Eu não sabia o que ia fazer lá. Só sabia que tinha que ir… O Congresso de Jovens Shalom (CJS) começou bem antes para nós na missão João Pessoa. Uma corrida atrás dos jovens para viver essa experiência, na busca pela documentação da galera, no sofrimento de não saber se íamos conseguir pagar tudo, no cuidado pelos menores de idade, autorização dos pais, e fala com mãe, pede a pai… A gente queria levar todo mundo, mas algumas coisas não dependiam só de nós. Pelo menos no nosso coração foram todos. E na quinta de véspera estávamos todos juntos para ir a Fortaleza.
Era o primeiro CJS de muitos, meio tímidos, mas lançaram-se a conhecer a Diaconia Geral, o Shalom da Paz e a Igreja do Ressuscitado. Minha preocupação era saber como eles estavam e o que sentiam. Pois, recordava da minha primeira vez no Shalom em Fortaleza, a dimensão que era aquilo. Para qualquer jovem que estivesse mal, viver aquilo era o melhor tratamento para cura. E eu queria que eles vivessem da melhor forma.
A cada momento, a cada pregação e a cada adoração o que o meu olhar buscava eram os jovens! A intercessão começava, a vontade de que Deus quebrasse qualquer barreira me consumia, e eu de fato “queimava de amor” por Jesus através daqueles jovens. A experiência de amar ultrapassa a de se sentir amado! E Jesus que nos amou primeiro, quer que amemos como Ele porque é bom, é necessário, é digno e santo.
Não tinha interesse de recompensa, mas ouvir as partilhas do que Deus fazia já na missa de abertura, nas dificuldades para chegar lá e na vitória que era esta ali, já me fazia sentir uma enorme sensação de gratidão a Deus, e de pertença daquelas almas. E no momento da oração de oferta com a cruz o Senhor me fez ter uma experiência legal.
Naquele momento me vi de novo. Me coloquei no centro de novo, mas um centro necessário. O Senhor fez questão de mais uma vez mostrar a minha história. Só que dessa vez mais recente, o meu último ano. Todas as dificuldades que vivi e algumas ainda que vivo hoje, o que para muitos parece loucura, e que sempre irá parecer, mas olhei de forma diferente, o que antes me maltratava, não machuca mais.
O Raul de um ano atrás é diferente do de hoje. O que olha para mesma situação, mas que agora não permite ser pisado pelo que acontece. O que teve que abrir mão e desistir de muita coisa, que chegou no seu fundo do poço e no fundo se encontrou na solidão de um poço escuro, ao se encontrar percebeu mais uma vez que não estava só. Que Jesus sempre se fez presente, que Ele já era suficiente.
Ao ver aquela cruz, percebi que eu tinha uma virtude: a da alegria! E essa alegria não é porque estava bem, mas porque tinha “apenas” Cristo, não tinha mais nada. E eu pergunto a vocês: preciso de mais pra ser feliz? Exato, é essa a resposta. Eu não preciso de nada mais para ser feliz, alegre. Naquela oração de oferta com a cruz, olhei para mim e não podia ficar sem partilhar que nada está sendo fácil. Mas que junto com meu Amado, amigo Jesus, posso dizer que vivo a fase mais feliz da minha vida. Quando eu tenho somente Jesus é que percebo que não preciso de mais nada.
Raul Renner. Discípulo CAL