Há quarenta anos atrás se disseminava no mundo uma insurreição estudantil. Os jovens organizados em movimentos, como a UNE, revoltavam-se contra todo e qualquer tipo de autoridade, fosse uma ditadura de direita ou de esquerda, ou mesmo, uma democracia.
O mundo testemunhou um 1968 repleto de eventos marcantes como o assassinato do líder pacifista Martin Luther King e do candidato democrata à presidência dos EUA Robert Kenedy. No México aconteceu o massacre de Tlateloco no qual o exército matou 48 pessoas durante protesto estudantil. Houve confrontos também acirrados e sangrentos entre estudantes e polícia na Alemanha, EUA, França, Itália.
No Brasil o assassinato do secundarista Edson Luís de Lima Souto num desses confrontos desencadeou uma comoção nacional. Meses após o assassínio do estudante, o Rio de Janeiro foi placo da marcha dos cem mil. Eram os estudantes que saíram às ruas a reivindicar o fim da repressão, da censura e redemocratização do país.
Bento XVI denominou esse período de “a grande crise” da cultura ocidental. De fato, os sonhos utópicos daquela época não se realizaram e permanecerão inexeqüíveis até encontrarem o viés para outro tipo de revolução.
Encontramo-nos novamente numa época que exige novas demarcações de rumos de nossa sociedade; exige uma verdadeira revolução. Por experiência histórica aprendemos que não é pela violência, nem pela rejeição à ordem que ocorrerão tais mudanças. Ainda pode iluminar as palavras de Bento XVI aos jovens do mundo inteiro quando este os animou a serem protagonistas da revolução do amor, esta sim, pode desenraizar o ódio e o torpor do coração humano e os deixar livres para progredir.
Vanderlúcio Souza – vanderluciosz@yahoo.com.br