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Testemunhas da Ressurreição: Madalena, no teu caminho, o que havia?

Estamos no terceiro episódio da Série Testemunhas da Ressureição, e hoje veremos a história de Madalena. Acompanhe os episódios passados ao fim da matéria. Boa leitura!

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Devem ser três da manhã. Que frio! O fogo provavelmente apagou. Preciso de mais lenha. Acho que tem um pouco lá fora. Vou pegar a madeira, acender o fogão e fazer um chá de hortelã bem forte, como aqueles que o Mestre gostava. Lembrei que chá de hortelã com peixe frito continua sendo uma combinação estranha. Não sei como Ele gostava tanto. Acho que era próprio Dele ter uns gostos excêntricos. Gostou de mim, do Levi, do Judas, do Pedro… Que turma! Mas foi pra gente como a gente que Ele veio ao mundo.

Episódio 1 | Maria, a primeira testemunha da ressurreição

Episódio 2| Tomé: a fé que vê e crê

Que contradição bendita! Pensei imediatamente nisso quando Miriam me contou como tinha sido a Apresentação Dele no Templo. As palavras de Simeão, profetizando que aquele Menino seria um sinal de contradição para muitos corações, se cumpriram a cada vez que o Mestre atraía a Si os pecadores mais conhecidos da Judeia, da Galileia e de toda a Samaria.

E como fui atraída para Ele! Uma força tão forte, que firmou meus pés ante a agonia da Cruz. Outro bendito sinal de contradição é a Cruz. Acho que o maior de todos. Quem a merecia? Certamente eu ou qualquer outro, mas Ele, inocente, puro, santíssimo, não! Entretanto, tomou o lugar de todos. Preciso agradecê-Lo outra vez. Preciso vê-Lo. Vou ao jardim. Vou acordar a outra Maria, acho que ela gostaria de ir comigo. Tenho que correr. O chá vai ficar pra depois. 

Depressa, Maria, enquanto os guardas ainda dormem! Por que não pensei nisso antes? E se eles acordarem? Não podem nos ver por lá de jeito nenhum. Precisamos de um véu e de uma lamparina. Onde coloquei o óleo? Rápido! O caminho é muito perigoso à noite, Madalena! Ouvi dizer que há raposas e um bando de saqueadores rondando a região. Não importa, Maria! Quanto mais corrermos, melhor. Não podemos nos distrair. Olha, Madalena, tulipas! Vamos levar ao sepulcro? Mas lá é um jardim, mulher. Há flores suficientes. Só mais alguns passos e já chegamos. Ali está o túmulo. E aqueles lírios ao redor do sepulcro? Não estavam ali anteontem. Que estranho!

Mas o que é isso? Um terremoto! Socorre-nos, Adonai! Não acredito no que estou vendo, Maria! Seria um anjo? A pedra! Como ele fez isso? Olha, Madalena, os guardas estão apavorados! Eu também! Calma mulher, parece que o anjo vai dizer alguma coisa. “Não temais! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. Não está aqui: ressuscitou como disse. Vinde e vede o lugar em que ele repousou. Ide depressa e dizei aos discípulos que ele ressuscitou dos mortos. Ele vos precede na Galileia. Lá o haveis de rever, eu vo-lo disse”. Ele está vivo? Você ouviu, Maria? O Mestre está vivo! Como é possível, Madalena? Bendito és Tu, Adonai! Vamos! Temos que avisar os outros! 

Salve, Madalena! Salve, Maria! Rabi! Beijo Teus pés. Não tenham medo! Vão! Digam aos meus irmãos que voltem para a Galileia. Eles me verão lá! E eu corri e corri. Maria não me alcançou. Cheguei primeiro. Bati à porta do cenáculo e anunciei: Ele não está mais no sepulcro! Ele ressuscitou! Pedro e João correram. Maria finalmente chegou. Nos abraçamos. Eis que Ele fez novas todas as coisas! Desde então, por onde vou, todos me perguntam: Responde, pois, Maria Madalena, no teu caminho, o que havia? E repito: Vi Cristo Ressuscitado e o túmulo abandonado, um anjo da cor do sol e dobrado, no chão, o lençol! Barukh ata Adonai. Bendito és Tu, Senhor, que me fizeste testemunha da Tua ressurreição! 

Acompanhe o terceiro monólogo em vídeo:


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