Sem Categoria

Tenho 37 anos, embora tenha 25

Amo ser Shalom, porque mesmo sem muitas vezes saber responder com palavras, a paz que habita em meu coração ao concretizar cada vez mais aquilo que eu sou me responde, me basta.

comshalom

Desde criança a ideia de ter uma vida comum nunca me pareceu suficiente, mesmo na minha inocência infantil já procurava um diferencial para viver, pois dentro de mim alguma coisa me chamava a ser além de usual. Esse aspecto, durante as fases da minha vida se manifestaram de formas diferentes, como uma busca incessante de ser aquilo que eu sentia que precisa ser.

Apesar de brincar na escola/rua de brincadeiras comuns, como esconde-esconde, corrida… eu tinha os meus amigos mais próximos para brincar do que “o senso comum” não brincava: super-herói, artista de circo, espião, personagens de filmes, de séries. Sempre nos imaginando além do que aquilo que naquela época éramos, algo especial, algo diferente.

Fui crescendo e nada calava a vontade de fugir do ordinário, a ideia de crescer e de ter “apenas um trabalho comum, construir uma família comum, viver uma vida comum como todos” me inquietava e angustiava, embora não expusesse. Desta forma eu fui buscando e me apegando ao que minhas mãos conseguiam alcançar, e acabava tornando aquilo o sentido da minha vida, onde sempre dava a maior atenção, dedicava meu tempo, meus pensamentos.

Me empenhei com unhas e dentes ao movimento escoteiro (ao qual sou grato até hoje), a estilos de músicas não comuns ao local que eu vivia, a forma de vestir que chamasse atenção (a muito contra gosto dos meus pais que não se agradavam com meu guarda-roupa todo preto), a idealização de carreiras que me levassem a fama de forma rápida e etc. tudo isso porque dentro de mim algo gritava por uma forma de viver além daquela vida lícita, mas simples demais pra mim.

Em meio às conturbações da adolescência, onde nada do que eu procurava e me empenhava rendia, dava frutos ou criava raízes de verdade, eu tive uma experiência com Deus em um acampamento de jovens Shalom. Assim, eu entrei na obra Shalom, e vivia tudo dentro dela com muita sede, algo ali dentro me atraía fortemente.

Era como se o grito do meu coração por uma vida diferente encontrasse o grito de um Deus que me chamava a assim o ser. A forma radical de viver o evangelho, de passar a noite em vigília, de rezar todos os dias com a palavra de Deus, o terço e a missa diária, a vida fraterna com meus irmãos da obra e da comunidade, o serviço. Aquilo era diferente de tudo que eu já tinha vivido, era diferente de tudo que o mundo vivia, parecia uma loucura, um exagero, mas calava e saciava meu coração.

Inicialmente eu temia que fosse fogo de palha e simplesmente uma hora se apagasse, desaparecesse, não rendesse, não criasse raízes como tudo que eu já tinha me empenhado toda minha vida. Após 2 anos vivendo na obra intensamente, fui morar fora, onde não existia a comunidade. O medo de que tudo aquilo dentro de mim se desfizesse, que o fogo se revelasse palha e se apagasse passou a me preocupar. Uma vida fora das estruturas me assustava.

Lá pude provar de um Deus que me amava e me sustentava além de estruturas. Conheci irmãos que lutavam pela santidade numa vivência comum na paróquia, indo às missas apenas nos domingos, rezando o terço uma vez por semana, com uma vida de oração menos exigente. Seduzido pelo que eu julgava ser uma “facilidade” de suas vidas, tentei ser igual, ter uma vivência licita, mas comum.

Com mais um menos um mês vivendo assim, me percebi infeliz, muito infiel a Deus, deixando que mentalidades não cristãs adentrassem de forma inconsciente na minha vida. Incomodado com a forma inquieta e insatisfeita que eu me sentia, pensei: “O que faço de diferente na minha vida hoje, que me faz sentir infeliz e insatisfeito comparado com a minha vida antes?”. Rapidamente lembrei que eu não vivia mais “como Shalom”, e o quanto isso me fazia não ser eu.

A partir daí passei a trilhar um caminho mais concreto em direção à vivência da vocação. Hoje eu sou discípulo de segundo ano da Comunidade de Aliança, preparo-me para consagrar minha vida a Deus em um Carisma novo, de apenas 37 anos, mas que eu amo.

Eu amo ser Shalom porque em 1982 Deus infundiu no mundo aquilo que eu sou, embora tenha nascido em 1993. Cuidadosamente e cheio de amor, antes de eu nascer, Deus já preparava o caminho que eu encontraria. A inquietação juvenil de buscar ser a diferença que dentro de mim eu queria ser, hoje é substituída pela paz de saber quem eu sou, o que devo fazer, o caminho que seguir.

Continuo indo contra a corrente do mundo, mesmo sem muitas vezes eu ou aqueles a minha volta entenderem o porquê de não viver uma vida como todos. Amo ser Shalom, porque mesmo sem muitas vezes saber responder com palavras, a paz que habita em meu coração ao concretizar cada vez mais aquilo que eu sou me responde, me basta. Amo ser Shalom, porque com todas as adversidades de uma vida diferente, com o coração cheio de gratidão eu posso dizer: Obrigado Senhor, por me teres escolhido.

Jonas Fernandes

Discípulo na Comunidade de Aliança
Missão de Natal

Participe da Campanha Eu Amo Shalom

O ápice da campanha Eu Amo Shalom será o dia 9 de julho, na Santa Missa pelo aniversário do Carisma. No ofertório, a assembleia depositará diante do altar do Senhor a doação material que será destinada à Igreja do Ressuscitado, construção que expressará ao mundo inteiro o Carisma Shalom.

Faça aqui sua doação

Folder Eu Amo Shalom – 37 Anos


Comentários

Aviso: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião da Comunidade Shalom. É proibido inserir comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem os direitos dos outros. Os editores podem retirar sem aviso prévio os comentários que não cumprirem os critérios estabelecidos neste aviso ou que estejam fora do tema.

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.

O seu endereço de e-mail não será publicado.