“Disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei. (…) Assim partiu Abrão como o Senhor lhe tinha dito.” (Gêneses 12,1.4)
Foi assim que o Senhor fez comigo.
Conheci a comunidade em abril de 1994 quando fui ser voluntária da Lanchonete Shalom no recém inaugurado Centro de Evangelização Shalom – “Casa João Paulo II”. Em um dos primeiros finais de semana como voluntária, em “um voz e violão” com a Suely Façanha, que morava em Salvador nesta época, fui despertada para o carisma, para a vocação. Logo após, aceitei o convite para participarmos do Encontro Vocacional aberto que se daria dia 30 de abril e 01 de maio deste mesmo ano. No Encontro Vocacional, o Senhor fez uma grande obra, e ao responder o questionário de como foi esse encontro para mim e o que mais me chamou a atenção, lembro, até hoje, que o “Amor Esponsal” foi aquela grande novidade e revolução na minha vida.
A grande virada radical se deu no meu Seminário de Vida no Espírito Santo no último final de semana de maio, a experiência com o Cristo vivo e ressuscitado me levou a dar uma virada de 180 graus, como canta hoje o “Missionário Shalom”. Entrei no Grupo Vocacional neste mesmo ano, caminhando para a Comunidade de Aliança e me engajei de corpo e alma na Obra Shalom. No Reviver de 1995 em Eunápolis, com o tema: “Senhor o que queres que eu faça” tive uma outra virada radical. Com a páscoa do Ronaldo, fui sendo levada a questionar e a mergulhar na oração sobre a oferta de vida. O Senhor que em seu amor me chama a ofertar minha vida por completo e a me transformar cada vez mais n’Ele pela vida de oração que gera o Amor Esponsal.
Em 1996, ingressei no postulantado da Comunidade de Vida em Eunápolis; 1997, discipulado em Pacajus; 1998, fui enviada para a fundação de Mossoró; 1999, Fortaleza na Casa Mãe e em 2001, no bairro de Fátima. Em 2002 fui para a Fundação da Missão de Teresina; e no segundo semestre de 2006, tive a minha primeira experiência de missão no exterior, na fundação da missão da Argélia em Argel, Norte da África; e no final de 2008 fui transferida para Tunísia, também no Norte da África para a fundação da missão de Sfax. Em 2013, estou de volta ao Brasil, na Diaconia Geral em Aquiraz.
Durante esses 17 anos de vida missionária, muito realizou o Senhor em minha vida. Experimento todos os dias da Sua Cruz e Ressurreição, da Sua fidelidade, da Sua Mão que me sustenta e conduz, do Seu Espírito que capacita a viver o que Ele me chama mesmo diante dos desafios diários, mas na certeza de que a Sua Vontade é o meu paraíso. A experiência, de forma particular, no mundo mulçumano, me fez tocar o sofrimento do coração do homem que não conhece a verdade do amor de um Deus que é Pai e que, por amor, enviou seu Filho único para nos salvar morrendo em uma cruz, amando-nos até a entrega total de Sua vida e na oferta total do Seu Espírito, renovou a certeza de que o nosso carisma é para o mundo, e que nos seus quatro cantos existem pessoas que esperam a nossa resposta de amor, que esperam ansiosamente por essa voz que grite que eles não estão sozinhos, que são amados, e que Cristo ressuscitou. Que nossas vidas possam ser todos os dias, em todos os lugares, essa voz, esse grito.
Louvo ao Senhor pelos irmãos e irmãs que foram providência, sinal e socorro de dEle para mim. A Palavra de Deus é certa: “Respondeu Jesus: Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, receberá cem vezes mais agora, durante esta vida – casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições – e, no tempo futuro, a vida eterna. “(Marcos 10, 29-30). Por isso, louvo ao Senhor pela vida e testemunho dos meus pais, irmãos, avó Eunice (minha madrinha de batismo) e tios, da Andréa Luna, Consagrada da Comunidade de Aliança (que foi pastora de grupo de jovens em Salvador e madrinha de crisma), da Suely Façanha, consagrada da Comunidade de Vida (acompanhadora vocacional em 1994), da Raissa Liriss, Consagrada da Comunidade de vida (acompanhadora vocacional em 1995 e formadora pessoal até 1999) , do Cassiano Azevedo, Consagrado da Comunidade de vida (formador comunitário em 1996), da Evacy Assunção, Consagrada da Comunidade de vida(formadora pessoal de 1999 até hoje), da tia Célia Leopoldino, consagrada da Comunidade de Aliança (mãe, filha e grande irmã) e diversos outros irmãos e irmãs que foram providência, sinal e socorro de Deus em minha vida. De forma especial a Gizelly Aragão, consagrada da Comunidade de Aliança (filha, irmã, mãe e melhor amiga) pelo dom da amizade que experimentei e experimento a cada dia e por abrir sua vida, casa e família me acolhendo nos momentos felizes e em especial nos momentos tristes, dolorosos e desafiantes. Mais uma vez a Palavra de Deus me acompanha: “Um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem o achou descobriu um tesouro. Nada é comparável a um amigo fiel; o ouro e a prata não merecem ser postos em paralelo com a sinceridade da sua fé. Um amigo fiel é um remédio de vida e imortalidade; quem teme ao Senhor achará esse amigo. Quem teme o Senhor terá também uma excelente amizade, pois o seu amigo lhe será semelhante”. (Eclo 6,14ss)
Obrigada Senhor por se fazeres tão presente e tão real no encontro de cada dia na Eucaristia, na tua Palavra, na oração e nos irmãos! Hoje, não sou somente baiana e brasileira, sou cidadã do mundo, cidadã do céu. Vale a pena tudo ofertar!
Shalom!
Ana Carolina Caldas Dantas