Pensar em santidade sempre nos remete a algo difícil ou, até mesmo, impossível mediante a nossas fragilidades. Considerar-se indigno da eleição de Deus é quase uma constante e, sem dúvidas, uma das maiores limitações para nós durante a caminhada. Afinal, como te seguir, Senhor? Como te imitar?
Tendo como tema “Deixando tudo, o seguiram: uma vida que vale a pena”, Vitor Aragão, missionário da Comunidade de Vida, seminarista e integrante da Assessoria Jovem da Comunidade Católica Shalom, a quem chamamos de Vitinho, realizou a segunda pregação do CJS 2018. Citando León Bloy iniciou dizendo que “existe apenas uma tristeza na vida: a de não ser santo!”.
Segundo Vitor, o caminho de busca pela santidade não é um caminho comum, com as coisas que o mundo oferece, mas sim “uma vida fora do normal”. Um caminho onde, em busca da realização de vida, buscamos a intimidade com Deus, com a Sua vontade. Desta forma, não a preenchemos com as coisas terrenas, antes, é preciso sacrificar para ir ao encontro de quem nos chama para fora do comum, para longe da vida mundana.
Assim, com base no Evangelho de São Marcos na passagem do jovem rico, Vitor falou sobre o quanto, mesmo atento às tradições, aquele jovem não cumpria o mandamento essencial de “Amar a Deus sob todas as coisas”, e como ele, podemos correr o risco de tirar Deus no centro da nossa vida. “Cristo, em seu encontro conosco, nos fitou, nos amou e nos chamou”, nos lembra. Portanto, ser santo é encontrar o olhar Daquele que nos ama com amor misericordioso. É nEle, com Ele e para Ele, é cumprir a vontade de quem nos chama, porque nos ama.
Contudo, muitas vezes caímos constantemente no erro de querer conquistar a santidade por esforço próprio. “Nós nunca vamos encontrar a santidade sem a Graça que vem de Deus, que nutre a terra árida do nosso coração”, disse.
Mas como se apaixonar por quem não se conhece? Como estar na Graça longe do Amado? “Deus sente saudades de você”. Mas achamos que rezar é improdutivo e preferimos “expressar o nosso amor” em atividades ministeriais que não favorecem esse cultivo da intimidade com o Amado, atividades que não nos chama ao Amor Esponsal expresso em uma vida de oração.
“Jesus bate à porta de nosso coração e nos pede permissão para entrar, enquanto que no mundo vivemos deixando a porta aberta a qualquer estranho, que ocupa o lugar de Cristo em nós. Deus tem reservado esse tempo para a juventude, não por serem os privilegiados, mas para realizar o melhor Dele em cada jovem”, disse.
Vitor Aragão finalizou a pregação convidando os jovens a tomarem uma decisão diferente daquela que fez o jovem rico, que temeu perder muito ao optar por seguir Jesus. Isso porque Deus não nos tira nada, Deus nos escolhe como somos, para que, a exemplo do chamado aos pescadores que nada haviam coletado, possamos nos tornar pescadores de homens, acolhendo o novo de Deus em nós e ofertando o que temos de melhor: a nossa vida.