. (Coelet 10, 2). No sacrifício, a perna direita será dada ao sacerdote (Lv 7, 32). Colocar pois, as ovelhas à direita, significa preferir ou escolher como eleitos os homens de tal lado. Talvez por causa deste evangelho, a esquerda era considerada até tempos recentes como a mão do diabo, de modo que escrever ou usar essa mão de preferência era em certo sentido estar como que possuído pelo espírito do mal, como sabemos era o caso do príncipe Carlos, filho de Felipe II da Espanha.

IRMÃOS PEQUENINOS: Quem são e como distinguí-los? Jesus chama irmãos [adelfoi] a todos os que aceitam a vontade divina e se propõem cumpri-la (Mt 7,21). No contexto, sabemos que são os que escutam a palavra e a põem em prática. Porém, Jesus estende esta sua definição a todos os que fazem a vontade do Pai (Mt 12,50). Colocada a tese de que os irmãos são os que escutam a palavra, os últimos dos meus irmãos [adelfoi mou toi elachistoi] são os que aqui se descrevem como os verdadeiramente necessitados e a quem Jesus chama de “mais pequeninos", os postremos ou ínfimos. Jesus fala dos menores mandamentos de modo que quem não os observar e ensinar a fazer o mesmo será considerado o mínimo no Reino dos céus (Mt 5, 19). Frase que legitima a divisão entre pecados graves e leves e até a existência do purgatório. Últimos, porque realmente assim são julgados pela sociedade e pelo pensamento comum que os avalia como tais. Quais são eles? Os que têm fome, os que têm sede, os emigrantes, os enfermos, os encarcerados. A assistência aos mesmos – é Jesus quem o afirma- é o socorro emprestado a Ele próprio. É a mesma razão pela qual Jesus afirma que quem recebe uma criança [paidion, diminutivo de pais, menino] a Ele recebe (Mc 9, 37). Os que ajudam esses necessitados são os que sabem viver o amor e estão logicamente preparados para gozá-lo eternamente. Porém há os que rejeitam viver o amor, o verdadeiro amor, que é dado aos que nada podem nos retribuir (Lc 14,13). Estes se tornarão os malditos de Deus. Porque no fim da vida, como diz S. João da Cruz, seremos julgados do amor.

A POSSE DO REINO: Esta é a sorte dos benditos do Pai. É o reino definitivo cujo símbolo é o banquete real do Filho (Mt 22, 4). Jesus fala de herdar o Reino como se fossem igualmente filhos. De fato, a filiação divina é uma característica própria dos que acreditam em Jesus como o Cristo (Gl 3, 26), pois a todos os que o receberam , aos que creram em seu nome[pessoa] deu o poder de se tornarem filhos de Deus (Jo 1, 12). É uma deferência do Pai que nos amou com grande amor (1 Jo 3, 1) mas que os distingue dos filhos do Diabo porque estes não praticam a justiça [a vontade divina] e o amor ao irmão (1 Jo 3, 10). Este viver como filhos verdadeiros de Deus será chamado por Jesus à vida eterna (46).

FOGO ETERNO: Esse fogo eterno preparado para o Diabo e seus anjos está unido à Gehenna [ler como gueena], termo que em várias ocasiões encontraremos nos evangelhos. Jesus fala do fogo, o eterno [ to pyr to aionion]. No AT encontramos o vale de Hinnon, vale maldito, (Jr 7, 32) porque nele foram queimados ao ídolo Moloc (2 Rs 23, 10) dois filhos de reis, Acaz (2 Rs 17, 17) e Manassés(2Rs 21,6) chamado de vale da matança, porque é onde os babilônios de Nabucodonosor mataram os que intentavam fugir da cercada Jerusalém em tempos de Sedecias no ano 586. A esta Gehenna de fogo alude Jesus várias vezes nos evangelhos. Segundo o AT, e conforme a apocalíptica judaica este vale se tornaria, após o juízo final, o inferno de fogo, mesmo que não fosse aplicado ao vale no sul de Jerusalém. No século I dC surgiu entre os rabinos a doutrina de um purgatório de fogo. Todos aqueles cujos casos revelam um equilíbrio entre o mérito e a culpa, vão para a gehenna. Ali são purificados e, se fazem Penitência, herdam o paraíso. Segundo o evangelho de hoje, a gehenna era o fogo o eterno, preparado para o diabo e seus anjos (Mt 25, 41). Gehenna de fogo como lugar de castigo, aparece pela primeira vez em Mateus (5, 22 e 18, 19). Só como Gehenna em Mateus(5, 29 e 30; 10, 28; 18, 19). A eternidade do prêmio e do castigo é que impressiona; pois a sentença é definitiva, já que o Rei era o último na cadeia de apelação. A vida eterna, herança dos predestinados, e o fogo eterno, preparado principalmente para o Diabo e seus anjos ou mensageiros, têm como base dois princípios: 1o)A predestinação divina: Meu Pai, ou seja Deus, pois Jesus tem como pai, Deus: o poder do Altíssimo ou Espírito Santo será quem o gerou no seio de Maria (Lc 1, 35). Foi Ele quem criou o fogo eterno para os anjos no segundo dia da criação, segundo a tradição judaica. A esse inferno foram enviados os anjos rebeldes. A ele serão enviados os malditos. 2o) As obras, ou maneira de viver das pessoas, que não dependem só da fé, mas de sua prestação voluntária às práticas da caridade, ou vivência do amor. O amor que merece assim ser chamado, é o que serve sem esperar retribuição (Lc 6, 32-35). Esta parte depende do homem, em correspondência ao chamado ao seu coração por parte de Deus, autor de todo bem.

O DIABO:  É a tradução do diábolos grego [acusador ou caluniador] que é a tradução de satan [adversário] que tem como Satanás nome próprio. A primeira vez que aparece no AT é em 1 Cr 21, 1 em que se narra que Satã [diábolos] se levantou contra Israel e induziu Davi a fazer o recenseamento de Israel. Outro nome que recebeu no AT é Belial [inutilidade ou perversidade]. Este nome é  usado na expressão comum de  filho ou homem de Belial, significando homem malvado ou destruidor, como em Dt 13, 13: homens malignos [andres paranomoi em grego e benibelial em hebraico]. Unicamente no NT encontramos Belial em 2 Cor 6, 15 em que o grego conserva o original semita com uma terminação em R e não em L: Beliar. Afirma Paulo: Que harmonia existe entre Cristo e Beliar, ou que parte tem o fiel com o gentio? Nos escritos de Qumrã diz-se que Deus criou dois espíritos: o espírito da luz e o espírito ou anjo das trevas [Belial], sendo que os dois exercem seu poder no presente. Os seguidores do Belial são chamados de sua congregação. A luxúria, as riquezas e a profanação do templo são as três redes de Belial. Deus porém protege seus Justos. Belial e seus seguidores são solenemente amaldiçoados. Nos últimos dias, na guerra final, os filhos das trevas formarão o exército de Belial. Que será destruído,  porque Deus estará lutando contra Belial. No NT diábolos ocorre 37 vezes e Satanás 36 vezes. Segundo o Apocalipse a antiga serpente [de Adão e Eva] é o Diabo e Satanás que foi precipitado [do céu] e com ele seus anjos (Ap 12, 9).

PISTAS: 1) Do evangelho de hoje podemos deduzir que o Filho do Homem se declara Rei e juiz de todas as nações. É a glória devida a seu triunfo sobre a cruz. Pois ele é o Poder de Deus e a sua Sabedoria(1 Cor 1, 24).

2)  Cristo – o Jesus ressuscitado vindo com poder e grande glória (Lc 21, 27)- assume as funções do verdadeiro Deus: Sua sentença é definitiva: eterna como o fogo eterno preparado pelo pai para os anjos rebeldes.  Ele está rodeado de todos os seus anjos o qual indica ser superior a eles (Hb 1, 3-4) embora segundo o que sabemos pelos padrões da época o homem era inferior aos anjos (Hb 2, 7).

3) Trata-se de um juízo final, ou do início de uma era histórica após a destruição de Jerusalém? No primeiro caso, Jesus- o Filho do Homem- será o juiz definitivo como vemos no parágrafo 2. No segundo caso indica quais entrarão a formar parte do novo reino entre os gentios. Os escolhidos serão os misericordiosos que alcnaçarão misericórdia( Mt 5, 7) ou seja os que agiram com compaixão com os necessitados. Quais são estes irmãos mais pequenos? A) Os escandalosos, que escandalizam os pequeninos (Mt 18, 6) e que praticam a iniquidade(13, 41) [não socorrendo os necessitados]que serão lançados na fornalha ardente. B) Os que recebem e ajudam os discípulos de Jesus a quem basta dar um copo de água fria a um desses pequeninos por ser discípulo (Mt 10, 42). Cremos que a segunda opinião não possa ser descartada em termos absolutos, a primeira coincidindo com a tradição, é a mais segura.

4)     Sobre o fogo preparado para o Diabo e os anjos, devemos comentar que na época de Jesus não se esperava que o Diabo estivesse no inferno, porque sabemos pelas palavras do próprio Jesus que viu Satanás cair do céu como um relâmpago (Lc 10, 18). Portanto o inferno não era sua morada mas o fogo ou lago de fogo será o destino definitivo do Diabo (Ap 20, 10) ao qual será lançado quem não for escrito no livro da vida(Ap 20, 15). Talvez isso explique a influência do maligno em nossa história.

5)     Embora aionios  é um adjetivo de qualidade como perpétuo, constante, sem início nem fim, tanto o castigo [kolasis] definido aqui oposto à vida, como no Apocalipse chamando-o de segunda morte ( Ap 21, 8) indicam um período sem fim. Podemos dizer que reflete perfeitamente Daniel 12, 2.

6)     A condenação não é por atos de perversidade mas de omissão. Talvez porque os primeiros já estavam incluídos na mentalidade antiga. Os segundos eram o grande pecado e ainda são dos batizados chamados discípulos de Cristo. Por outra parte o evangelho de hoje serve para responder à pergunta: Como poderão salvar-se os que não conhecem Jesus ou consideram verdadeira a sua própria religião? Obviamente a fé será substituída pelas obras de misericórdia, necessárias também entre os cristãos porque a fé só está morta (Tg 2, 17) e Paulo afirma que a que tem valor é a fé que atua mediante o amor[agape](Gl 5, 6).

     EXEMPLO: As coisa pequenas são importantes em nossas vidas como o demonstrou o evangelho anterior : porque foste fiel no pouco dirá o Amo. E nos parece que dar um copo de água, uma comida ou um vestido não faz muita diferença. Vamos demonstrar que isso não é verdadeiro. Um sacerdote novo foi destinado a Houston, Texas. Teve que usar um ônibus para ir ao centro da cidade. Ao sentar-se descobriu que o motorista lhe tinha dado uma moeda de 25 centavos a mais no troco. Olvida! Pensou. Quem se preocupa de uma moedinha? A companhia de ônibus já rouba bastante com preços excessivos. É um presente de Deus. A culpa é do trocador. Mas quando chegou a sua parada, ele se sentiu culpado: isto não me pertence. E imediatamente deu a moedinha ao condutor dizendo: você se equivocou no troco. Isto é seu.  O condutor com um sorriso lhe disse: Eu sei, como o senhor é novo eu pensei: vamos ver se ele é um sacerdote que prega o evangelho ou que vive o evangelho. O senhor passou na prova. O padre desceu do ônibus exclamando: Ó Deus, quase que vendo teu Filho por 25 centavos! 


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