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Testemunhas da Ressurreição: João, a testemunha mais jovem

No quarto episódio da série trazemos a história do discípulo amado.

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Ele me amou até o fim. Bem que Ele disse! Mas acontece que a Cruz não era o fim. Eu sabia! Sei lá se eu sabia mesmo. Ah, Adonai, como foi difícil ficar ali em pé, do lado da mãe, e ser testemunha daquele martírio. Eu era muito jovem. E que grande consolo tê-la levado para a minha casa. Não era ela que precisava de mim, mas eu precisava dela, da sua presença, da sua maternidade, da sua fé. Como disse o Pedro, o Mestre sabia de tudo mesmo!

Ah, quando a Maria veio correndo feito louca, quebrando aquele silêncio sepulcral do cenáculo e disse que tinha ido de madrugada no túmulo, que a pedra tinha sido removida, que Ele não estava mais ali. Era o primeiro dia da semana. Estávamos o Pedro e eu. Ela falava, sorria, falava, chorava, falava… Quase não entendemos o que estava acontecendo. Mas quando nos demos conta de que a morte realmente poderia não ser o fim, corremos juntos e corremos e corremos. Meu coração estava acelerado. Vamos, Pedro, corre! Vai você na frente, João, que não estou aguentando! Eu te alcanço no sepulcro. E eu corri, como se minha vida dependesse daquela corrida. E dependia mesmo! 

Episódio 1 | Maria, a primeira testemunha da ressurreição

Episódio 2| Tomé, a fé que vê e crê

Cheguei primeiro, vi os panos no chão. Meu coração bateu mais acelerado do que já estava por causa da correria. Não entrei. Pedro deveria ir primeiro. Ele era o primeiro. Era esse o desejo do Mestre, que ele fosse o primeiro. Esperei. Talvez por dois ou três minutos. Que demora! Pareciam séculos. Andava de um lado para o outro pelo jardim. Vi lírios ao redor do túmulo. Eles não estavam ali no dia do sepultamento. Mas que coisa! Agora os lírios estavam ali e o Mestre, não. Vem logo, Pedro! Maria tinha razão! Ele não está mais aqui. Nem os soldados que guardavam o túmulo! Pedro finalmente chegou. Estava morto de cansaço. Ele entrou e também viu os panos. O sudário não estava junto com os lençóis que haviam enrolado o corpo do Mestre, mas dobrado, ao lado. Seria um sinal? Dizem que quando o senhor da casa se levanta da mesa e dobra o guardanapo, esse gesto indica para seu empregado que vai voltar para terminar a refeição. Compreendi. O banquete do Cordeiro estava prestes a começar. Temos que contar pra mãe dele, Pedro! Acho que ela já sabe, João. Ela sempre sabe… 

Saímos juntos do sepulcro. Na verdade, era do nosso sepulcro que saíamos, para uma vida completamente nova. O que vimos e ouvimos necessitava ser proclamado para toda a humanidade: Deus é amor que vence a morte e Dele vem a vocação de nos amarmos uns aos outros, pois Ele nos amou primeiro. Corremos, não mais com o coração cheio de apreensão, de medo, de dúvidas, mas tomados pela fé, esperança e, sobretudo, pela caridade. A nossa alegria estava completa! O Mestre vive! E este é o discípulo que dá testemunho de todas essas coisas. Eu vi e acreditei. Em minha juventude, tornei-me testemunha de Sua Ressurreição.

Episódio 3 | Madalena, no teu caminho, o que havia?


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