Ajudar o próximo também é fruto da experiência com o Amor de Deus. Também é via para muitos conhecerem o sentido da gratuidade. Nos três dias do Renascer em Fortaleza, os participantes do evento tiveram a oportunidade de concretizar essa experiência por meio da doação de alimentos e de sangue.
O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (HEMOCE) é responsável pela triagem e coleta do sangue daqueles que desejam fazer seu ato de amor ao próximo no Renascer. Já são 16 anos dessa parceria entre o HEMOCE e a Comunidade Shalom, realizadora do evento. Segundo os responsáveis, a doação nesse período do ano é muito importante já que, dependendo do Carnaval, aumenta a necessidade de transfusões de sangue, além de ser uma grande ajuda na manutenção do estoque de bolsas até o pós Carnaval.
Não somente doadores regulares puderam viver esta experiência, já que muitos doaram sangue pela primeira vez. João Rafael, 28, seminarista da Comunidade Shalom é doador, mas não doava sangue há 8 anos. Segundo ele, o Renascer foi a oportunidade que encontrou para voltar a doar. “É uma experiência de ser resposta a uma necessidade das pessoas, de disponibilidade. Foi bem tranquilo e rápido também”, disse.
O que o Papa Francisco diz sobre doação de sangue?
Em 2014, por ocasião do Dia Mundial dos Doadores de Sangue (14 de junho) na Praça São Pedro, o Papa Francisco dirigiu suaspalavras aos doadores de sangue:“Hoje comemora-se o Dia Mundial dos Doadores de Sangue, milhões de pessoas que contribuem, de modo silencioso, para ajudar os nossos irmãos em dificuldade. A todos os doadores manifesto o meu apreço e convido especialmente os jovens a seguirem o seu exemplo”.
Arrecadação de alimentos não-perecíveis
Mais de uma tonelada de alimentos não-perecíveis foi arrecadada nos três dias de evento para os mais necessitados. Todas as doações são destinadas às obras missionárias e de promoção humana da Comunidade Shalom.
Presença de intérpretes de Língua Brasileira de Sinais
Outro aspecto social do Renascer é a presença de intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras) que dão aos deficiente auditivos a oportunidade de participarem ativamente do evento.
Nas missas, o Evangelho é proclamado, nas orações aquilo que é proferido chega aos corações, e nas formações o ensinamento é transmitido, tudo em Libras.
Ilzilene, 49 anos, é deficiente auditiva e veio pela terceira vez ao Renascer. Segundo ela, a presença dos intérpretes é de suma importância para vivenciar bem o evento. “Os surdos, sem os intérpretes, não podem participar bem do Renascer. Por meio deles, nós, não-ouvintes, podemos ter a mesma experiência que alguém que ouve”, partilha.
Há dez anos, os eventos da Comunidade Shalom em Fortaleza, dentre eles o Renascer, contam com o apoio do Ministério de Evangelização dos Surdos. Por meio dele, a Obra Shalom busca alcançar o público surdo com ações de evangelização.
Segundo censo realizado pelo IBGE no ano de 2010, o Brasil tem cerca 2,6 milhões de surdos.