Institucional

O Celibato Shalom: Uma Escolha para a Espiritualidade Radical

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  Dentro da Comunidade Católica Shalom o celibato é como uma expressão radical, de entrega espiritual. Essa decisão, é uma escolha voluntária entre os membros da Comunidade Shalom, que buscam uma vida de consagração total a Deus. 

  Para quem não conhece o Celibato Shalom, é uma decisão que vai além da renuncia do casamento, é entrega completa ao serviço e ao amor incondicional a Deus. Essa decisão mostra não só uma busca pelos desejos pessoais, mas em prol de uma comunhão mais profunda com o sagrado. 

Testemunho Comunidade de Vida

“Falar do meu estado de vida, celibato pelo Reino dos Céus, é sem dúvida falar de um sincero desejo que havia em meu coração de fazer a vontade de Deus. Conheci a Comunidade Católica Shalom em 2014 quando fiz meu seminário de vida e nele, em meio a tantas inquietações e questionamentos que eu trazia, o Senhor me disse: “Filha, não te inquietes, pois os meus caminhos tu seguirás”. Assim começou o meu processo vocacional e em 2016 ingressava na comunidade de vida. Desde que conheci a comunidade, a vida do celibatário me chamava muita atenção e eu achava muito bonito, mas para os outros, não para mim, já que sempre tive o desejo de constituir uma família e viver a maternidade biológica. Em 2017, no meu ano de discipulado na casa de formação, Deus começou a me inquietar sobre o celibato e lembro que comecei a sentir uma forte atração para esse estado de vida mas também uma forte rejeição. Como não era tempo de discernir o meu estado de vida e aquilo estava me tirando a paz, fui correndo para o colo da Virgem Maria e diante dela, em uma gruta que havia na minha casa, fiz a seguinte oração: “Mãe, eu acho que Deus pode está me chamando ao celibato, mas eu não quero; porém, se assim for sua vontade, peço que na hora certa o meu estado de vida venha por tuas mãos e que a senhora me ajude a dar meu Fiat.” Pronto! Depois que consagrei meu estado de vida a Virgem Maria tudo se pacificou dentro de mim e por um tempo nem lembrava mais disso. Só em 2018 ao escutar que Deus prometia à comunidade um levante de jovens celibatários pelas mãos de Nossa Senhora foi que tudo veio à tona novamente e fui começando a me render ao celibato. Com auxílio dos meus formadores, comecei a trilhar o caminho de discernimento proposto pela comunidade no qual fui percebendo que a minha resistência ao celibato não era apenas pelos meus planos, mas por medos da solidão,de me comprometer, de não conseguir ser fiel… e mais uma vez Maria foi me ajudando a superar os meus medos, acreditar na eleição de Deus e, assim, conformar a minha vontade a vontade dEle. Lembra daquele desejo de constituir uma família e ser mãe biológica que falei no início? Não passou, pelo contrário, descobri que ele era mais forte do que eu imaginava, mas também descobri que o celibato não é um grande “não” ao matrimônio, mas um grande “sim” a Deus e a humanidade. Dessa forma, lancei-me na missão que Deus me confiava naquele tempo e fui percebendo que a maternidade espiritual era real e forte. Na oração e na vida ordinária, Jesus foi me atraindo, preenchendo-me e enamorando-me por sua vida, estar disponível de forma total a Deus e a comunidade me fazia feliz e aos poucos fui me rendendo totalmente a esse chamado. Em 25 de janeiro de 2020 fiz meus primeiros votos e neste ano que se inicia darei início a preparação para a profissão dos votos perpétuos e posso dizer com Santa Terezinha “Ó meu Deus, superaste a minha expectativa e quero cantar vossa misericórdia”. Nas alegrias, dores, medos, provas, infidelidades, cansaços e ofertas de cada tempo sempre há uma certeza em meu coração: sou realizada vivendo o celibato pelo Reino dos Céus porque Jesus me faz feliz.” 

 Testemunho da irmã da comunidade de vida Emanuella Ester, que tem os votos no Celibato pelo Reino dos Céus. 

Testemunho Comunidade de Aliança

  A Comunidade Shalom destaca que o celibato não é um fardo, mas sim, um caminho de alegria e realização espiritual. Através desse compromisso, os membros buscam cultivar uma vida de oração intensa, serviço e evangelização, enfatizando o papel do celibato como uma via para uma espiritualidade mais profunda.  

Assim ainda temos o testemunho de uma irmã da comunidade de aliança Isabela Lima, que possui seus votos no celibato pelo reino dos céus. 

“O Celibato, é, sem dúvidas, falar do desejo que primeiramente já existia no CORAÇÃO de Deus, e no mais íntimo de mim de ser uma pessoa inteiramente Completa, por ALGUÉM COMPLETO E PERFEITO. Digo que a vontade de Deus sempre foi essa desde o dia que fui concebida e chamada de Isabela: Separada, Eleita, Consagrada a Ele… 

Na minha infância, já existia dentro de mim o desejo pela missionariedade e de entregar a minha vida a Deus. Lembro-me das inquietações, dos anseios, da forma como eu já me relacionava com Ele, e da forma como Ele já se relacionava comigo. Ainda na minha infância, tive uma forte experiência com uma foto da SAGRADA FACE, à qual minha mãe guardava, e no verso dela estava escrito: “Seduziste-me Senhor, e eu me deixei seduzir”. Sim, ali fui impactada com essa frase e atraída de uma forma que não dá para explicar, mas sei que em todas as vezes em que eu olhava para a Sagrada Face de Jesus, eu era muito mais seduzida, muito mais atraída por Ele. 

Outra experiência que me marcou profundamente foi em uma Via Sacra, à qual fui escolhida para fazer o papel de Santa Verônica, para enxugar a face de Jesus, e ali, mais uma vez, de forma muito concreta, eu tive a experiência real de que Ele me chamava para Ele, de que Ele me chamava para consolar a Face Dele. Fui crescendo, e comigo foi crescendo mais ainda o desejo de saber o que Ele queria de mim. 

Rezando uma vez, sim, rezando, pois eu já tinha vida de oração, e uma vida já dedicada às coisas do Senhor. Em oração, o Senhor me deu a passagem de Mateus 19: “Porque há pessoas que não se casam porque são eunucos de nascença, ou por outros foram feitos eunucos; e há também aquelas que se abstêm do casamento por amor do Reino dos Céus. Quem puder entender, que entenda!” Essa palavra saltou aos meus olhos, e as batidas do meu coração eram fortíssimas, e eu disse para Deus: essa pessoa sou eu, eu nasci para me dedicar a Você e às suas coisas. 

Muitas coisas não compreendia, porém, eu desejava viver, porque era muito mais forte do que, e era o próprio Deus quem me fazia sentir. Deus sempre se comunicava de forma muito real comigo, e por meio da sua palavra, como na passagem de Cântico dos Cânticos 2:10-16. 

Eu me sentia envolvida por um mistério que não compreendia, mas que sentia o grande desejo de ser toda de Jesus, sem reservas, ao ponto de dizer que Jesus era meu Robin Hood, que Ele havia roubado meu coração unicamente para Ele. 

Quando conheci a Comunidade em 2015, fiquei encantada porque descobri que nela alguns irmãos viviam o Celibato pelo Reino dos Céus, e aí as coisas foram se tornando mais claras. Ingressei no Vocacional, e logo depois fui como Jovem em Missão para Macapá, e lá Deus começou a falar de forma mais nítida o que Ele desejava para mim. Aí eu fui colhendo os seus sinais, fui rezando, levava para as formações, e Deus sempre confirmava o que Ele queria “me conduzia a um jardim, e neste jardim se encontrava eu e Ele, enamorados um pelo outro, e que sobre mim Ele traçava a sua Cruz, como forma de eleição”. 

Retornando de missão para Mossoró, no meu P1 e P2, eu já levava para as formações esse chamado de Deus, e continuava rezando e guardando tudo no coração. No processo de descoberta do estado de vida, é fundamental a vida de oração, a intimidade com Deus, e sobretudo a discrição naquilo que você está vivendo, porque é um processo entre você e Deus, e no seu íntimo, como diz São João da Cruz, que “para encontrar uma coisa que está escondida, é preciso também esconder-se”. 

No meu D1, eu já tinha a plena convicção do meu Estado de Vida, e eu me sentia feliz, privilegiada por isso, e me sentia profundamente amada, porque Ele estava tomando posse de mim de verdade. Continuei rezando, vivendo todos os processos, e esperando o tempo certo para dar passos mais concretos na vontade de Deus. Finalmente, em 2022, no meu D2, comecei a trilhar para a minha consagração de vida e também para o Celibato. A voz de Deus sempre foi muito real, muito certa e muito verdadeira na minha vida, então, com a abertura do meu coração e com o encontro da vontade Dele com a minha, tudo foi mais rápido, o processo foi rápido, a resposta foi rápida, porque Ele tinha pressa. 

No dia 14 de abril de 2023, me consagrei no Carisma Shalom, e no dia 03 de junho, no Celibato pelo Reino dos Céus, tudo por graça Dele, tudo conforme Ele desejou para mim. Hoje me sinto completa e realizada por ter descoberto a vontade de Deus na minha vida, e muito grata porque desde cedo o Senhor me separou para Ele, para fazer parte do Reino Dele, para cuidar das coisas Dele, para consolar a face Dele. “Com amor te fiz e te escolhi. Com amor te conquistei, te atraí, te fiz para mim. Com amor te conduzi ao monte onde está a minha CRUZ, e neste lugar te farei feliz. Na minha Cruz manifestarei todo amor, e toda graça. Minha cruz para você não é motivo de dor, mas de alegria plena. Na minha Cruz você conhecerá meu verdadeiro amor, amor que te conduzirá à Santidade. Na minha Cruz te desposarei porque é nela o seu lugar, o seu leito de amor, pois foi para isto que EU te criei.”” 

A Comunidade Shalom mantém sua convicção de que o celibato é um chamado vocacional, proporcionando aos seus membros uma jornada na busca por uma conexão mais profunda com o divino. 

Assim fica o nosso agradecimento as irmãs de comunidade que entregaram suas vidas por completo, afim de um ato concreto de amor a Deus dedicado o dia 2 de fevereiro a celebração do Celibato pelo Reino dos Céus. 

 

Comunicação Mossoró


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