Me chamo Iara Azevedo Rodrigues Dias, tenho 30 anos, sou natural de Aquiraz- CE e sou missionária na missão de Sobral já faz um tempinho. Quero com alegria partilhar um pouco desse caminho tão sublime na minha vida que é o celibato.
Tudo começou de certa forma, pela Palavra de Deus! Quando eu era da Obra Shalom, participava do grupo de oração, em um dos meus acompanhamentos de grupo no ano de 2009, quando minha acompanhadora rezava Deus dava uma Palavra, Mt 19,10-12, que certa maneira fala muito para os celibatários, mas logo quando terminou a oração a minha acompanhadora falou que isso não significava que eu seria celibatária. Acolhi isso, e essa voz ficou por muito tempo na minha cabeça.
Mas nos planos de Deus esse foi só o pontapé inicial para um processo de conquista, apaixonamento e acolhimento daquilo que sempre esteve dentro de mim, mas que eu precisava ir amadurecendo e sendo firmado com o tempo.
Os anos passaram, ingressei na Comunidade de Vida e fui enviada para Macapá, lá Deus já também foi falando algumas coisas, dando alguns sinais. Mas em alguns momentos a voz da minha acompanhadora voltava e me lembrava que isso não significava que eu seria celibatária. Então ia guardando os sinais no coração, pois não era tempo e trazia dentro de mim muitas feridas no campo da afetividade, tinha acabado de viver processos fortes de reconciliações com a minha mãe biológica, e precisava viver bem tudo isso.
O tempo foi passando e fui percebendo que Deus começava a falar mais sobre isso, começava a ser mais claro por meio de Palavras, de moções, as visões, os entendimentos e foi começando a me dá experiências da maternidade espiritual com os jovens. Diante disso comecei a anotar tudo, isso foi importantíssimo. No meu processo não tiveram tantos sinais exteriores, mas foi a partir do que Deus foi falando e conduzindo.
Uma coisa que foi muito importante, é que na minha história de vida, eu não tive uma estrutura “normal” de família, e eu não tinha perto de mim referências de famílias. Por Providência de Deus, desde quando entrei na Comunidade eu moro com casais, e o simples fato de morar com as famílias, vê a beleza do que é e do que deve ser, foi sendo dentro mim um processo de cura de uma ausência e a medida que ia sendo curada por meio do contato, ia percebendo que não era aquela forma que Deus queria para mim, por mais bela que seja.
Então, começou dentro de mim um processo de conquista e amadurecimento daquilo que Deus falava e eu precisava dar uma resposta. Porque eu tinha todos os sinais, mas meu coração era resistente, porque eu olhava para os meus pecados e fragilidades eu não conseguia me ver capaz de viver o celibato, dentro de mim tinha todas as impossibilidades para viver de forma radical esse belo chamado.
Até que o golpe final de Deus foi em uma oração em 2021, Ele me fazia lembrar da profecia para a Comunidade que o Celibatário seria remédio para a Comunidade, e eu compreendia que o dom do celibato não vem de mim mesma, mas de Deus. E se o celibatário é o remédio é porque antes esse remédio já fez efeito na vida daquele que traz em si esse dom, esse chamado. Assim iria acontecer na minha vida, assim Deus iria realizar na minha vida, assim Deus quer realizar na minha vida!
Iara Azevedo Rodrigues Dias, Consagrada da Comunidade de Vida e Celibatária