De repente, o fluxo da nossa vida parou. Somos meio que obrigados a frear a velocidade dos nossos dias e lidar com uma nova rotina. Para alguns, talvez, desesperador, mas preferi colocar diante de Deus e encontrar o bem que Ele quer tirar deste mal. Descobri que, como em cada situação, Deus quer nos fazer santos.
A correria natural dá lugar a certa monotonia e a uma oportunidade de experimentar do tempo como há muito não fazíamos. Em poucos dias, redescobrimos o que realmente importa e a nossa “lista de prioridades” ficou devidamente organizada. O naturalismo prático com que vivíamos, sofreu seu choque de realidade e a necessidade de uma 2ª conversão bateu a nossa porta. Alguns já despertaram.
Não é difícil encontrar nas redes sociais quem optou pelo amor. Vizinhos que se dispõem ajudar os velhinhos do seu prédio a comprar o que precisam, outros que disponibilizam gratuitamente o procuradíssimo álcool em gel na porta do condomínio, Comunidades que buscam de criativas formas de não deixar os fieis desamparados, pessoas que participam de momentos de oração por primeira vez mesmo que online, ministros de Eucaristia que levam a sagrada comunhão aos seus irmãos isolados, músicos que dão som ao silêncio das ruas através das suas janelas, famílias que redescobrem ou até mesmo descobrem o valor de estarem juntos, os velhinhos sendo amados e respeitados como devem, sacerdotes que se dispõem a atender confissões em espaços abertos, o Papa que destina indulgencia plenária aos enfermos, etc.
Você pode afirmar que tudo isso é simples, mas é justamente aí que se esconde a santidade. Temos a oportunidade de fazer do ordinário algo extraordinário, desse jeito, sendo simples. Que grande oportunidade! Foram nos momentos de maiores adversidades na história que vimos os santos sendo forjados e podemos, ou melhor, devemos ser os santos do nosso tempo.
Que na rotina, na simplicidade, na discrição, no silêncio, no amor que não precisa ser retido, Deus nos faça santos!