Dom José Alberto Moura
Estamosmuito acostumados à nossa visão material e sensível das coisas. Não éfácil imaginarmos quem e como é o Criador. Por via indireta, anatureza, concluímos sobre a grandeza d’Ele, que tudo fez. Enxergamos avida e queremos ter prazer palpável. Até lutamos para ter o que ématerial e mesmo o crescimento no conhecimento, aumentando em nossocérebro muitas informações usadas para nos beneficiar. Mas, a um dadomomento há quem pergunte: para que tudo isso? O questionamento continuaquando nos deparamos com nossas deficiências, nossa incapacidade paraadquirirmos tantas coisas e superarmos problemas, quando ficamosdoentes e nos aproximamos da realidade da morte.
Deus,sabendo da nossa visão muito ligada ao sensível, veio mostrar-se a nósdentro dessa nossa percepção, tornando-se um de nós. Mas nos fezenxergar, além do notado pelos sentidos, a continuação da vida naeternidade. Sem esta, nossa história na terra se torna verdadeiradecepção. Construiríamos verdadeiro castelo e ele se acabaria com suadestruição. Aliás, podemos até pensar nas mansões terrestres, noacúmulo de terras, fortunas, diplomas e obras realizadas, se tudo fosseapenas para fazermos nome para os outros dizerem algo de nós no futuro.Mas, mesmo este nome no futuro fica, em grande parte, esquecido!
Narealidade da vida de sentido, apresentada por Jesus, vale a penaconstruir a boa cidade terrestre, mas para o serviço à comunidade, apartir dos mais excluídos de vida digna, na convivência do amor. Este éoblativo e nos faz ser doadores de vida para termos o direito de ver aDeus de modo imensamente feliz na eternidade. A visão do que é terrenocomo finalidade não dá base para se conquistar o banquete celeste demodo feliz. Para nós, sozinhos, isto é um desafio imenso. Mas, paraDeus, nosso esforço nessa direção redunda em possibilidade deatingirmos o objetivo último da caminhada terrestre.
Emboranossa tendência seja para a fixação no que é terreno, seguindo ospassos do Divino Mestre conseguimos acertar mais a direção de nossacaminhada, com seu significado mais elevado. Muitos têm dado verdadeiroexemplo nessa direção. Quantos entes queridos, lembrados no dia dosfalecidos, nos ensinaram a viver a fé com perseverança e doação no amora Deus e ao próximo! Eles são benditos, verdadeiramente felizes,contemplando o Senhor na eternidade!
Transformara cidade terrestre em convivência de irmãos e irmãs é nosso grandedesafio e nossa nobre missão. Temos a maior razão para isso.Conseguiremos ser pessoas de grandeza diante de todos porque o próprioDeus nos ensina a sermos grandes no amor. Quem isto faz é capaz de serhumilde e serviçal. Educado e trabalhador para o bem da família, dacomunidade e de toda a humanidade. Para se conseguir um lugar junto aoDivino, precisamos ser verdadeiramente humanos na terra. Cristo fezisto. Promete-nos também a vida plena depois de O termos imitado nadoação de nós, desenvolvendo os talentos por Ele a nós outorgados ecolocando-os a serviço do bem, da justiça e da convivência fraterna.Vida feliz com Deus na eternidade é conquistada através da vidapresente com Ele mesmo em cada pessoa na vida terrena!