Formação

Uma bandeira de esperança por nossas crianças

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Francisco Vanderlúcio Souza
Comunidade Shalom

    Mês de outubro é período excelente para comemorar e, também,refletir sobre as crianças. Um olhar sobre a História nos desvela queem algumas civilizações primitivas eram realizados sacrifícios decrianças aos deuses. No mundo grego, na cidade de Esparta, era costumeseparar as crianças de seus pais para se dedicarem ao exército, idéiaapoiada por Platão em sua obra sobre o Estado ideal, "A República". Jáentre os judeus, crianças não eram sequer contadas como pessoas, eperdurou por muito tempo em diversas sociedades o conceito de criançacomo um pequeno adulto. O tempo passou, o homem socializou-se, evoluiuem vários aspectos, contudo, percebe-se, em pleno século XXI, hábitos eatitudes animalescas de alguns no trato para com as crianças.

    Onde estaria a raiz de tanta violência que vemos aterrorizarnossos pequeninos? Por que vemos nesses últimos anos uma sucessão debarbáries contra essa faixa etária? Que ameaça traz um infante? Paratodas essas perguntas não se encontram respostas objetivas,desenrolam-se especulações e teorias, restando apenas o factível:nossas crianças estão em risco. Logo, o futuro e presente da humanidadeestão ameaçados.

    Em 2007, o mundo inteiro acompanhou o episódio do desaparecimentoda pequena Madeline McCann. No Brasil, um caso chocou a opiniãopública, o assassinato de Isabela Nardoni, tendo por principaisacusados o pai e a madrasta. Ambos os casos ainda não tiveram odesfecho final.
Uma infinidade de casos envolvendo violência contra crianças éestampada nos noticiários constantemente, como a compra e venda debebês. Em Recife, um representante comercial foi detido em março de2007. Ele pagou despesas hospitalares com o parto, exigência da mãe,que ainda pediu em escambo pelo filho um advogado para soltar o irmãodela que se encontrava preso. Ao dar à luz, Juliana, a mãe, que admitiua esdrúxula negociata, arrependeu-se e denunciou o caso à polícia. NoChile, uma mãe com o esposo pôs anúncio na internet: "vendo bebêrecém-nascido, entrar em contato com Carolina e Juan". A insólita vendafoi desbaratada graças a um canal de televisão, que simulou interesseem adquirir o bebê, flagrando o comércio intolerável. Um casal deTaubaté, SP, comprou criança com menos de um mês de vida de mulher emMinas Gerais. A mãe afirmou que recebeu cesta básica e em breveganharia mais benefícios em dinheiro por meio de uma advogada queestava intermediando a venda do bebê.

    Além da inaceitável compra e venda de bebês, existe o aluguel decrianças. Rachel de Queiroz, no "O Quinze", já denunciava as mães queemprestavam a outras seus embrulhos viventes – crianças subnutridasdevido à seca – a fim de que recebessem esmolas mais generosas. Estaprática atravessou décadas e, em Fortaleza, ainda acontece, sobretudonas ruas do Centro da capital, o que é um verdadeiro absurdo: mulheresque alugam crianças de mães para pedir esmolas.

    Ainda poderíamos citar os fetos e recém-nascidos jogados pelasmães em latas de lixos, rios e sanitários; e também o trabalho escravoespalhado em todo país de meninos e meninas que se vêem privados deserem o que são: crianças.
A última ocorrência bárbara aconteceu em São Paulo. Os irmãos JoãoVitor dos Santos Rodrigues, 13, e Igor Giovani dos Santos Rodrigues,12, foram mortos, queimados e esquartejados pelo pai e pela madrasta,um ato ignominioso.

    A peste do abuso e exploração sexual, sobretudo no ambientedoméstico, retira das faces inocentes a ternura e o brilho dos olhos,substituindo-os por medo, amargura e revolta. As conseqüências, nessescasos, geralmente são desastrosas.
Essa onda de violência é sintomática e revela o quanto o homemestá curvado sobre si mesmo e insensível àquele que é fraco e carece deproteção. Quando esse se afasta da verdade e do absoluto, entrega-seirremediavelmente à ditadura do relativismo, animal feroz que cerceiaprincípios e valores fundamentais tendo-os como bases já superadas enão mais necessárias.
Nesse cenário negrume, a sociedade é convocada a levantar umabandeira de esperança. Empunhá-la significa zelar, defender e protegernossas crianças tão expostas aos contra valores que corroem princípiosbasilares. Na Holanda, por exemplo, um partido constituído por trêspedófilos quer reduzir para 12 anos a idade limite para que a relaçãosexual, neste caso, não constitua o crime de pedofilia. Isso é umverdadeiro absurdo!

    É dever nosso cuidar de nossos meninos e meninas, embora issoexija de nós têmpera, determinação e não coadunar com o mal, jamais.

Francisco Vanderlúcio Souza é bacharel em Filosofia


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