Institucional

Na cidade da qual se diz ‘o amor nasceu aqui’ vivia uma jovem sedenta do infinito

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Experiência com Deus… Evangelização… Namoro cristão… Algum pedido que você fez a Deus e Ele te atendeu… Vocação… Experiência com os santos, com a Igreja… O comshalom.org quer saber qual é a sua história com Deus.

Todos os dias, publicamos um testemunho novo na home. O de hoje é de Luzia Rafaella Borralho.

Quer ter a sua história publicada aqui? Envie texto e foto para  redacao@comshalom.org e evangelize conosco.

Confira:

10612991_1556889061207394_8513540113670867306_nEu me chamo Rafaella, sou missionária da Comunidade Católica Shalom, tenho 30 anos e vivo em Granada, na Espanha. Aqui, hoje, é um sábado pouco ensolarado, um pouco frio, propício pra uma pequena história que aqueça o coração. Então te peço permissão pra contar uma; e espero que, ao lê-la, possas disfrutar tanto quanto eu ao escrevê-la:

“Na cidade da qual se diz ‘o amor nasceu aqui’ vivia uma jovem que tinha sede do infinito. Dentro do seu coração ardia um desejo de se entregar inteiramente a um projeto que pudesse mudar o mundo. Já se vê que era um tanto pretenciosa. Assim, começou a preparar-se para cuidar de enfermos, acreditando que ao dedicar-se com amor às pessoas física e psicologicamente feridas podia mudar algo no destino da humanidade. Cursou durante quatro anos a carreira de Enfermagem e, ao longo desses anos, foi experimentando que algo de sua sede era saciado. No entanto, percebia que ainda não era essa a fonte da qual beberia para saciar-se completamente.

Então, foi em busca de outra fonte: saciar sua sede com o que lhe ofereciam as propagandas, o comércio, o mercado gastronômico, as festas, os drinks, os outros. E, ao lançar-se avidamente sobre essa fonte, começou a beber de uma água tão embriagante que, ao invés de levá-la a provar o infinito, aprisionou-a a uma cela de alegria efêmera e prazer viciante.

Viveu assim presa durante quase dois anos, até que um dia, ao dar-se conta de que estava cada vez mais longe do projeto que tanto sonhara, ao ver-se sem forças, entregue a uma ilusão egoísta e hedonista, e sentindo-se tão triste e infeliz, explodiu em um grito que interrogava a quem lhe ouvisse: ‘POR QUÊ? POR QUÊ ME SINTO ASSIM SE TENHO TUDO? POR QUÊ ME SINTO ASSIM SE MINHA VIDA É TÃO NORMAL?’ O grito lhe havia saído como um desabafo, daqueles que esvaziam o pensamento e devolvem a razão. Passou algumas semanas com o eco de sua pergunta, que agora se voltava para ela mesma. E não descansou até encontrar uma resposta!

Um mês depois, viajou com alguns amigos para outra cidade, a que chamam ‘cidade do sol’ e ali, em um encontro que lhe impelia a ‘ousar o amor’, reencontrou um grande amigo, há um tempo esquecido, que se aproximou dela e lhe extasiou com sua figura: radiante de alegria, cheio de paz, de entusiasmo, de esperança, saciado de infinito, divino! E, no primeiro diálogo que tiveram, a garota encontrou ali a resposta que tanto buscava, viu o seu projeto audacioso esboçado nas palavras do amigo: ‘Se queres ser feliz, se queres saciar a tua sede de infinito, vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres; se queres mudar o mundo, vem e segue-me!’.

Essas palavras foram se tornando como uma viva e intensa chama de fogo que incendiava seu coração. Tinha encontrado o que tanto buscava!  E já não queria estar longe da presença do amigo reencontrado. Na verdade, do amigo que a ela lhe havia reencontrado.

Com esse amigo não experimentava sentimentos desordenados de apego, e sim uma fresca liberdade de poder ser aquilo que nasceu para ser. Seus lábios, seu coração, toda ela podia experimentar de uma água nova, água pura, água viva!

De volta à ‘ilha do amor’, já não levava consigo uma jovem abatida, desesperançada, feita de dúvidas e insatisfações; voltava como os soldados que retornam de uma batalha vitoriosa: com cânticos de júbilo e gritos de vitória, com a satisfação da terra conquistada, com a alegria e o alívio de poder recomeçar a vida.

Pois é, recomeçar. Recomeçar sabendo onde está a fonte, ou melhor, quem é a fonte de água que lhe sacia a sede de imensidão; recomeçar com novas cores e com uma firme convicção de que o seu projeto, inicialmente pretencioso, era na verdade um projeto não só seu, mas de tantos outros jovens que também desejavam encher o mundo de infinito.

Ela mesma conta o que aconteceu depois:

‘A única maneira que encontrei de colocar em prática o projeto apresentado foi segui-lo tal qual o recebi: deixei tudo (com um grande misto de dor e alegria) e me joguei de corpo e alma numa vida ofertada pelos homens feridos, já não somente física e psicologicamente, mas também golpeados em sua alma e dignidade. Os jovens tem lugar especial na minha oferta, pois em cada um deles posso ver aquela jovem que buscava tanto saciar sua sede de infinito e não sabem ainda onde está a fonte dessa água.

Há mais de seis anos me meti numa aventura daquelas! Sabe aquela decisão que tomamos e que dizemos: ‘Não me arrependo de ter feito e, se fosse possível, faria de novo e de novo e de novo…?’ Pois é, tal aventura se chama VIDA MISSIONÁRIA, e dela, nunca monótona ou enfadonha, mas sempre surpreendente e contagiante, recebo todos os dias um mar de felicidade completa, de paz inigualável e de satisfação incomparável.

Ah, claro! O meu amigo, antes esquecido, agora é sempre lembrado, na verdade, ELE É na minha vida, e eu só SOU quem sou porque vivo Nele, por ele e para ele.’

Tantas coisas para contar dessa jovem aventureira… Mas fica pra outro dia.”

Sinto-me surpresa e revigorada ao ler a minha própria história, escrita de maneira nova e inusitada. Sim, eu, Luzia Rafaella Borralho de Freitas, sou essa jovem que tu acabaste de conhecer.

Agora vou pegar o gancho que ela deixou e continuar minha aventura que se chama hoje, e vou cantando uma música que tu provavelmente conheces: ‘e se um dia eu for embora pra bem longe deste chão, eu jamais te esquecerei, São Luís do Maranhão…’!

Forte e carinhoso abraço!

Shalom.


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